quinta-feira, 28 de maio de 2009
ATILIO GARRET E O ULTIMO VÔO PARA A ETERNIDADE! (REQUIEM PARA UM MESTRE AMIGO)
O Homem morre. Sua obra, jamais!
Logo: a morte é o caminho para a eternidade!
1992. Conheci o mestre Atílio Garret numa oficina de teatro de rua. Era março, eu tinha lá meus dezesseis anos, cabelos grandes e toda a rebeldia juvenil que a idade dá o direito. Atílio me olhou e sorriu ironicamente – uma ironia que, de certa forma, influenciaria parte da minha personalidade para sempre. Perguntou das minhas experiências artísticas: relatei os cursos freqüentados desde 1990, a peça no teatro Itália e o violão que eu tocava. Fez cara de surpreso, o canalha. Era muita banca pra pouca idade, e ele sabia. Me aceitou no grupo. Oficina de Teatro de Rua, na Oficina Cultural Luiz Gonzaga, ainda na rua Parioto, 402 – Jacuí: São Miguel ainda Paulista. Foi ali que o rebelde adolescente Dark’Ney deu espaço para o estudante e pesquisador de Artes Cênicas Claudemir Santos. Ali nascia o diretor.
2009. Dezessete anos depois, meu telefone toca às 23:13h. A voz de Gisélia Lima invade meus sentidos em um tom diferente, como quem tem algo a dizer a uma criança e, da maneira mais branda possível, ela me informa que Atílio Garret morreu ontem, 24 de Maio, e foi enterrado hoje, 25, em Guarulhos. O mundo pára por um instante. As preocupações somem. A vida perde o sentido. De imediato, tenho aquela sensação de vazio eterno invadindo meu peito e a recordação da última vez que o vi. Quer dizer que não iremos mais nos ver? Nunca mais? Surge ele me perguntando se já li Edgar Allan Poe, nos meses finais de 1992.
Gisélia tenta gentilmente puxar outro assunto, mas eu não tenho mais nada a dizer ou conversar. A mente é um turbilhão de ensinamentos ministrados pelo meu diretor mestre; o homem que me ensinou a aprender.
Certa vez, em 1993, no grupo Pandora: Atílio dirigia uma montagem com fragmentos de Martins Penna numa versão non sense (“Gente, sem senso não quer dizer sem sentido!”). Tinha algo a pesquisar e eu fui lá e pesquisei, levando para o grupo: o endereço da SBAT e a relação de textos em domínio público, coisas assim. Fui à Avenida São João, conheci o local, tomei notas, etc. Na reunião, mostrei ao grupo. Atílio pegou minhas anotações, abriu um caderno pessoal e conferiu com as suas.
“É isto mesmo, Gezoná.” – Várias vezes ele se referia a mim pelo nome do personagem de “O Grande Circo Padú”, o espetáculo resultado da oficina de teatro de rua, meu primeiro personagem sob sua direção. Ao ver que ele tinhas todas as informações que fui buscar, me revoltei. Por que ele dificultara o que era tão fácil?
“Mas você tinha tudo aí? Por que não passou pra gente?”
“Porque vocês precisam ir atrás do que vocês querem, não eu.”
Silêncio. Ele continua a reunião, definindo texto e personagens. Surge na mente Fabiana Guimarães (grupo Pandora) um ano depois, dizendo que precisava agradecer Atílio pro proporcionar seu crescimento artístico e entendimento da arte. Dou o recado e ele diz algo positivo sobre ela, desejando boa sorte a moça que jamais pisaria no palco outra vez, mas conseguia enxergar o mundo por outras perspectivas. No final de 93, eu sairia do Pandora e criaria o Alucinógeno Dramático em 94. Envei uma carta a Atílio, e ele me respondeu, dando aquela força. Eu precisava mesmo escolher meu caminho e praticar minha visão artística. Meses depois, Atílio foi assistir nosso primeiro espetáculo (A valsa dos mortos) e gostou bastante, apontando os pontos onde as coisas podiam ser melhores e elogiando o espetáculo para terceiros em encontros eventuais.
“Agora você é diretor, também! É isto aí, rapaz: mete as caras!”
Eu segui o conselho e, de repente, havia uma personalidade artística amadurecendo.
Entre erros e acertos, na estrada da arte encontrei o Atílio várias vezes. Sempre conversamos. Sempre pediu para que eu assistisse suas aulas e participasse das discussões; sempre me respeitou como pessoa e artista – e, é claro, sempre tirou onda da minha cara em todas as ocasiões possíveis –seu senso de humor era fantástico! E, em conseqüência...
Havia quem não gostasse do Atílio. Falavam de uma certa arrogância, de um humor ofensivo e uma certa desmistificação da coisa sagrada que era o teatro. Eu ria dos detratores e concordava com eles: “É por isto que eu gosto do Atílio; ele não tem viadagem, né?” – costumava dizer. Muita gente deixou de “gostar” de mim por eu gostar do Atílio que “destruía trabalhos”. A verdade é que Garret tinha um senso crítico e criativo muito apurado para os amadores que possuem DRT e se sentem profissionais por causa de um carimbo na carteira e iniciantes que desejavam elogios e aplausos para qualquer macacada que fizessem. Atílio pesquisava e incentivava a pesquisa. Estava sempre atrás de descobertas e transmissão de descobertas para proporcionar novas descobertas. Não era um artista acomodado, como a maioria é; estagnada no tempo e perdida no espaço da criatividade.
“Conhece tal coisa?” – pergunta ele.
“Não.” – responde o aluno.
“Então vai pesquisar. E não vai por mim, não, que eu posso estar errado ou querendo enganar você!”
Eu também não escapei desta rusga atiliana. Certa vez, num curso, no meio de um exercício, ele me interrompeu e disse:
“Pode parar! Seu corpo não tem cultura pra fazer este exercício!Vá praticar até estar preparado!”.
Poucas vezes me senti tão envergonhado. Outra vez, chamou minha atenção por causa da mania de endeusá-lo: “Você aprendeu porque quis, eu não te ensinei porra nenhuma! Você, você conquistou seu conhecimento!”
Não precisava de bajuladores, misticismos e coisas assim.
Gisélia desliga o telefone. É tarde, precisa dormir, talvez a gente se veja no dia seguinte. Desligamos. Mal dormi. Luz acesa: eu ainda não acreditava no fato. Na noite seguinte, Sacha Arcanjo diria “Pode acreditar porque é verdade. Precisamos mandar um e mail pra Elizete.” Enviamos. Eu tinha o telefone, mas ligar pra dizer o quê? O que se diz mesmo nestas horas? Quisera pudesse apenas exibir o coração e fazer surgir todo o sentido dos sentimentos.
Nos últimos anos nos vimos raramente, todas na Luiz Gonzaga. Anos atrás, nós seguíamos o Matéria Vertente para ver “Canudos”, “Os sertões” e “Sermões” em vários lugares de São Paulo e numa universidade de Guarulhos. Eu, Ivan Neris e Marcelo San, na Belina Ensemble, prestigiando, conversando e aprendendo com Garret, Elizete Gomes e Silvionê Chaves – estávamos correndo São Paulo também, com “Tempestade & Ímpeto” e “Uma Noite Lírica”: éramos colegas de trabalho conversando sobre nossa rotina artística. Aliás, a peça sobre Canudos virou o livro “Canudos, terra em chamas – história e teatro” pela FTD, em 1997. Este livro chegou na minha mão anos depois, autografado por Atílio e Elizete. Na dedicatória, ele escreveu: “que este livro ilumine seus conhecimentos e te instigue para novas pesquisas”. Não há data, mas lembro que estávamos montando “Maquiavel, Da Vinci e o Príncipe”. Era 2008.
“Você gosta destas coisas, né? Kafka, Poe, Maquiavel...”
Outra vez, nos encontramos de passagem na Oficina. Ele disse que eu estava careca, eu disse que ele estava gordo. Lembrou-lhe um conto de Luiz Fernando Veríssimo. Rimos. Piadas. Coisas assim. Amigos, sempre.
“Você velho, está mais bonito do que quando era novo!” – ele e o Sacha tirando sarro da minha adolescência do jeito que apenas velhos amigos que nos viram crescer podem fazer.
“Vou fazer um trabalho aqui amanhã. Vem assistir, mas não vai copiar depois, pô! O cara copia tudo que eu faço, Sacha! Assiste minha aula pra dar as dele!”
“O que eu posso fazer? Preciso seguir os passos do mestre!”
“Aparece aí amanhã, pra gente conversar um pouco.”
Não apareci. Não lembro o motivo. Mas não fui.
“Não acredito que ele morreu!”
“Pois acredite, Claudemir” – diz Sacha – “Infelizmente, é verdade.”
Verdade. Atílio sempre buscou a verdade em sua arte, e influenciou vários artistas que estão por aí, partindo de sua vertente para um novo rumo, tal qual ele gostava. No Pandora, depois de uma comida de rabo em todo o grupo, ele saiu da sala. As pessoas iam começar a cometer os mesmos erros. Eu os cortei e disse que devíamos conversar seriamente e a pensar arte com responsabilidade. O percebi na janela coçando o cavanhaque. Não esboçou nenhum gesto facial, apenas balançou a cabeça em sinal de aprovação, ajeitou os óculos e partiu. Pandora se foi. O Alucinógeno Dramático está aí até hoje e, da geração Atílio, ainda temos Isa Diaz e Marcos Antonyo. Já tivemos mais atilianos. Só assim o grupo funciona; com uma visão artística em comum. Em todos os momentos decisivos do grupo, eu recordo aquele movimento de aprovação do bom e velho Garret.
Hoje, descobrindo-me órfão de mestre, percebo que cresci e amadureci longe de suas asas, o que sempre era o desejo dele para com seus alunos: Atílio nos mostrava o céu e ensinava a usar as asas. Conquistar o céu dependia do desejo e esforço de cada alma, corpo e mente. Ele não era uma muleta! E devo confessar que ainda não sei voar direito – apesar de ter alunos e amigos que tem certa admiração por meu trabalho – e que ainda falta muito para realizar um vôo perfeito.
“Claudemir, você sabe quem faleceu?” – perguntou Gisélia, com a voz extremamente doce e cuidadosa.
“Não.”
“O Atílio.”
“...”
Eu, pássaro, sou lançado no céu por suas mãos. Quase caindo, mantenho o equilíbrio e me sinto feliz por ao menos conseguir manter meu vôo torto num céu nem tão azul assim. Olho para trás, querendo vê-lo admirar meu vôo desajeitado, mas ele está bem mais alto do que minha visão pode alcançar. Enquanto eu aprendia a voar, ele conquistava o Céu máximo. Há um sorriso em seu rosto, e um aceno de aprovação enquanto ruma em direção ao Sol. Tento fixar o olhar, mas minhas lágrimas impedem uma visão perfeita. Aceno adeus com o coração partido, mas feliz por saber que sempre estivemos no rumo certo de nossa existência. Viro o rosto para o futuro e sigo, tendo em minha alma a certeza de que, no passado, eu estive ao lado de um grande homem, que foi meu mestre e amigo.
(Atilio Garret faleceu em 26 de Maio de 2009 devido a problemas envolvendo rins e pulmões.)
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12 comentários:
Conheci o Atilio em 2000, foi minha 1º aula de teatro na Oficina Luiz Gonzaga, fui o primeiro a chegar quando entrei me deparei com aquele cara com um macacão jeans batido e de óculos , ele sempre com aquele sorriso sacana me perguntou: " O que você está fazendo aqui?" e eu respondi meio sem graça " não sei" , " ah então deve ser aqui mesmo pode entrar!!", e lá se vão 9 anos, quando li a noticia no orkut do Ney não acreditei, logo em seguida entrei neste blog, e lá estava,ainda sem acreditar fui obrigado a ligar para o Ney ás 23:30 da quinta-feira 28/05, e infelismente é verdade, a 1º coisa que me veio a cabeça foi esta lembraça do 1º dia que fiz Oficina com o Atilio, eu raramente tinha contato com ele mas toda vez que tive a oportunidade sempre aprendi algo para minha arte... ou para tirar "sarro" dos outros, grande figura!!! , sorte de quem teve a oportunidade de aprender com ele , um grande professor e uma pessoa muito carismática, Obrigado pela oportunidade!!!!
Tive um breve contato com o Atilio na OC. Acho que foi até fa última vez relatada pelo Claudema em seu texto. Me pareceu um cara bacana.
P.S.: Em se tratando de diretores de teatro, repararam que ninguém comentou a morte do Augusto Boal (no blog ou pessoalmente)?
De fato a morte de Boal não foi comentada. Talvez eu fosse o mais indicado para isto em nosso blog, mas Boal - apesar de toda a importancia na cena teatral brasileira e mundial - nunca fez muito minha cabeça e não é uma de minhas influencias - apesar de bons livros, uma leitura essencial para quem faz e gosta de teatro.
Atilio, além de mestre, foi um amigo, presente mesmo quando distante. Seus ensinamentos fazem parte de minha mente a todo o momento. Não tinha como não registrar aqui o sentimento da minha perda.
Vi o Atílio uns 4 dias antes dele falecer, ele estava na Secretaria de Cultura, me pediu uma data no Adamastor pra apresentar "O Leão e o Ratinho", respondi: "de novo??", ele sorriu, tomou um gole de café e disse "Vê essa pauta aí...Pô André não vai esquecer de mim."
que texto é esse? a memória é foda mesmo, quando vem, derruba rinocerontes, elefantes, bunkers e o diabo a quatro. claudemir, parabéns pela mais sincera homenagem que já li.
Em primeiro lugar deixe me apresentar meu nome é Rosana, sou prima do ATILIO, Sou também sua fã por toda minha vida, não só pelo fato de ser profissional de talento inquestionável, mas pelo misto de cultura e humildade, entre outras qualidades, uma fusão completa que o fazia único e verdadeiro. Me emocionei pelo teu desabafo onde ao mesmo tempo, presta homenagem e expressa sua
perplexidade diante de uma partida inesperada. E chorei... quando narra em poucas entrelinhas conseguindo relatar tudo o que o ATÍLIO representa, em todos os detalhes, não ficando nada para trás. Dois meses e mais alguns dias e meu coração dilacerado e esmagado ainda sangra,
lentamente vem sendo remendado ou restaurado, não sei... mais doí, doí,doí muito nesse momento escrevo e choro. Dá prá acreditar??? A conformidade em certos momentos parece se instalar, mas logo descubro que não consigo aceita-la ainda, as lágrimas não cessam a cada instante que dele me lembro.
Todos os dias penso em ecrever pra' ele em seu orkut, só que isso parece loucura ele não está mais lá, não lerá meus recados, preciso então encontrar a lúcidez. Álias se hoje tenho orkut, foi pela sua partida que o criei uma maneira desesperada de desabafar o que eu não conseguia. Ele sempre ria ,brincava, "prá mim largar de ser caipira e criar um orkut, assim a gente se fala mais e gasta menos". Ironia do destino fui criar um no dia da sua viagem sem volta. blog??? é a primeira vez que entro nem sei lidar direito. O choque de seu adeus sem tempo de despedidas foi tão grande, quando o timbre de um celular, naquela madrugada triste avisava, que a pessoa mais especial que conheci em toda minha vida,meu primo, meu querido saia de cena, as cortinas se fechavam. Não haveria mais reencontros, risos, conversas, planos para essa cidade onde cescemos, onde o povo tão carente de cultura se contenta com as migalhas que as autoridades oferecem...Não dava pra acreditar,eu li todo o projeto do leão e o Ratinho na noite e horário em que ele entrava para uma UTI, dormi com o projeto embaixo do travesseiro acreditando que na manhã seguinte começaria trabalhar para isso, mais o dia parece que não amanheceu...O que mais me doí, além de sua partida prematura, é o fato de termos lutado juntos tanto para a realização de um desejo insesante dele em desenvolver um grande projeto cultural na cidade onde cresceu e tanto estimava. Já estavamos quase lá´, tudo acertado com o prefeito e secretários
o desenvolvimento de sua luta em conseguirmos em fim... Os sonhos se desmoronaram como castelos de areia da noite para dia...
Um grande abraço, e obrigada pela homenagem.
Meu orkut é Rosanacoradim@yahoo.com.br,detalhe,
Blog nem lembro a senha que acabei de criar, portanto acho que não mais acessarei.
Rosana, ao ler sua mensagem, o mesmo pesar voltou a minha alma. Estes dias sonhei com Atilio; ele estava observando a montagem de um trabalho com aquele sorriso gozador no rosto. Conversamos algo, não lembro o quê. Acordei leve este dia. Após sua partida, me tornei mais exigente com meu trabalho artistico; não com a presunção de ser um sucessor, mas com o reconhecimento de que um artista tem que dar sempre o melhor de si e questionar seus limites. Acredito que esta foi a maior lição que ele me deixou. E, menina!, é incrivel: eu também tenho a impressão de que num próximo momento vou encontrá-lo logo ali, em São Miguel, na Oficina Cultural, na sala do Sacha planejando seu novo projeto em São Miguel e tirando sarro da minha cara! Coisas boas. Ele nos deixou muitas coisas boas!
Obrigado por registrar aqui seus sentimentos. E seja bem vinda: você está entre amigos.
Estava tentando encontrar velhos amigos na internet quando me passou no pensamento descobrir onde o Atilio andava. Ja nao o encontrava mais no Orkut, o perfil nao estava mais la e me lembro que a ultima vez que nos falamos foi quando eu havia enviado uma peca de um amigo mineiro de Ouro Preto por email e ele havia me prometido que iria ler. . . Depois, nao teve mais emails, nem recados, nada. Achei que talvez fosse pelo tema da peca, ou, a correria da vida. Vivendo fora do Brasil nunca eu imaginaria que uma coisa mais grave seria a razao do silencio. Fiquei chocada ao saber que o Atilio nos deixou. Foi como se tirassem um pedaco de mim, de quem sou, da minha historia.
Eu conheci o Atilio em 89 e cheguei a flertar com varios grupos de teatro que ele dirigia. Mais que um amigo, o Atlio me ajudou a romper muitas barreiras que eu tinha em mim. Algumas de forma bem dramatica, uma vez, ele me fez declamar poemas de Camoes na estacao da Se no horario de pico e de praticar o exercicio do desequilibrio dentro do vagao do metro. Tudo para que eu perdesse a minha timidez.
Eh muito triste saber que ele se foi, muito triste.
Estava tentando encontrar velhos amigos na internet quando me passou no pensamento descobrir onde o Atilio andava. Ja nao o encontrava mais no Orkut, o perfil nao estava mais la e me lembro que a ultima vez que nos falamos foi quando eu havia enviado uma peca de um amigo mineiro de Ouro Preto por email e ele havia me prometido que iria ler. . . Depois, nao teve mais emails, nem recados, nada. Achei que talvez fosse pelo tema da peca, ou, a correria da vida. Vivendo fora do Brasil nunca eu imaginaria que uma coisa mais grave seria a razao do silencio. Fiquei chocada ao saber que o Atilio nos deixou. Foi como se tirassem um pedaco de mim, de quem sou, da minha historia.
Eu conheci o Atilio em 89 e cheguei a flertar com varios grupos de teatro que ele dirigia. Mais que um amigo, o Atlio me ajudou a romper muitas barreiras que eu tinha em mim. Algumas de forma bem dramatica, uma vez, ele me fez declamar poemas de Camoes na estacao da Se no horario de pico e de praticar o exercicio do desequilibrio dentro do vagao do metro. Tudo para que eu perdesse a minha timidez.
Eh muito triste saber que ele se foi, muito triste.
Me lembro quando o Atilio me disse "voce eh o palhaco triste que nao chora". Hoje o palhaco triste chorou. Descanse em paz meu amigo.
Estou muito triste, estava procurando notícias sobre o Atílio e descobri através desta postagem que ele faleceu. Fui aluno dele em uma oficina em Telêmaco Borba e o admirava muito.
Estou desolada. Tb descobri através desta postagem que o Atílio faleceu. Fui aluna dele junto com Elizete Gomes na 1a turma do curso de Introdução e Improvisação Teatral na Oficina Cultural Alfredo Volpi em 1989.
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