terça-feira, 22 de junho de 2010

Educação, Cultura e Universidade


Pois bem,

Não sou mais um universitário neste momento, pois me encontrei em um ponto onde a Faculdade que cursava não supria mais as necessidades que tenho enquanto estudante de música. São diversas as razões, dentre elas um curso de licenciatura no qual não tinha tanto interesse quanto ao curso de bacharelado. De fato, sabia da existência da licenciatura quando ingressei na faculdade, porém não esperava que esta fosse trabalhada de maneira a asfixiar o bacharelado. Problema meu, tudo bem. Agora, são diversos os relatos que tenho de colegas, amigos e conhecidos que ingressam na universidade esperando de fato ampliar horizontes, criar conhecimento ao invés de apenas absorvê-lo e vomitá-lo do mesmo jeito, repetindo tal qual um papagaio o faria, porém com um timbre mais agradável que o da ave.

Também é comum encontrar pessoas que ao se graduarem, ganham como conhecimento extra a arrogância intelectual. Por vezes penso que a pessoa pode mesmo ser arrogante, e agora que detém certo conhecimento, sua arrogância passa a ser bacharelada. Contudo, não raro, encontramos nos docentes comportamento bastante similar ao do bacharelando arrogante, ou ainda, um ar de "dono do mundo", onde eu mando e vocês obedecem, sendo que não há qualquer relação de reciprocidade aluno x professor. Como pode-se criar conhecimento em ambiente hostil? Como despertar no pobre aluno que se formou no Ensino Médio de um país de educação ineficiente a curiosidade pelo conhecimento, e assim torna-lo um ser humano questionador?

Difícil entender a cabeça dos docentes, que reclamam de seus pupilos, porém não interpretam o que lhes é enviado pelas pupilas.

Em faculdades de artes eu acho a coisa mais complicada. Além do conhecimento acadêmico, deve haver a inserção do indivíduo na cultura, sendo que as ferramentas utilizadas são sempre coercivas, ao invés de tentar-se criar uma solução que desperte interesse na criatura. (Tudo bem, esta já deveria ter o tal interesse, mas pensem no problema atual, não em um cenário utópico.)

Posso estar errado, claro. Isto é mais um desabafo contra alguns que sentam no próprio rabo e esquecem o que é ensinar.

Com professores de pensamento mesquinho, como formar alunos que pensam grande?

Não me comparo a Dalí, mas o cito: "Quem está apto a avaliar?"

E só de sacanagem: Quem sabe sabe, quem não sabe ensina.


Um comentário:

Escobar Franelas disse...

E só de sacanagem, "quem ensina, aprende duas vezes".