Acabei de ler Revolução dos Bichos de George Orwell, para garantir que o cara é bom, e não apenas "deu sorte" em 1984 (pois é gato, eu tenho essas frescura).
Lembrei-me ao final do livro da música Revolution dos Beatles, e a mim parece que ambas passam pelo mesmo prisma, sobre o porque, a finalidade e o fim de uma revolução.
Tento não levar o papo para um viés político, e sim para um olhar mais filosófico (será?), em que pese a questão de um ser que se julga onipresente e onipotente, de seguidores facilmente ludibriáveis, e o mais importante, propósitos.
No fim, é melhor morrer cedo a se tornar o seu próprio inimigo (como já dizia Harvey Dent=)).
Ou será que já somos nossos inimigos desde o início e somente precisamos de uma desculpa para derrotar o oponente e tomar o poder?
Será que nós, pretensos agitadores (ou agitados) culturais somente não queremos nos sobrepor ao sistema já estabelecido de cultura de massas e empurrar para a "massa" a arte que NÓS julgamos importante?
P.S.: A questão é só pra criar indaga mesmo.... =)
4 comentários:
Bom, há duas questões importantes aí: o sitema nos engoliu porque não fizemos esforços o bastante para que ele não fizesse isso, ou será que a nossa falta de esforços advém do cansaço que o sitema provocou ao tentar fazer com o que o engolissemos? Claro que o fazer cultural apresenta facetas que a olhos e ouvidos destreinados, podem parecer, ou soar, maravilhosas e dignas de se tornar (ou seria tronar?)atos de fé, entretanto, o trecho já está um pouco gasto e o macaco (coitado!)jaz à beira da morte...; compreendo a indaga, os brios, e penso se não é mesmo verdade que queremos impor nossa facção cultural ao mundo que, vez por outra, julgamos "aculturalizado", entretanto, onde ficam as nossas veleidades, nossos gritos, nossos "nãoditos", nossas chances de expulsar os demônios que a passo largo consomem nossas existências? Entendo perfeitamente a revolução (eu também já revoluí....), mas me sinto (talvez sem muita esperança, é verdade) parte de algo maior - enquanto fazedor de cultura (ainda que seja só a nossa pouca, parca, picaresca e pitoresca cultura) -, mesmo que a mim não tenha sido dada a oportunidade, ou o direito, de saber o que é, exatamente, esse "algo maior": coisa mística, sacerdotal e impura que esolhi, às cegas primeiro, depois às vistas, para ser parte do que eu sou.
Desculpem pela dialética desajeitada, pela falsa retórica e pela pouca poesia... é assim que é mesmo, no final das contas...
Pois é, a indaga se deu somente porque as vezes acho que o discurso do povo artístico se torna igual ao do "sistema", apenas com verdades diferentes. Como não há verdade absoluta, as coisas deveria coexistir, e aí é que está o grande problema, pois só há uma verdade aí para ser engolida, por mais que tenha gente que cuspa (papo esquisito esse no fim hein!)
Concordo, e como concordo.
Acho que é um flash da cena da auto-inimizade... cuspimos ou engolimos?
É por isso, entre outras cosas, que política e flosoficamente, aplico em minha vida os princípios do anarquismo. Rememorando Camus, a acracia é a única via de ser-se completamente absurdo sem a necessidade da hipocrisia como "condimento social". E, a propósito, concordo com os dois.
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