terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

É muito músico para pouco artista

Faz tempo que eu não escrevo aqui. Sabem por quê? Eu estou na faculdade! Oh! Grandes merda!E como já disse antes, também acho.
Como não fui viajar no carnaval, arranjei um tempo pra ficar pensando e escrevendo merda.
Convivendo com outros músicos descobri (mentira, confirmei) que há uma galera que é muito músico (ator, artista plástico, escritor...) pra pouco artista.
A linha é tênue, é complicado sacar o limiar. A linha tênue entre o amor e o ódio.
A centelha me veio conversando com alguns estudantes de música, uns já mais experientes, outros mais crus. E de nenhum deles veio um comentário que a mim fosse interessante.
Comentaram sobre Beatles, Tom Zé, Chico Buarque, Ivan Lins e outros, com argumentos de que as músicas eram mal executadas, como se isso foi realmente importante.
Eis minha opinião: NÃO INTERESSA TANTO A EXECUÇÃO. O MAIS IMPORTANTE É A CRIAÇÃO DA PORRA TODA. TOCAR QUALQUER MÁQUINA TOCA (SEJA ELA DE CARNE OU DE METAL). Eu quero ver alguma porra de uma máquina inventar alguma coisa. Pode ser que isso um dia irá ocorrer, o problema é que as pessosas que se utilizam do argumento de que a execução é MUUUUITOOO importante não pensam futuristicamente, apenas utilizam os argumentos que possuem, como executadores.
Não estou falando que qualquer toscão pode fazer uma coisa muito foda, o lance é que "toscão" pode ter a sensibilidade que muito "fodão" não tem, e isso faz toda a diferença. A diferença entre um MÚSICO e um ARTISTA.
Conheço o trabalho de gente que é TÃO ARTISTA QUANTO MÚSICO, conheço trabalho de gente que é MUITO MAIS ARTISTA QUE MÚSICO, conheço trabalho de gente que é SÓ MÚSICO, e digo que o importante mesmo é SER ARTISTA.
P.S.: Não citei exemplos no último parágrafo para não influenciar qualquer opinião, porém em qualquer mesa de bar eu me explico melhor.

2 comentários:

Nando Z disse...

Mermo, e acho que já me impressionei mais com os toscos que os fodões

Claudemir "Dark'ney" Santos disse...

Mesa de bar, né? Sei! Desculpinha fajuta, japonês! Seu texto é muito claro e bem escrito. Aliás, como bem citou, artista é uma tristeza. Ontem mesmo na faculdade, a mestra e artista visual Andrea Tavares descrevia alguns elementos do seu meio da seguinte forma (ou mais ou menos assim): atores: excêntricos, extravagantes, com ar de superioridade; músicos: os melhores do mundo, convencidos de mão cheia. Eu completei citando os poetas: seres chatos e inconvenientes e, é claro, perguntei sobre os artistas visuais, e ela disse: Ah, estes são malucos! - Tá vendo? É sardinha puxada pra todo o lado. Por isso, fico com Hayashi, Nova e Seixas "O problema é muita estrela pra pouca constelação!"