quarta-feira, 30 de setembro de 2009

TEMPOS DE PAZ


Em cartaz desde 14 de Agosto, só hoje eu resolvi ir ao cinema assistir ao filme "Tempos de Paz" de Daniel Filho baseado na peça "Novas Diretrizes em Tempos de Paz" do Bosco Brasil, fui ao cinema com um certo receio de que alguma decepção se entranhasse, pois em alguns grandes criadores a exposição continua ao ambiente global deu-lhe certos maniqueismos culturais que tornam suas obras pós-globo meio maçantes mas a expectativa de que o texto fosse bom eu tinha, pois já conhecia o texto da peça que considero um dos melhores textos escritos no Brasil dentre autores da geração anos noventa e sabia que o roteiro era do proprio Bosco.

Felizmente tive uma grata surpresa, o filme é fantastico, o acabamento visual é impecável, a música é do Egberto Sismont que não necessita de comentários e tem uma profundidade vertiginosa, a interpretação do Dan Stubalch é emocionante com cenas que me deixaram com as carnes tremulas e arrepios na alma, o Tony Ramos demonstra uma intesidade na sua interpretação invejável.


O filme narra o encontro entre um imigrante polonês que tenciona morar no Brasil e o chefe do departamento de imigração do porto onde este desembarcou, a segunda guerra mundial e os conflitos internos do Brasil da ditadura Vargas encontram-se assim através do dialogo travado entre os dois personagens. Segismundo (Tony Ramos) cujo nome é uma alusão direta ao personagem de Calderon de La Barca desconfia dos motivos dados por Clauswitis (Dan Stubach) para sua vinda ao país o que dá inicio a um jogo de gato e rato psicológico supreendente onde vilão e mocinho trocam de lugar em várias ocasiões.


O filme conta com a participação da mãe de Stubach contracenando com ele no papel de uma imigrante também polonesa que chegou no mesmo navio e de seu pai em duas cenas, revivendo suas proprias histórias de vida como imigrantes da Polonia.


Verdadeiramente o filme é profundamente comovente, alem de terrivelmente inteligente ao constuir o inusitado encontro, levando o espectador a questionamentos profundos sobre o significado da palavra paz, sobre as sutilezas da alma humana e a natureza de alguns conflitos históricos de nossa sociedade entre outros.


Não vi se houve aqui algum escrito sobre o filme, mas vai ai a dica para quem ainda não viu , veja pois de minha parte eu acredito que vale a pena.

REQUIEM PARA UM SONHO - E O TERROR DE TODAS AS DROGAS!



Acabo de assistir ao filme. Ele aborda o envolvimento com as drogas de uma forma lúcida e alucinada ao mesmo tempo, nos colocando entre as ilícitas, as licitas, as sociais e televisivas de uma maneira que não dá pra sair ileso. Eu, se usasse alguma dessas porcarias, pensaria mil e uma vezes antes da próxima dose. Não que seja um filme maniqueísta, longe disto: é humano até demais. Os personagens mergulham em universos tão distintos e tão atemorizantes conforme ejetam, cheiram, fumam, tomam, assistem, sonham, se entregam ao amor ou ao sonho de ser alguém que...
Bom, assistam e tirem suas próprias conclusões.

Agora... Bom, onde é que eu enfiei meu maço de Marlboro?

Réquiem para um Sonho
(Requiem for a Dream, 2000)

» Direção: Darren Aronofsky
» Roteiro: Hubert Selby Jr. (baseado em seu livro)
» Gênero: Drama
» Origem: Estados Unidos
» Duração: 100 minutos
» Tipo: Longa-metragem
» Elenco: Ellen Burstyn, Jared Leto, Jennifer Connely, Marlon Wayans, Christopher McDonald, Keith David
» Sinopse: Uma jornada profunda no mundo das drogas através de dois personagens principais. A mãe torna-se viciada em comprimidos para emagracer, enquanto o filho injeta-se todos os dias com seus amigos. Suas vidas logo se tornarão um inferno e seus destinos prometem não ser dos melhores.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

WATCHMEN NA INTEGRA: PERFEITO!!!!



Para quem gostou do filme - e/ou/mas nem tanto - e sentiu falta das outras três horas de história, ótima notícia!
A Warner transformou o quadrinho do chato do Alan Moore - que nega a paternidade do negócio - e de Dave Gibbons numa epopéia animada de quase cinco horas e meia. Isto mesmo senhores: quadro por quadro, com direito a balãozinho, trilha sonora tensa e uma narrativa extraordinária que nos faz pensar a cada capitulo concluido.
Peguem, assistam, curtam, façam o que quiserem, mas não deixem de ver!

Watchmen - motion comic. animação em quadrinhos. dvd duplo. 12 episódios
Nas lojas, locadoras e camelôs!

Convite Especial


Caros Correlegionários,


personifico-me nesta mensagem para avisá-los e convidá-los para o evento "Valeu Professor", organizado pela Secretaria Municipal de Educação - e é, mais ou menos, uma espécie de "virada cultural" da Educação, com artes plásticas, música, literatura etc - e começará na sexta, dia 02/10/2009, às 20h e vai até o sábado, dia 03/10/2009, também às 18h30.

O evento, criado para homenagear os professores em seu mês, contará com a presença de vários escritores ilustres, no segmento "Escritor no mês do professor", dentre eles o romancista Luiz Bras, que se apresentará às 11h do dia 03/10/2009, no CEU Jambeiro, em Guaianases.

Já no segmento "Professor Autor", haverá a apresentação de vários professores que publicam, ou já publicaram, literatura; dentre eles, eu, Tiago Araújo, que estarei às 18h do dia 02/10/2009, também no CEU Jambeiro, em Guaianases.
Outro segmento da festividade, o "Professor Músico", contará com a presença de professores músicos da rede de educação municipal de São Paulo, que se apresentarão em diversos pontos da cidade, principalmente nos CEUs. O grupo Grave, de MPB experimental, que tem em sua formação Nando Z, professor da rede, Tarcísio Hayashi, Raimundo Marrom, e Tiago Araújo, também professor da rede, irá se apresentar às 21h do dia 02/10/2009, no CEU Quintas do Sol, em Ermelino Matarazzo.
Não deixem de conferir a programação completa no link abaixo:


www.prefeitura.sp.gov.br/valeuprofessor

Abraços e espero vê-los em algum desses dias!

Tiago Araújo

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Prenderam Roman Polanski ( Certo ou Errado ?)






ZURIQUE/PARIS - O cineasta Roman Polanski, preso na Suíça acusado pelos Estados Unidos de ter tido relações sexuais com uma menina de 13 anos em 1977, apelará contra sua extradição aos EUA, afirmou seu advogado nesta segunda-feira.Polanski, 76, que tem nacionalidades francesa e polonesa, foi detido no sábado após desembarcar para receber um prêmio pelo conjunto de sua obra no Festival de Cinema de Zurique, na Suíça."Ele está com vontade de lutar e determinado a se defender", disse Herve Temime, advogado de Polanski, em entrevista à rádio France Info, acrescentando que seu cliente estaria atordoado pela prisão, pois é um visitante regular da Suíça e é dono de um chalé no resort de Gstaad."Começamos o processo pedindo sua libertação, que deverá ser feita hoje (segunda-feira) a princípio", disse Temime. "Não há nenhum motivo em lei, ou nos fatos ou termos da Justiça mais básica para manter Roman Polanski um único dia na prisão", acrescentou.Um porta-voz do Ministério da Justiça disse ser teoricamente possível que Polanski possa ser libertado mediante o pagamento de fiança, embora isto seja pouco provável. "Os critérios para a fiança são muito rigorosos", disse o porta-voz, Guido Balmer.Polanski foi detido nos EUA em 1977 e acusado de oferecer drogas e álcool a uma menor, Samantha Geimer, e ter relações sexuais com ela. Desde então, Geimer diz que Polanski não deveria sofrer nenhuma punição.Durante visita a Paris nesta segunda-feira, a ministra da Economia suíça, Doris Leuthard, disse que o país não teve escolha à não ser cumprir um mandado de prisão internacional contra Polanski.

Como me disse Claudemir em uma ocasião em que eu estava com um “rapaz” no banheiro de uma churrascaria no Jardim Helena, “a comunidade está incomodada!” E estava mesmo, eu não sei o que se passava na cabeça do Polanski quando transou com a garota, mas no meu caso mesmo depois quando eu beijei o “rapaz” na mesa causando choque nos garçons, em nenhum momento eu acreditei que estava fazendo algo errado, alias se era errado ou certo foi algo que não passou pela minha cabeça, o fiz porque estava com vontade e em sintonia com o que eu sou e como sou simplesmente, mas as pessoas têm seus padrões de comportamento para definirem o que é certo e o que é errado, de acordo com as formas predeterminadas para a expressão de cada ser dentro deste planeta e é difícil definir até que ponto eles estão incorretos em suas atitudes, assim como é difícil fazê-lo também com as pessoas que rejeitaram tais formas e existem a partir da forma determinada pela sua essência.

O que eu sei é que para mim o Polanski é um dos grandes gênios do cinema moderno, além de já estar com 76, ou seja, não vai mais fazer muito “sucesso” na cadeia.
Trago a noticia e fica aqui o assunto aberto para polemizar um pouco o nosso blog, já que eu quase não faço essa coisa de causar polêmicas mesmo.

domingo, 27 de setembro de 2009

G.R.A.VE. no Jd. das Camélias




Após a derrota no festival de Itaquá para uma mistura de Ney Matogrosso com Mick Jagger tocaremos na Rua Mirassol do Oeste, esquina com a Laranja da China as 19:15 do dia 27/09/09

sábado, 26 de setembro de 2009

ALEXANDRE D'LOU DIRIGE VIDEO CLIP PARA O METAL HEALTH. CLAUDEMIR SANTOS ESCALADO PARA PREPARAÇÃO DE ATORES






O Diretor Alexandre D'Lou realizará o clip da música "twisted lives" para a banda Metal Health. Claudemir Santos foi escalado para fazer a seleção de cast e a preparação artistica dos atores. Os que tiverem interesse em participar, nos dias 03 e 04 de outubro, devem mandar e mail para claud-santos@hotmail.com e pedir informações sobre o evento.

HISTÓRICO DA BANDA POR DIEGO SINAIS:

A banda Metal Health nasceu no ano de 2007 na cidade de São Paulo, influenciados pelas bandas de Heavy Metal dos anos 80 e 90. A Metal Health inicia sua jornada na cena Metal Old School brasileira com os membros: Felipe Seawulf (vocal), Diego Sinais (guitarra), Leo Oliveira (guitarra), Dan Riot (baixo) e Gleison Torres (bateria). Após conquistarem seu espaço na cena como os expoentes do Metal Tradicional, gravam seu primeiro material, a demo Twisted Lives, com aceitação total do publico. Com o lançamento a banda faz shows em todos os points da cena Old School paulista. Em meados de 2008 o vocalista Felipe Seawulf decide se dedicar exclusivamente a sua família, então a banda realiza testes com vocalistas de outras bandas da cena até chegar em Rafael Ortiz, também conhecido como “Rafe”, na época vocalista da banda Final Scream (Tributo ao Grim Reaper). Rafe se entrosa muito bem à banda e traz com ele mais agressividade, cadencia e potência ao som. A banda começa a se apresentar em casas mais conceituadas de São Paulo e ganha espaço na mídia especializada. Vislumbrando um futuro promissor a banda começa as gravações do seu Debut Album, com lançamento previsto para 2010, e como prévia do album o single STAND UP AND FIGHT, com lançamento previsto para o fim de 2009. O álbum terá formato multimídia com o videoclipe da musica Twisted Lives como bônus.


MAIS SOBRE O METAL HEALTH
www.myspace.com/metalhealth80

Próximos shows:
Ocean Club Hard'n Roll 10/10

Warriors pub 24/10

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ESCOLA LIVRE DE TEATRO PRESA AOS VELHOS JOGOS TERRITORIAIS



"O que sóis vós? Um pato ou um coelho?"
(Dark'Ney, em "não tinha nada melhor pra escrever, o filme")

Um dia após a indaga polêmica de Ivan Neris - se não for polêmica, naturalmente não é Neris! - passo a vista na Folha de São Paulo e vejo uma pequena chamada ao caso da Escola Livre de Teatro. E o que descubro eu?
Segundo a Folha, não há nada de fechar a escola, e sim uma mudança de cargo, uma nova proposta pedagógica e gente muito irritada com a demissão de Edgar Castro, que está na escola há anos.

Pesquiso na net e acho um sítio dando promenores sobre o caso. Não tenho mais dúvidas: é um caso corriqueiro de politicagens e cargos. Leiam o texto abaixo:

Escola Livre de Teatro de Santo André sob ameaça

Integrantes da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, denunciam que seu projeto pedagógico está seriamente ameaçado. No dia 8 de setembro, a prefeitura da cidade demitiu, sem justificativas, o coordedenador pedagógico da escola, o ator Edgar Castro.

Redação - Carta Maior

Aprendizes da comunidade da Escola Livre de Teatro de Santo André, apoiados por artistas dos principais grupos do ABC e de São Paulo fizeram um grande movimento na Câmara Municipal de Santo André, nesta quinta-feira, durante a Sessão Plenária. Os aprendizes fizeram uso da Tribuna Livre para defender a Continuidade do Projeto Artístico-Pedagógico Original da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT)

O movimento busca sensibilizar os representantes do Poder Legislativo para que eles sejam interlocutores junto ao Poder Executivo, que vem negando todas as reivindicações da comunidade e descumprindo os prazos de resposta acordados em reunião.

A Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, está com seu projeto pedagógico seriamente ameaçado.

No dia 8 de setembro de 2009, o coordenador pedagógico da ELT, o ator Edgar Castro – professor da escola há 11 anos e escolhido como coordenador pelo corpo de mestres, foi demitido sem justificativas.

Desde janeiro de 2009 a comunidade da ELT tem se reunido para conhecer o projeto cultural da atual gestão para a cidade de Santo André. No dia 28 de novembro de 2008 organizou um ato público: o Encontro Cultural da Cidade, quando se esperava como convidado principal o então candidato Aidan Ravin (PTB), que acabou sendo eleito prefeito. Ravin não compareceu, mas fez-se representar por assessores e pelo vereador recém eleito Gilberto do Primavera (PTB), que firmou publicamente seu compromisso com a cultura da cidade e com a manutenção do projeto original da ELT.

No entanto designaram para a Escola, como primeira medida, uma nova coordenadora não pertencente ao quadro de mestres e desconhecedora do projeto em curso. Em três de fevereiro de 2009 uma assembléia foi realizada com a presença de toda comunidade ELT, da nova coordenadora - Eliana Gonçalves - e do atual Secretário de Cultura, Edson Salvo Melo, que reiterou a afirmação anterior sobre a continuidade do projeto artístico-pedagógico.

Passados quase nove meses da nova gestão e de contínuas tentativas de diálogo entre a comunidade e a coordenadora Eliana Gonçalves, a comunidade foi surpreendida pela repentina e não justificada demissão do mestre Edgar Castro, feita pelo Diretor de Cultura, Pedro Botaro, no dia 8 de setembro de 2009.

No dia 11 de setembro, mais de trezentos artistas representantes dos principais coletivos de artes cênicas das cidades de Santo André e São Paulo - entre eles as atrizes Maria Alice Vergueiro, Leona Cavalli, Georgete Fadel, o ator Antônio Petrim, a diretora Cibele Forjaz – fizeram uma passeata da Praça Rui Barbosa, sede da Escola, até o Paço Municipal, onde foi entregue uma carta de reivindicações ao Secretário de Cultura do município.

No dia 14 de setembro uma comissão formada por mestres e aprendizes representantes da ELT, esteve com o Secretário de Cultura de Santo André, em reunião sugerida por ele, para obter a resposta sobre o ato realizado na semana anterior. O secretário discutiu cada ponto da carta entregue pelo Coletivo, mas negou as duas principais reivindicações, firmando a decisão de afastar Edgar Castro, tanto de sua função de coordenador quanto de mestre da escola, e de manter Eliana Gonçalves como coordenadora.

A comissão deixou claro que não aceitaria essa decisão - uma ameaça ao projeto pedagógico original, que tem a autogestão e a definição da coordenação pedagógica pela comunidade como principais características. Após três horas e meia de reunião, o Secretário prometeu encaminhar uma carta pública à comunidade nesta quinta-feira promessa não cumprida. Como estratégia de desmobilização o Secretário pediu dois a três dias para responder às reivindicações.

Por fim, no dia 17 de setembro, foi dada a resposta final: negaram todas as reivindicações. Ainda não entregaram nenhum documento oficial respondendo ou justificando nenhuma das atitudes tomadas pela prefeitura.

Dessa forma a comunidade decidiu ir em peso, à Câmara, pedir o apoio dos representantes do Poder Legislativo para a manutenção do projeto artístico-pedagógico original da Escola Livre de Teatro de Santo André, junto ao Poder Executivo do município.


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16153

Raul diria que já tá tudo armado. Eu acredito. Não sei até que ponto a luta é digna ou não. Não faço parte daquele universo, mas sei bem como são estas coisas. Já vivemos isto em São Miguel. Neris fez parte disto e deve lembrar da nossa reunião com Sartini na Secretaria Estadual da Cultura de São Paulo para a reabertura da Oficina Cultural Luiz Gonzaga. Não digo que o PTB é flor que se cheire, mas este movimento tem uma cara de manipulação petista que não é brincadeira. Acho que há muito interesse em manter cargos, projetos pedagógicos, e outros blá blá blás.
Me lembra uma música dos Engenheiros do Hawaii:

ISTO ME SUGERE MUITA SUJEIRA
ISTO NÃO ME CHEIRA NADA BEM
TEM MUITA GENTE SE QUEIMANDO NA FOGUEIRA
E MUITA POUCA GENTE SE DANDO MUITO BEM...
(tribos e tribunais. Música para ouvir e refletir)

No mais. No mais... No mais o quê?
Ah, no mais nada. Esta não é uma novela que me interessa muito. O que se deve observar é que uma troca de cargo veio pra cá com peso de fechamento de um sitio cultural e, pelo visto, não é nada disso. SE que isto é manipulação de massa, eu não digo; mas que parece manipulação de massa, parece.
Já pensou que brochante? Nosso coquetel molotov cheio de água? Nosso grito aparado por uma aparência inexata? Mas politica é assim mesmo. E o jogo continua.
Vai escolher um time, torcer ou simplesmente se desligar de toda esta merda? Sartre diz que não tomar posição já é um posicionamento. O problema é que o negócio sempre tá de pé. Cuidado, meninos. Eu vou ficar por aqui.















Um Caso inisutado na Eneas de Barros



Dia desses cheguei em casa tarde da noite, só o Qsuco como diria a nossa amiga Sol e encontro todos os "nóias" (que não "imagino" por que motivo têm seu point no meu portão) completamente alvoroçados, entre balbucias estimuladas pela vibe da pedra eles diziam que haviam drogas no meu quintal, cocaína para ser exato e muita além de pura, (se é que existe nesse mercado algum produto realmente puro) os "nóias"me contaram que no fim da tarde uns quatro ou cinco carros pararam na porta do hotel cujas janelas tem como paisagem o meu quintal, deles saíram homens armados que entraram no hotel procurando por um dito nigeriano que estaria hospedado neste, ao invadirem o hotel os vizinhos assustaram-se com as armas e chamaram a policia, que chegou em mais uns cinco ou quatro carros e ao chegar descobriram que os homens armados também eram policiais, da divisão de narcóticos. Pode-se imaginar, a vizinhança toda saiu a rua, o nigeriano foi localizado em um dos quartos, mas com ele nada foi encontrado, nenhuma grama desse pó mais famoso que o blache. Os policiais militares (dizem) tentaram descer ao meu quintal para verificar se ele havia jogado algo pela janela, mas as cadelas (minha guarda pessoal que nem sempre funciona tão bem) não permitiram o acesso e eles desistiram.

Bom, os "nóias" deduziram então que a droga estava lá, esperando por eles quando eu chegasse para permitir o acesso às "buscas". Que remédio, mesmo interessado em procurar sozinho quando amanhecesse, para ter sossego permiti a entrada dos meus (nesse momento) grandes fãs(ou Funs) que procuraram e procuraram e vieram e contaram toda a história e procuraram e procuraram e vieram e contaram toda a história e etc,etc,etc até amanhecer...por fim nada foi encontrado mesmo depois que o dia raiou, ufa! Os "nóias" desistiram e foram embora.
Eu da minha parte (e isto é realmente verdade) estava mais preocupado com as cadelas, pois se houvesse mesmo cocaína e as "loucas" encontrassem e provassem ou morreriam ou eu teria um gasto a mais por mês com o vicio delas, mas depois que vi que nada foi achado concluí que tudo não havia passado de uma "nóia" dos"nóias", qual foi minha surpresa quando ao ir no dia seguinte gastar alguns trocados no bar com umas cervejas e fichas no videoke, os senhores ébrios mas anti-toxicos que frequentam o bar, me contaram a mesma história dos carros de policia e me informaram da sua teoria de que a droga havia sido jogada no quintal... porem estes ao que lhes contei a história da "busca" dos "nóias", disseram acreditar que por tais horários os donos do"bagulho" já deviam ter pulado no quintal e apanhado seu produto.
Mesmo assim fiquei matutando, "lá ele !" se as cadelas não deixaram a policia entrar, como deixariam estes nigerianos entrar? bom o fato é que dia desses a Menina que é a cadela maior, uma vira-latas cor de mel de porte médio veio pulando sobre mim com um sorriso estranho e com um tom avermelhado nos olhos que os cães tem quando seus olhos são ofuscados pela luz no escuro e eu fiquei com um medo danado que a cadela estivesse muito louca e resolvesse me morder...

terça-feira, 22 de setembro de 2009



A Velha Fórmula do Corte de Custos


Os administradores públicos que normalmente ostentam uma enorme incapacidade em administrar austeramente os órgãos governamentais tornam-se algozes de nossa impossibilidade de desenvolvimento social, um exemplo disso é a noticia que soube esta semana por Edu Gusmão, que não esteve no Sarau para estar presente em uma reunião convocada com urgência por artistas de Santo André, para iniciarem ações de protesto contra o possível encerramento das atividades da Escola Livre de Teatro de Santo André, pela atual administração do PTB na prefeitura da cidade.
A Escola Livre que é uma escola gratuita de artes cênicas vem se tornando nos últimos anos uma referência nacional no ensino de teatro, mais que isso, vem sendo um território livre de criação artística ao desvencilhar-se dos ranços culturais das escolas tradicionais e permanecer buscando a viceralidade da criação teatral no seu estilo de ensino e em suas montagens de finalização de turmas, o que fez com que a escola ganhasse um merecido prestigio nos meios culturais.
Mais uma vez vemos nossos administradores enxergando a cultura como mais um grupo de números no orçamento anual e não como um bem comum da comunidade, de extremo valor para toda a sociedade, tal visão relega a cultura sempre a posição de primo pobre dentro das administrações públicas e restringe cada vez mais as possibilidades de sobrevivência digna para os artistas de nosso país.
A sapiência destas mazelas faz com que a cada dia que passe eu tenha mais certeza de que o fazer artístico dentro de nosso pequeno mundinho, não tem significado real algum, é somente um tipo de masturbação existencial alienado da realidade que nos cerca e para não cair neste fosso eu prefiro o não fazer, para quando decidir fazer abrir as portas de qualquer espaço que consiga desbravar para estar em conjunto com outros como eu berrando coisas que considere importantes para dizer-se a quem interessar possa. De certa forma nós cidadãos e principalmente nós artistas, temos uma parcela de responsabilidade por esses desmandos, pois em maioria permanecemos ilhados e ostracisticos curtindo nossas misérias e nossas glórias, sem assumirmos o nosso papel social que permanece por conta disso vazio no palco da história.

Concerto de Ispinho de Fulô


O espetáculo comemora o centenário do poeta Patativa do Assaré, revisitando sua vida e obra para discutir o destino da poesia popular, sua importância no desenvolvimento de uma consciência crítica e na formação da identidade de um povo. Com a Cia. do Tijolo.

Onde: SESC Avenida Paulista
Quando: 21/08 a 11/10. Sexta a domingo, às 21h.
Quanto: R$ 20,00 [inteira]
R$ 10,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
R$ 05,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]

Fonte: Portal Sesc SP.


Essa é uma boa pedida para quem gosta de poesia popular, pois este poeta tem lindas obras, pelo menos a meu ver!
Os preços são populares e vale mesmo a pena conferir.
Como vocês viram os preços para quem tem carteirinha do sesc (comerciário) é muito em conta!
Uma dica, para quem não tem carteirinha do sesc e também não sabe, a carterinha é gratuita para quem trabalha registrado no comércio e para se matricular basta levar a carteira de trabalho.
Segue a dica pessoal!


Um trecho de "Aos poetas clássicos"
PATATIVA DO ASSARÉ

"...Sou um caboco rocêro,
Sem letra e sem istrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão;
Vivo nesta solidade
Bem destante da cidade
Onde a ciença guverna.
Tudo meu é naturá,
Não sou capaz de gostá
Da poesia moderna.


Dêste jeito Deus me quis
E assim eu me sinto bem;
Me considero feliz
Sem nunca invejá quem tem
Profundo conhecimento.
Ou ligêro como o vento
Ou divagá como a lêsma,
Tudo sofre a mesma prova,
Vai batê na fria cova;
Esta vida é sempre a mesma."
-Segue abaixo uma breve da história de Antônio Gonçalves da Silva:
"Hoje faria 100 anos o poeta popular Antonio Gonçalves da Silva, conhecido como "Patativa do Assaré". Pegou o apelido de um pássaro canoro muito comum no Nordeste e o "Assaré", o nome da região cearense onde nasceu e vivia.
Pobre, cego de um olho e semi-analfabeto, chegou a receber, merecidamente, 5 títulos de "Doutor Honoris Causa" de universidades brasileiras, porém afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos.É autor de vários livros e de poesias famosas, como "A Triste Partida", onde relata a saga de uma família de sertanejos que deixa sua terra para, em cima de um caminhão, buscar sobrevivência em São Paulo, imortalizada na voz do saudoso Luiz Gonzaga.
O trecho do poema abaixo publicado, diz quem era o Patativa do Assaré:

"Eu sou de uma terra que o povo padeceMas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda caboclaDe riso na boca zomba no sofrerNão nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,Sou cabra da Peste, sou do Ceará".
Matéria postada dia 05/mar/09, pelo blog "Salada à Brasileira"




Lóki? O Disco



Depois de ver o documentário não tem como não ouvir o primeiro álbum solo de Arnado Dias Baptista lançado em 1974.


Um disco de rock n' roll que saiu das pirações do Mutante e é ao mesmo tempo pergunta e resposta para o mundo sobre as especulações acerca da sanidade mental de Arnaldo. Introspectivo, dolorido, e em alguns momentos com aquele riso que parece vir do desespero.


Visceral é a palavra que melhor define o disco. Visceral porque de fato o compositor se coloca de um jeito completamente escancarado nas músicas falando de seus sonhos, de seus mundos (reais e imaginários) e de seus amores (outra faca de dois gumes).


Apesar de ser um disco solo, conta com a bateria de Dinho Leme e o baixo de Liminha, e acho que por causa dos Mutantes a banda é muito coesa. O piano e voz de Arnaldo estão impecáveis, aliás, acho que o timbre dele é uma das melhores coisas do disco.


Fácil imaginar que o disco é depressivo. Na fase em que o compositor vivia e sendo um disco feito com a alma, não se pode esperar outra coisa.


É muito foda..... ouvi ontem e fiquei deprê o dia inteiro, sem viadagem.... LÁ ELE!


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

HENRI CARTIER-BRESSON, o poeta da fotografia - Paralelamente à exposição Henri Cartier-Bresson - Fotógrafo, sob a curadoria de Eder Chiodetto







Fotografias:
¹Henri Cartier Bresson
²Sidewalk Café, Boulevard Diderot
³FRANCE. The Var department. Hyères. 1932.

Paralelamente à exposição Henri Cartier-Bresson - Fotógrafo, sob a curadoria de Eder Chiodetto, Bressonianas é composta pela seleção de 42 imagens de sete fotógrafos brasileiros que têm em suas obras a influência de Bresson, entre eles: Cristiano Mascaro, Flavio Damm, Carlos Moreira, Orlando Azevedo, Juan Esteves, Marcelo Buainain e Tuca Vieira.
Local: SESC Pinheiros - Espaço de Exposições, 3º andar.
Quando: 17/09 a 20/12.
Dias e horários: Terça a sexta, das 10h30 às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 18h30.
Fonte: Portal Sesc SP.
Mais sobre o artista:

Fotógrafo francês é um mito da história da fotografia mundial.
Passando da pintura para o desenho, depois para a fotografia e para documentários cinematográficos, o francês Henri Cartier-Bresson se consagrou como um dos mais respeitáveis fotógrafos da história.
Nascido a 22 de agosto de 1908, em Paris, estudou pintura aos 14 anos, se formou em pintura e filosofia pela Universidade de Cambridge. Sob a influência do surrealismo, começou a fotografar em 1930, com 22 anos.
Seu estilo poético de fotografar captou momentos mágicos de classes e culturas diferentes em diversos países por onde passou.
LÍRICO
Irreverente, dá declarações questionando coisas da vida, recusa entrevistas e não se deixa fotografar facilmente dizendo não quer que façam com ele o que fazia com as pessoas. Por duas vezes, tentou destruir todas suas fotografias, sendo convencido do contrário por pessoas próximas.
Amante da natureza e discreto, defendia o contexto de que fotografar não se aprende, é um talento interior que o fotógrafo deve ter. E isso ele tinha demais. Suas fotografias eram líricas e, mesmo que fotografasse temas sem muita beleza plástica, sua imagem passava um ar de suavidade e pureza.
Bresson teve uma vida cheia de mudanças. Morou na África, onde exerceu diversas atividades para sobreviver e deixou a pintura em segundo plano para se dedicar mais à fotografia. Porém, suas fotos africanas foram destruídas pela umidade. Com a volta a Paris, comprou sua inseparável e famosa Leica. Através de uma foto de Martin Munkasci, onde três garotos negros corriam em direção às ondas do mar, o inquieto fotógrafo francês decidiu que sua vida era fotografar.
DOCUMENTÁRIOS
Iniciou uma premiada carreira como fotojornalista onde seus temas eram a classe baixa. Passou um ano nos Estados Unidos e México, em 1935, onde deixou a fotografia para se dedicar à realização de filmes documentários. O que continuou com sua volta a Paris, dessa vez trabalhando como o renomado cineasta Jean Renoir. Além do convívio com Renoir, Bresson fotografou grandes celebridades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Henri foi prisioneiro dos alemães, o que o inspirou a fazer vários documentários sobre a guerra. Voltou à fotografia em 1946, quando ficou sabendo que um museu americano estava preparando uma exposição com suas fotografias em homenagem ao artista que havia morrido na guerra.
Depois que Bresson entrou em contato com os organizadores, a notícia de que estava vivo ganhou grandes manchetes na imprensa e sua exposição póstuma foi transformada em uma coletânea de seus melhores trabalhos.
GÊNIO
Em seguida, outra mudança. Cartier foi trabalhar no Oriente no final da década de 40. Em mais uma volta para Paris, lançou um livro "Images à La Sauvette". A respeitabilidade cercou o trabalho do francês até o início dos anos 70. Aposentado, dedica-se novamente ao desenho e à pintura.
Além de suas fotos, sua grande contribuição histórica para a fotografia mundial foi o conceito de que, para se fazer uma grande foto, é preciso descobrir o momento decisivo do clic, onde a emoção vai crescendo cada vez mais até culminar na captação da imagem.
Buscando a liberdade e intimidade das pessoas que fotografava, Henri Cartier-Bresson deu uma poesia à arte imagética. De personalidade forte e inquieta, age como um grande artista sabendo que tem coisas importantes a falar e um trabalho genial a mostrar.

sábado, 19 de setembro de 2009

Tá pensando que eu sou Lóki bicho?

ASSISTAM A PORRA DO DOCUMENTARIO SOBRE O ARNALDO BAPTISTA! É DO CARALHO!
É BONITO! É SENSÍVEL! É MUTANTE! É DO ESPAÇO! É LOUCO!
Na boa, vale muito pra entender a cabeça do cara, ou pelo menos tentar, porque entender eu acho que não rrollaa...
Loki – Arnaldo Baptista – Direção de Paulo Henrique Fontenelle (Brasil, 2008). Com depoimentos de Tom Zé, Sérgio Dias, Nelson Motta, Gilberto Gil, Roberto Menescal, Liminha, Sean Lennon, Nelson Motta, Lobão e outros.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A HISTÓRIA DA FUGA PARA O NORDESTE

Escrevo canções desde 1989 – ao menos as que eu ainda tenho registro, mas me lembro de canções que eu inventava na infância, e que se perderam no tempo ou no sentido. Sempre me vi envolvido com arte, desde que me entendo por gente. Apesar de ouvir e gostar de todos os estilos musicais, minha vida anda ao som do rock n’ roll – assim como a maioria das canções que eu escrevia antes do G.R.A.V.E.

O G.R.A.V.E. – que eu vi nascer – chegou com uma proposta onde a música – por assim dizer – regional fala mais alto. Participei em conjunto de algumas composições e senti dificuldades de escrever naquele universo agreste. Até escrevi, sofrendo implicações de Hayashi e implicando com ele. Costumo chamar estas músicas de “ilegítimas”: feitas fora do meu casamento com o rock. Ilegítimos, mas nem por isto menos amadas, mas de qualquer forma, um incômodo. Como escrever sobre coisas que eu não vivo? Quando crio um personagem para uma peça ou um conto que seja, é diferente. Nas músicas eu costumo falar de mim, dos meus pensamentos, da minha vida. Mas o G.R.A.V.E. não tem espaço para os meus dramas pessoais. Ali, a história é outra e, para dançar esta nova música, eu tive que aprender a andar novamente. E aprendi.

A aprendizagem se deu em “Nega Jurema” com Eder Fersant e com “Virginia”, ao lado de Nando Z. Só então foi possível criar uma música como “Fuga para o nordeste”. Eu precisava escrever algo para o G.R.A.V.E., que contemplasse as viagens melódicas de Marrom Z, Tarcísio Hayashi, Nando Z e Luizinho Gago Grego e, ao mesmo tempo, tivesse ecos em meu universo musical. Andando pelo centro de São Paulo, no metrô da Paulista, na escala rolante do Trianon Masp, me veio a idéia de alguém rolando escada abaixo. Vi um jovem senhor nordestino até na respiração, temendo aquele bicho que a gente pisava e levava a gente pra baixo. Na sua confusão visível, sorrisos jocosos em faces urbanas. Um irmão meu, ao chegar em São Paulo, também quase rolou na escada rolante. Outro, ao ser algo de gozação em um bar em São Miguel, voltou pra casa, pegou uma peixeira e fez o bar fechar mais cedo. Na selva de pedra, eles agiam como se estivessem na mata. Mas o que diabos vieram fazer aqui? Tentar “vencer na vida”, como eles dizem. Lá, a terra é seca, mas aqui seca são as pessoas. Um dilema e tanto. Por estes tempos, fomos vítimas de despejo. Maior dor e vergonha da minha vida. Durante anos desejei rasgar de faca oficiais de justiça, advogados corruptos ladrões de terra e policiais complacentes. E quase o fiz, de fato, impedido por minha mãe, que até tentou suicídio por estes tempos. Coisas dolorosas que acabaram por dar forma para este nordestino que ama Iara, vem à São Paulo tentar vencer e se torna um lobisomem no asfalto. Em meio a tantos dramas pessoais, nasce a “Fuga para o Nordeste” – uma citação bíblica (Fuga para o Egito, da família sagrada).

Entrego a letra. Hayashi admira a métrica, faz os acertos necessários e junto com Marrom, cria a melodia – e evolui. A música os empolga. Eu ainda nem tenho noção do que escrevi, na verdade. Enquanto vou ouvindo o nascimento da canção, vou caindo em mim onde fui buscar as cenas cantadas. Deus, a música cai como uma luva e chega a doer! Pensei ter superado algumas coisas... E a música representa tão bem a letra que não é possível dizer que uma foi feita antes ou separada da outra. Não, é impossível: a música não podia ser outra. A letra não poderia ter outras palavras. O sofrimento e o drama parece ter valido a pena.

Foi no Camacho que escutei a música por completo pela primeira vez, com toda a dramaticidade e potência que ela oferece. Os olhos marejaram. Há tempos não escrevia assim, há tempos não ouvia algo tão harmonioso com meu universo partindo das mãos de outros. “Fuga para o Nordeste” estava concluída.

Ontem, recebo uma mensagem de Hayashi: “Sua letra foi classificada no festival”. Mas não é isto que eu entendo. O que leio nas entrelinhas é: “Nossa música foi classificada no festival”.
Há uma certa alegria em tudo isto, é claro. O reconhecimento começa a vir de outros lugares que não o nosso meio artístico. As coisas começam a mudar à nossa volta. Já sinto isto há algum tempo – o que me remete à “rendez vous revisitado”, a canção: “Algo está acontecendo!”

E eu, que nunca duvidei de nossa capacidade artística, começo a acreditar que estamos realmente criando nossa própria estrada! E há tanta gente talentosa ao nosso lado!...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

SARAU KUTUPIRA + ANIVERSÁRIO DO MANOLO NO CAMACHO: TEMPOS ESTRANHOS... E COM GOSTO DE FRUTA!



















(fotos de Renata Teixeira)


Este domingo foi agitado pra nossa turma. Mais uma vez, conseguimos marcar dois eventos culturais no mesmo dia. Porém desta vez, pra variar, horários dispares foram escolhidos - mas só pra ver neguinho bêbado correndo da Penha pra Itaquera.

Pois bem: evidentemente fui o primeiro a chegar no Kutupira Bar (na Amador Bueno da Veiga, 987), onde Neris conversava com a própria. Sim, Kutu é a proprietária do bar, que cedeu o espaço para que Ivan Neris realizasse o sarau "Mambembe".

O espaço típicamente alternativo, possuiu o bar, um bilhar, e um porão pequeno e acochegante onde rola a música. Tudo num clima muito hippie alternativo e saudável. O ambiente é legal mesmo, acreditem! Mas voltemos aos acontecimentos.

Hora e meia depois, chega Beatriz Moreira. Três minutos depois, Renata Teixeira e Fernanda Pires. Cinco minutos depois, Hayashi e Bá. Sachão, Nando Z, Raimundo Marrom e Isa Diaz chegaram depois de quase uma hora que Hayashi havia chegado - e aí já tava começando a virar festa: Tiago Araújo e a pequena, bela e formosa Isís, também conhecida como cara metade de Tiago Araújo - ou seja: vice e versa, eles chegaram!

Havia uma tal de lista vip que Neris fez com aquela letra que nem o diabo consegue ficar olhando por muito tempo e uns porteiros zé roela que nem Sacha Arcanjo reconheceram. Não deu outra: Nando Z pediu os dois reais de volta quando descobriu-se incluso da mesma! Marrom fez o mesmo, mas de forma muito mais gentil.

Descemos ao porão do Kutupira bar. Neris manda uma poesia e me chama. Eu, que não sou besta, chamo o G.R.A.V.E. pra dar aquela força na sonoridade. Bom. Enquanto fumávamos Marlboro do lado de fora, uma poetisa poetou. Depois, Sacha Arcanjo. E outra poetisa, chamada simplesmente estrela. Brilhou. Depois, o G.R.A.V.E. - bom como tem que ser, apesar do som não ser o adequado.

Entre músicas, flertes, cervejas e puias, Renata Teixeira com seu click rápido, reguistrando sem flash os momentos. Aliás, acho que nesta matéria, as imagens digam mais que estas benditas palavras! E a sorte de muitos - e o azar de outros - é que esta câmara não é onisciente. Lá, ele!


No fim de tudo, prontos para ir ao Camacho, a Kutu diz me que adorou e deseja nos levar de volta lá.
O mais breve possível.
Que gostou mesmo, pra caramba!
Puta som!!!!!!!!
E por aí foi.

Tá vendo, oposição?
Não somos tão odiados assim!!!
Tem gente que gosta. Mermo!
E assim eu espero que seja.

Fim do tal sarau.
Bárbara ficou na casa de Hayashi (velha é assim mesmo!) e lá fomos eu, Hayashi e Marrom em direção ao Bar do Camacho, onde Nando, Sacha, Isa, Fernanda e Renata já estavam. Renata fotografando tudo. Sem flash. E todo mundo, naturalmente, querendo cheirar - que o diga Nando Z.

Como é sabido, era aniversário de Manolo, e haviam figuras presentes, como Ceciro Cordeiro - admirador nato de Marrom que, aliás, na segunda 14/09 perguntou sobre o mesmo enquanto eu assinava os papéis referentes ao São Paulo: cidade da música.

Lá, estávamos um tanto quanto bêbados. As puias corriam soltas como a música. Música de qualidade mesmo - e puias sem vergonhas. Sachão subiu e tocou com Manolo numa alegria invejável. Depois, Nando Z e Raimundo Marrom seguraram o mote por um tempo. Hayashi, doido pra tocar, insinuou-se para Nando que liberou o palco para o parceiro oriental. Tudo lindo, até que Camacho tirou Hayashi e botou o povo que estava lá para encerrar a noite.

Uma noite agradável, como tempos estranhos com sabor de fruta.
Hayashi tocou para Vila Matilde para encontrar Bá Ramos babando em sua cama.
Eu voltei de ônibus para Ferraz pensando nas possibilidades de livros unirem pessoas de forma totalmente inusitada.
Nando Z levou Sacha e Marrom.
Cada um para sua respectiva casa.

Ontem, segunda feira, Raimundo Marrom e Sacha Arcanjo rumam para Bahia, onde farão shows.
Nós ficamos por aqui, atentos aos acontecimentos inusitados e artisticos - e não artisticos - da nossa região.

Abraços. E apreciem as imagens!

Aconteceu

Neste domingo dia 13 de Setembro enfim aconteceu o primeiro Sarau Mambembe no Kutupira Bar Espaço cultural, após o frustante adiamento na primeira data, eu da minha parte tinha me desvirtuado da idéia, mas o convinte foi renovado e colocamos a mão na massa, como sempre o resultado foi um prato exótico, aquela micelania cultural que só um certo grupo de artistas da zona leste de Sampa sabe realizar, viajamos ao som elouquente do velho rock in roll de Darkney Santos vulgo ( Claudema ?), piramos na batatinha musical do G.R.A.V.E., Estrelas brilharam suas idéias ao mundo, a poetiza Carol nos premiou com seus versos intensos e pudemos mais uma vez delirar com a eterna obra do mestre Sacha Arcanjo e teve até uma apresentação deste ressucitado multiartista que vos escreve. Como numa peça de teatro, só quem esteve presente viu, ouviu e principalmente sentiu a energia dos artistas e do público que estavam em perfeita sintonia com o espaço, que na minha opinião só competiu a favor do evento.
O próximo Sarau acontecerá agora em Outubro, a data em breve estará aqui revelada a todos que passeiam por este sitio virtual, espero que quem não esteve neste que passou, se dê a oportunidade de estar no próximo e façam como a nossa mais nova cabeça pensante de plantão que floreceu sua presença por lá neste domingo pleno que vivemos.

SÃO MIGUEL HOMENAGEIA SEU ARCANJO: SACHA NA MISSA DOS PIONEIROS
















(fotos 1,2,3,4,5,9,10 e 12: Renata Teixeira. As outras: Claudemir Santos)

“O sentido da homenagem aos pioneiros:
A homenagem aos pioneiros, organizada desde 13 de setembro de 1993, é um ato de reconhecimento e cortesia, feito pela subprefeitura de São Miguel e pela Diocese de São Miguel Paulista, às pessoas, cuja vida é marcada pela prestação de relevantes serviços ao interesse público de nossa comunidade.” (texto escrito na pauta de cerimônia distribuída na cerimônia, em 11 de Setembro de 2009, durante o 387º aniversário de São Miguel)


Atrasado. Eu estava atrasado uns vinte minutos e sem Marlboros, descendo a Marechal ouvindo um Faith No More esquizofrênico. Na esquina da praça do Forró (também chamada por algum motivo de padre Aleixo Mafra Monteiro) cruzei com Fernanda Pires e Renata Teixeira. Na pressa quase não as reconheci de imediato. Cumprimentos.
“Onde vão as moças?”
“Estamos procurando um caixa eletrônico.” – Haviam saído da igreja à procura de um banco para garantir uma certa tranquilidade financeira momentânea.
“Qual vocês querem?”
“O Nossa Caixa. Você sabe onde tem um?”
“Aquele serve?”
Apontei para o outro lado da praça, na direção da Catedral, bem às suas costas. Viraram-se, viram o banco, olham-se e sorriram. Adoro mulheres!

Entramos na igreja e cruzamos a nave. Cena bonita que mantém minha pose, por mais que eu não coma ninguém, como lembrará Hayashi em seus comentários: o lendário Dark’Ney ao lado de duas beldades entrando atrasado, mau vestido, mas bem acompanhado, em alto estilo. Sachão, sentado numa das cadeiras do palanque de mármore sagrado nos viu e sorriu um sorriso amigo – ou quiçá de deboche, pois nós entramos e caminhamos até aqueles bancos reservados a famílias que pagam dízimo, cheios de gente importante. Renata foi a primeira a se tocar que estávamos invadindo território alheio. As pessoas olhando desconfiadas. Voltamos alguns bancos.

“Será que eu posso tirar foto?” – pergunta Renata.
“Deve.” – Digo eu.
“Mas, será que pode?” – De novo, a Flor.
“Olha lá.” – Diz Fernanda. Quase uma duzia de máquinas fotográficas. Entre os fotógrafos, evidentemente, Gilberto Travesso, o ícone fotográfico de São Miguel. Renata saca sua Cânon digital e cruza a nave da igreja. Todo mundo querendo cheirar a flor!

Os homenageados já recebiam uma bela placa prateada das autoridades presentes. Sacha Arcanjo era um deles. Sua história num resumo passou por nossas mentes por alguns instantes. Enquanto o mestre de cerimônia Marcelo Moller lia as passagens de sua vida, eu mesmo recordava a história pelas palavras de Arcanjo e me emocionava com a cena. Quem conhece o Sacha sabe a importância dele na nossa vida cultural e pessoal, independente da homenagem, mas aquele reconhecimento oficial, com toda a pompa e circunstância, me era um momento sublime em nossa existência. Sacha foi convidado a receber a placa. Aplausos. Muitos aplausos. Mais aplausos para o homem belo.

Renata já estava lá, clicando para tudo que é lado. Autocrítica, depois avaliou seu trabalho de maneira quase dura. Nasceu pra coisa; não tem jeito! Eu e a Fê a procuramos do outro lado, e eu descobri o povo sentado na ala esquerda. Lá vamos nós cruzando os bancos, observados por roupas sociais e vestidos finos numa noite quase que ecunêmica. Nós nem aí. Do outro lado, quase todos: o primeiro que visualizo é Ivan Neris. Ao lado, Raimundo Marrom e Grasi – sim: ela!. Ao lado de Grasi, Nando Z – de chapéu e tudo! Imediatamente faltam Bá e Hayashi para completar o quadro. Fazem falta os dois, mas o espaço é preenchido pela memória. Mais a frente, a família Arcanjo em peso: Sacha II Gabriel, Sávio, Soraia, Heby e sua mãe. Filhos, netos, amigos de estrada, como Waldir Aguilar e Akira, e amigos de negócios, como os outros presentes. Ficamos por ali esperando o final da cena.

É claro que coisas estranhas aconteceram. Houve um certo festival de palavrões espontâneos das bocas de algumas moças, e um Gilberto – como sempre gozador – esbarrando propositalmente em nossa flor, mas na verdade encantado com a dedicação e concentração da moça como o mesmo disse a mim e a Ivan Neris. No final, a Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo subiu ao palco. Eu e Neris saímos da igreja três músicas depois atrás de cigarros e coxinhas. Neris encontrou sua coxinha e a enfiou na boca. Eu não encontrei um Marlboro sequer na praça do Forró e fiquei sem cigarro mesmo. De volta à igreja, nos sentamos ao lado de Sueli Oliveira, que queria socar um certo senhor no banco de trás com uma tosse de cachorro que não tava fácil de suportar.

Após um discurso político do subprefeito Diógenes Sandim Martins, eu, Neris e Sueli nos juntamos à turma e esperamos a vez para cumprimentar Sacha. Assim que ele se livrou dos engravatados, acenou ao Sachinha e convocou a todos a tomar conta de seu corpo e sua alma e cumprimentá-lo com todo amor, respeito e orgulho reais que sentimos por ele. Fotos, puías, abraços; a festa era nossa. Fotos no púlpito – Nando Z doido pra tirar foto na cadeira do padre! – e tudo estava chegando ao fim.

Depois da Catedral, pizzaria Cantinella já sem as moças, que tinham desculpas planejadas possivelmente desde segunda feira para se livrar de nós. Na pizzaria, o Quebra Facão entregou ao Sacha uma estatueta de São Miguel Arcanjo como reconhecimento de talaguetas pagas e da homenagem recebida e mais do que merecida. Depois, evidentemente Bar do Didi – por pouco tempo e poucas indagas graças a motivos pessoais e urgentes da vida, que passa tão instantaneamente que o click de uma máquina nem pode registrar de fato a velocidade da existência que passamos por aqui.

A sexta, mais uma vez, acaba no dia seguinte. É madrugada de sábado quando repenso em coisas que valem a pena nesta vida. Uma delas é ver este povo reunido – como sempre faz – para homenagear alguém que está realizando uma existência maior que sua própria vida.

Parabéns, Sacha Arcanjo.

Força aí, Nando Z.

Amigos: inesquecível!

domingo, 13 de setembro de 2009

JCVD: ARTE NA BÉLGICA E BICA EM HOLLYWOOD



Atores da ação tentando fazer filme “de arte”. Stallone tentou em Copland, ao lado de De Niro e Harvey Keitel. Foi mais ou menos mas não passou da média, mas sempre achei Stallone um cara inteligente. Bruce Willis tem umas boas películas neste sentido, mas o bicho é carismático demais pra cair no ostracismo. Supresa pra mim foi ver o trailer de “JCVD”. Achei a idéia do caralho. Boa mesmo. Jean Claude Van Damme interpreta a si mesmo mesclando realidade num filme que você nem sabe mais onde está a fantasia. Se liguem no enredo: Van Damme está esquecido por Hollywood, com 47 anos nas costas, perdendo a guarda da filha (ele não dá bons exemplos em seus filmes, se envolveu com drogas), está mal mesmo; destruído. Volta pra Bélgica. Precisa de dinheiro. E acontece um assalto. Precisava assistir. E assisti. E amei.

Filmado por um tal de Mabrouk El Mechri, que também tem seu dedo lá no roteiro, o filme tem uma sensibilidade artística bonita de se ver. Van Damme arrebenta sem dar um único murro, mas revelando sua vida de forma verídica e crítica. Hollywood deve estar fula com o homem. Eu mesmo nunca poderia imaginar que fosse assistir um filme dele fora das reprises do Domingo Maior, quando quero apenas me distrair com algo que não me faça pensar, que somente me distraia. JCVD nos faz pensar de forma crítica sobre o que falamos sobre filmes e atores de ação. E digo mais: Van Damme chega a emocionar o público. Melhor que eu escreveu o crítico da Veja (o link abaixo, confiram!).

Eu recomendo o filme, e não esperem porradas, ladys e gentlemen: a não ser que esta aconteça no cérebro! Sim, é um filme de arte, de um cara que muito já nos entreteceu.

Diretor: Mabrouk El Mechri
Elenco: Jean-Claude Van Damme, François Damiens, Zinedine Soualem, Karim Belkhadra, Jean-François Wolf, Anne Paulicevich, Liliane Becker.
Produção: Sidonie Dumas
Roteiro: Mabrouk El Mechri, Christophe Turpin, Frédéric Benudis
Fotografia: Pierre-Yves Bastard
Trilha Sonora: Gast Waltzing
Duração: 97 min.
Ano: 2008
País: Bélgica / Luxemburgo / França
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Samsa Film / Gaumont / Radio Télévision Belge Francophone (RTBF) / Artémis Productions


http://veja.abril.com.br/190809/ele-chega-comover-p-138.shtml

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

SEGREDO DE ESTADO: OS DOIS LADOS DA MESMA MOEDA SUJA




Acabo de assistir “Segredo de Estado” (secret defense, direção: Philippe Haïm) que deve estar disponivel em todas as locadoras como um filme de ação ou coisa parecida. Não se enganem: ele é muito mais que isto!

O enredo do filme parte das atitudes do serviço secreto francês para escolher as pessoas - boa parte jovens que cometem alguma "bobagem" social na vida - que trabalharão em defesa do país. Uma delas é a ex-prostituta e estudante Diana (Vahina Giocante) que é chantageada por Alex (Gerard Lanvin, magnífico!) para ser uma agente do governo. Do outro lado, vemos a lobotomia em Pierre (Nicolas Duvauchelle), que cai nas “graças” dos terroristas muçulmanos na cadeia e consegue a honra de se tornar um homem bomba para destruir algumas centenas de vida em Paris.

Os dois lados são mostrados, com toda a sujeira que se pode imaginar e outras mais. Uma das primeiras frases do filme: “Não veja o agente como um ser humano, e sim como uma arma.”, dá uma pista mas não entrega a complexidade da obra que prova (aliás: mais uma vez os franceses provando) que é possível fazer um bom filme de ação com conteúdo, maestria cênica, profundidade humana e um final que nos faz pensar: serão os personagens – e nós mesmos em nossos empregos, estudos e títulos compondo, como diria Raul Seixas “nosso belo quadro social” – vítimas de uma causa nobre?... Enfim, assistam e descubram!