CRESPUSCULO: um filme com vampiros lindos e frouxos, negros desastrados e índios perdedores (27 04 09 22H)
(ATENÇÃO: EU COMENTO O FILME TODO AQUI. SE DESEJA ASSISTI-LO EM BREVE, NÃO LEIA! EU CONTO TUDO! TUDO MERMO! APESAR DE SER MAIS PREVISIVEL DO QUE A HISTORIA DA CHAPEUZINHO VERMELHO!)
Acabei de ver “Crepúsculo” (Twilight) e suas duas horas de vampirismo açucarado. O filme não é ruim, não: bem feitinho, cumpre bem sua proposta de entretenimento. Nem bocejei. Mas realmente é apenas mais um filme típico para adolescentes. Mas... Como não podia deixar de ser... Notei alguns pontos interessantes nesta adaptação do romance de Stephenie Meyer que, ao passar para a telona, demonstra monstros americanos mais impressionantes que os vampiros embonecados. Não sei se o livro é assim – e nem vou saber, a não ser que alguém leia, me conte e eu acredite. Mas voltemos aos detalhes que percebi no inocente filme americano para ensinar menininhas escolher namorados bonitos e melancólicos que ainda não são gays:
Belle encontra os peles vermelhas (o pai índio paraplégico {que acabou de vender uma pick up para o pai da personagem} e seu filho, um coleguinha dela de infância que, evidentemente, não tem carro). Ao convidar o amigo de infância para ir com ela à escola, ele diz que não pode porque estuda na reserva. (Fato social dos EUA, eu sei. Nada demais até então);
A garçonete da lanchonete é uma espécie de mulata ou cafuza. (tudo bem. Fato social e blá blá blá – mais uma vez!)
Lá pras tantas, o único aluno negro da escola perde o controle do carro e quase mata a mocinha. (Tudo bem, fato social: negros sempre perdem o controle, mais cedo ou mais tarde!)
O chefe dos vampiros malvado é negro. (eu sei, eu sei... coisa da minha cabeça!)
Os caras que atacam a mocinha estão com latas de cerveja nas mãos, insinuando uma certa embriagues (isto dá uma má visão de muita gente que anda comigo!) E eu tenho certeza que, se o filme rolasse em São Paulo, eles estariam vestindo a camisa do Corinthians! (E os vampiros do São Paulo, possivelmente!)
Tem uma cena no posto, que todo mundo tá com mulher, exceto o neguinho que quase baba ao beber a cerveja.
Aquele negro malvado, o vilão afro descendente indecente, entrega o próprio amigo aos vampiros belos e bonzinhos, de bandeja, porque não gostava mesmo dele. Ou seja: duas caras, fingido e delator!
O pobre índio, que logo logo vai virar um lobisomem, tenho certeza!, nem pode entrar na porra do baile da escola.
No final, Edward não chupa a Belle. (ou seja, meninos comportados tem finais felizes!).
Não que estas coisas me incomodem real ou seriamente, ou que a minha consciência negra esteja em reação defensiva contra estes vampiros burgueses, arianos e frouxos. Nem sonhem com isto! Quem me conhece sabe que não sou afetado por estas coisas e nem faço discursos de gente dodói. O lance é que o negócio é tão explícito que não pude deixar de comentar. É legal ter uma visão clara das mensagens subliminares que Hollywood nos envia através de alguns filmes. Acredito que o pior tipo de racismo e discriminação se dá em nossas referências culturais, formando em nossa mente, indiretamente, arquétipos sociais: índios inválidos que precisam vender carros velhos, negros desastrados e delatores; subalternos sul-americanos, e por aí vai. Estas imagens, em um filme de entretenimento, para pessoas que só assistem entretenimento e não tem o menor senso crítico na alma – e são muitos! – geram conceitos acomodados na vida real, ainda mais na cabeça de adolescentes.
De qualquer forma, o filme não causa maiores interesses que dão margem a teorias de conspirações. Se vou assistir a possível continuação? Bom... Se eu tiver namorando uma menininha de 16, 17 anos, eu até vou ao cinema. Nada bonito, eu sei, mas eu nunca quis ser um desses vampiros bonzinhos. Deus me livre! Lá, ele!!!
BONUS: Estes vampirinhos...
Tive conhecimento do livro de Meyer o ano passado no Studio Arte & Dança. Minhas alunas, meninas inteligentes e talentosas, iniciando suas adolescência entre livros, dança, teatro e rock n roll, me mostraram o volume e até ofereceram emprestado. Ao ver aquele negócio, com mais ou menos quinhentas páginas, agradeci o convite. Meses depois, vi o cartaz no cinema, indicando que em breve teríamos um novo filminho de vampiro. Danou-se!
Eu não li o livro, mas acredito que as descrições sociais que fiz acima fazem mais parte do imaginário de Catherine Hardwicke, a diretora do filme, do que da autora do livro, o que não limpa a barra dela por transformar uma das criaturas fantásticas e fascinantes do cinema num metrossexual que não presta nem pra chupar o sangue das menininhas. O Vampiro de Meyer, ao meu ver, perdeu alguns encantos, ou melhor, trocou-os por uma beleza eterna, mas vazia e efêmera.
Estes vampiros brilham à luz do sol, como se estivessem cobertos de purpurina; aparecem no espelho, relacionam-se com a sociedade local e andam de dia para lá e pra cá, se o dia estiver nublado, além de ter uma casa praticamente de vidro. Dormir? Não dormem. E mais, esqueçam as estacas! Corte-os em picadinhos e jogue-os no fogo, se quiser matá-los. Fortes, ágeis, belos, destroem em duas horas de filme uma visão rica e cheia de significados do vampiro tradicional, deixando o personagem vazio e incapaz de até se alimentar de sangue humano.
Isto estraga o filme? De jeito nenhum: a molecada, principalmente as meninas e os meninos afeminados e com sonhos de aparecer na Malhação, vão adorar! Mas não se preocupem: o filme não vai destruir a visão milenar da criatura das trevas que tantos amam e veneram. Drácula está aí há muito, muito tempo! Vão, bichinhos, vão na locadora! Assistam o filme... Sem susto, claro!
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7 comentários:
Obrigado por uma otima diga para ñ ver!! veio é os emo bichu!! oia que tem gente perto que tá parecendo vampiro metrosexual hein!!! rsrs
Eu queria é saber porque eles tem uma visão tão negativa sobre os pobres e indefesos cachaceiros!
Pois é o outra inverdade, cú de bebado tem dono!! oxi e o meu nunca vai estar a venda!!!
Quem é o dono do seu Nando?
Tá vendo bicho... É por isso que eu não confio em quem não bebe. Se essa diretora bebesse ela não teria essa visão deturpada sobre a cachaça.
Agora, não vi o filme, mas vamos chamar o Cassidy pra dar um jeito nestes emos...
rsrsrsrsrsrsrs. Hayashi quebrou o facão via on line!
é bella, nao é belle. ;)
minha filha vc ja assitiu os outros a comenta dinovo po resso foi de nova sua pagina que o ja ta antiga isso foi de 2009 agora estamos em 2011 ta filha velinha ta
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