terça-feira, 30 de junho de 2009

DRÁCULA: PROCESSO ARTISTICO E SELEÇÃO DE ELENCO. REGULAMENTO

DRÁCULA PROCESSO ARTISTICO E SELEÇÃO DE ELENCO

REGULAMENTO

1) O Alucinógeno Dramático Teatro & Pesquisa abre inscrições para o processo artístico e seleção de elenco para o espetáculo “Drácula”;

2) Podem participar do processo artístico: interessados entre 16 e 30 anos, com ou sem experiência em teatro. (Integrantes de outros grupos teatrais podem participar do processo, mas não participarão do espetáculo);

3) O Processo Artístico, acontecerá aos Sábados, das 13h as 18h, em local a ser definido, entre 18 de Julho e 15 de Agosto;

4) Durante o Processo será abordado:

a. Preparação corporal;
b. técnicas de interpretação e criação dos personagens;
c. História mitológica e cientifica dos vampiros;
d. Criação de Bram Stoker e sua influencia no mundo ocidental;
e. Filmes e documentários (Drácula no cinema);
f. Expressionismo;
g. Leitura e interpretação de texto;

5) Serão selecionados para o espetáculo aqueles que condizerem ou adaptarem-se às necessidades artísticas do grupo nos quesitos: atitude artística, interpretação, assimilação de conhecimentos, integração grupal, tempo disponível para ensaios, apresentações e outros conhecimentos artísticos necessários ao espetáculo;

6) Cada participante terá uma apostila e um diário de bordo para registrar suas experiências no processo artístico (Este material custará R$ 10,00 [dez reais], que deverá ser pago no primeiro encontro, dia 11 de Julho);

7) O Processo Artístico não oferece alimentação nem transporte aos seus participantes. (Recomenda-se trazer uma garrafa de água);

8) Não serão permitidos acompanhantes durante as atividades do Processo Artístico;

9) O participante deverá trajar durante o processo roupas que permitam flexibilidade corporal: camisetas fechadas, calças de moletom, tektel, leg ou similares, próprias para exercícios físicos – não muito novas. (Poderão, se desejar, leva-las e vesti-las antes das atividades).

10) Para a segurança do participante, não será permitido durante os exercícios físicos: cabelos longos soltos, pulseiras e relógios, brincos grandes, piercings à mostra e coisas do gênero.

11) Problemas físicos envolvendo respiração, articulação, nervos ou coração deverão ser informados com antecedência na ficha de inscrição;

12) Todos os interessados em participar do Processo Artístico devem enviar um pedido da ficha de inscrição e/ou perguntas (dúvidas) para claud-santos@hotmail.com até 13 de Julho de 2009.

EM DIREÇÃO A DRACULA: A CRONOLOGIA SOBRENATURAL DAS PEÇAS DO AD!

O sobrenatural me fascina. Desde que me entendo por gente. Desde os filmes da Hammer aos clássicos alemães do expressionismo, passando pelo horror psicológico de Poe à claustrofobia kafkiana e as forçadas de barra das produções oitentistas, este universo me conquistou. No Teatro, o Alucinógeno Dramático realizou alguns feitos neste sentido:

1994 “A Valsa dos Mortos”
Citação direta à “Dança dos Vampiros” (1967) de Roman Polanski – ambos comédias escrachadas. Enquanto Polanski jogava na tela a sensualidade de Sharon Tate, vampiros judeus (logo, sem medo da cruz!), vampiros gays e doutores idiotas, eu colocava em cena um barão do café brasileiro fanho, um corcunda sacana, uma empregada zumbi (Chula, que rendeu a Lílian Menezes o prêmio de melhor atriz coadjuvante no 1º Festival de Teatro Amador do Itaim Paulista) e Jéssica, uma bruxa realista e sensual no meio de tanta farsa. (Atílio Garret adorou o espetáculo. Saudades do mestre!).

1995 “Domínio & Submissão”
Um thriller psicológico onde um patrão tenta convencer um serviçal não ser tão submisso ao seu poder. Tensão do começo ao fim e um final inesquecível numa peça absurda. Apresentamos o espetáculo por seis meses até que Edson Flávio saiu por “não se sentir bem representando o personagem” que, incapaz de desobedecer o patrão, assassinava mulher e filha, entre outras atitudes. Horror psicológico puro: o que fazer quando seu inimigo é você mesmo?

1995 “Berenice: uma história que não deveria ser contada”
Baseado no clássico de Edgar Allan Poe, autor sugerido por Garret anos antes. Uma formação antológica: Claudemir Santos, Marcelo San Geres, Cylene Santos, Roberto C. Santhos, Simone Melo e Eunice Antunes. O mundo nos pertencia. Cenários expressionistas, figurinos de época, roteiro trabalho por seis meses. Duas semanas antes da estréia, Eunice engravidou e não pode interpretar o personagem, trocando o teatro pela vida pacata de dona de casa. Acabou com o grupo, que não conseguiu uma atriz para substituí-la. O mundo escapuliu.

1998 “Uma Noite Lírica: Álvares de Azevedo em Transe”.
Ivan Neris criou um Álvares de Azevedo inesquecível para quem assistiu ao espetáculo durante os três anos que ele viveu. Cenários fantasmagóricos, vozes no ar, um fantasma visível, vivos invisíveis, assustador! Nunca vimos algo naquele estilo no teatro. Nem antes, nem depois.

2000 “Frankenstein: Vida Recriada”
Uma versão cibernética fantástica e inesquecível, merecedora de um biz em breve. Visual influenciado por Alien, Aliens e Alien³, o peça futurista provocou com requinte, terror e sensualidade que a história de Mary Shelley é, de fato, eternamente assustadora!

2003 “Markheim”
Baseado no conto de Robert Louis Stevenson, erótico, violento e com direito ao diabo em pessoa (a loira Priscila Oliveira que só Deus sabe, meus amigos! E ele não conta pra ninguém!). Último espetáculo com a participação de Maria Vanessa e primeiro papel principal de Marcos Antonyo.

2004 “Macário”,
De Álvares de Azevedo. Viviane Campos deu vida a Satã, atentando o “Macário” Marcos Antonyo, Rudney Morales, eu, e qualquer um que assistisse a peça! Terror e erotismo em dose sobrenatural!

2007 “Hidrofobia”
Patrícia Maria, Karen Danielle e Bárbara Ramos mandaram ver, interpretando cinco personagens diferentes, montando um quebra cabeça tétrico e surpreendente.

Agora, mais uma vez, mergulharemos no universo fantástico com “Drácula”. Seguindo a linha de algumas produções do AD, vamos iniciar um processo artístico para preparar o elenco e descobrir os caminhos da nova produção.

No processo vai rolar muitas coisas legais e raras: filmes, documentários, textos de revistas e livros, coisas assim. Segredos guardados a sete chaves até o inicio do processo. Enquanto isto, o roteiro está sendo escrito em colaboração com Alyne Garroti, um amor de garota que sabe bem como deficrar minha obra e enriquecer a criação e, do meu outro lado, Lygia Martinez auxilia na pesquisa e logística do material de pesquisa. Duas novas colaboradoras de campo que, ao lado de Marcos Antonyo, Clara Barbosa, Isa Diaz e Karen Danielli, tornarão mais rico a todos os participantes este processo artistico. No mais, nem posso imaginar como serão as coisas. Se tudo correr bem sob o luar, entre Julho e Novembro estaremos envolvidos com um dos seres mais malditos e sedutores da história mundial.

Vampiros me fascinam.
Nosso espetáculo fascinará você!


ESPETÁCULOS TEATRAIS APRESENTADOS PELO ALUCINÓGENO DRAMÁTICO:
2009 – Medéia: A vingança está servida! (Sêneca, Euripedes) – Estréia: Julho/2009
2008 – Sobre Duas Rodas
2008 – Natália Gay and The Homofobics Band!
2007 - Hidrofobia
2006 – VIA CRUCIS – A PAIXÃO DE CRISTO EM SÃO MIGUEL
2005 – ELECKTRA – O ELOGIO À VINGANÇA
2005 – I6ZZ – A HISTÓRIA DE SÃO MIGUEL
2004 – MARINHEIRO (Fernando Pessoa) Dir: Ivan Neris
2004 – MACÁRIO (Álvares de Azevedo)
2003 – MARKHEIM (Robert Louis Stevenson)
2003 – I6ZZ-HISTÓRIA DE SÃO MIGUEL
2003 – O AMOR E A ALMA (Eros e Psiquê)
2002 – A FADA DAS ESTAÇÕES
2002 – DO AMOR, SOBRE OS MITOS (mitologia grega)
2001 – E ASSIM NASCEU JESUS (Bíblia, Charles Dickens)
2001 – HAMLETS (William Shakespeare)
2001 – SMURIAD E A PRINCESA SILENCIOSA (Andersen e Grimm)
2000 – CARMEN (Prosper Mérimée e Bizet)
2000 – TEMPESTADE & IMPETO (remontagem)
1999 – VIDA RECRIADA (“Frankenstein”, Mary Shelley)
1998 – UMA NOITE LÍRICA: ÁLVARES DE AZEVEDO EM TRANSE
1997 – UM VAMPIRO NO KAOS (Jorge Mautner)
1997 – TEMPESTADE & IMPETO
1995 – DOMINIO & SUBMISSÃO
1994 – A VALSA DOS MORTOS

(Os textos por Claudemir Santos, exceto os indicados. Todos os espetáculos foram dirigidos por Claudemir Santos, exceto o indicado)


BREVE: HISTÓRIA DO AD E PASSAGENS SOBRE ALGUMAS MONTAGENS DIRETAMENTE DOS DIÁRIOS DE BORDO! AGUARDEM!!!

MEDEIA A CAMINHO: NOVO ESPETÁCULO DO AD TEM PREVISÃO DE ESTREIA!

MEDÉIA A CAMINHO: NOVO ESPETÁCULO DO AD TEM PREVISÃO DE ESTRÉIA!


A estréia de MEDÉIA: A VINGANÇA ESTÁ SERVIDA! tem previsão para Julho – terceira ou quarta semana do mês. O grupo tirou o espetáculo da Grécia antiga e está transformando-o num verdadeiro universo lúdico para as concepções artísticas de Clara Barbosa, Marcos Antonyo, Isa diaz e Claudemir Santos que, juntos, estão fazendo de
“Medéia” um espetáculo literalmente alucinado. Possessões espíritas, puteiros, novelas mexicanas, músicas esquisitas, interpretações duvidosas, lirismo e referências cinematográficas a Quentin Tarantino, Oliver Stone e Robert Rodriguez prometem deixar muita gente feliz da vida por não ver uma tragédia tão trágica assim – ou os conservadores putos da vida, ao descobrirem que a arte pode ir muito além da geladeira das tradições. O conselho é: se você espera um teatro grego naqueles moldes lá, não vá: a anarquia cênica domina da mise en scene à interpretação dos atores, que estão se divertindo mais que adolescente com grana em parque temático com motel incluindo.
O enredo da peça é simples: Medéia, após trair o pai, matar o irmão e outras cositas mais por amor, é traída por Jasão, seu amado, que casará com Glauce, filha de Creonte. Medéia, além de perder o marido, também será expulsa do país por falar demais. Inconformada, ela trama uma vingança terrível na qual, segundo ela, “transformará um dia em vários cadáveres”. Baseado fielmente nos textos de Sêneca e Euripedes, o espetáculo, apesar de manter a seriedade do texto, mostra algumas interpretações alternativas de ações e sentimentos dos personagens. Sabe aquele cara que você não gosta e se deu mal? Aquele risinho maldoso? Pois é; um espetáculo que será cômico – se não for trágico!
Aguardem!

MEDEIA: A VINGANÇA ESTÁ SERVIDA!
CLARA BARBOSA- Medéia, dançarina de bordel.
MARCOS ANTONYO – Jasão, direção de cena.
ISA DIAZ – Ama, dançarina de bordel.
CLAUDEMIR SANTOS – Creonte, pesquisa musical, Luz & Som, direção geral.
TODOS – Concepções Cênicas, Cenários, Adereços.
COLABORADORES: Raimundo Marrom (Pesquisa musical)
Ligia Martinez (Pesquisa musical,texto incidental em espanhol)
Giseli Costa (texto incidental em espanhol)
Sacha Arcanjo (Apoio incondicional)

PREVISÃO DE ESTRÉIA: JULHO DE 2009.

O DEPOIMENTO DE EDWARD R MURROW

BOA NOITE E BOA SORTE: O DEPOIMENTO DE EDWARD R. MURROW EM 25 OUTUBRO DE 1958, DURANTE UM TRIBUTO À SUA PESSOA REALIZADO PELA FUNDAÇÃO E ASSOCIAÇÃO DE DIRETORES DE NOTICIAS DO RADIO E DA TELEVISÃO (EUA – EXTRAÍDA DO FILME DE GEORGE CLOONEY)

“O que eu vou dizer não deve agradar a ninguém. No fim, algumas pessoas talvez acusem este repórter de cuspir no próprio prato, e a organização talvez seja acusada de acolher idéias hereges, perigosas. Mas a complexa estrutura das redes de televisão, publicidade e patrocinadores não será abalada ou alterada”.

É meu dever usar de certa franqueza para falar com vocês sobre o que está acontecendo no radio e na televisão. Se o que eu disser exigir, sou o único responsável pelas minhas declarações.

A nossa história será lembrada pelos nossos atos. Se houver historiadores daqui a 50 ou 100 anos e se houver material de uma semana das três emissoras, haverá provas em preto e branco e em cores da decadência, alienação e falta de cobertura da realidade que vivemos.

Atualmente nós estamos ricos, gordos, seguros e complacentes. Somos inclinados a evitar informações desagradáveis e perturbadoras. A nossa mídia reflete nossa atitude. Mas, exceto se esquecer os lucros e reconhecer que a televisão está sendo usada para distrair, enganar, entreter e nos isolar, então a televisão e os que a patrocinam. Assistem e que nela trabalham terão uma visão bem diferente, mas tarde demais.

A nossa história é o resultado do que fazemos. Se continuarmos como estamos, a História se vingará e nos fará pagar. Às vezes, exaltemos a importância das idéias e da informação. Vamos sonhar com a possibilidade de, num domingo à noite, no horário ocupado por Ed Sullivan, se faça estudo clínico da educação. E que, uma semana depois, o horário usado por Steven Allen sirva para uma análise da política americana no Oriente Médio. Será que a imagem dos nossos patrocinadores sairia arranhada? Será que os acionistas ficariam revoltados e reclamariam? O que aconteceria? A não ser que alguns milhões de pessoas se informassem mais sobre assuntos que determinam o futuro do país, e portanto o futuro das nossas empresas.

Àqueles que dizem que as pessoas não se interessam, que são complacentes, indiferentes e alienadas, eu apenas respondo que, na minha opinião de repórter, há provas concretas de que essa afirmação é incorreta. Mas, mesmo que não o seja, o que eles tem a perder? Se estiverem certos e o nosso veiculo só servir para divertir e alienar, a televisão está em perigo, e logo veremos que a luta foi em vão.

Este veiculo pode ensinar, pode esclarecer e até inspirar. Mas só pode fazer isso se as pessoas o usarem com esse objetivo. Senão será apenas um monte de cabos e luzes dentro de uma caixa. Boa noite, e boa sorte.”

Assistam ao filme. Eles realmente desafiaram o governo de forma diferente, inteligente e ousada. E se não servir de exemplo, pelos deuses e por Mário de Andrade!, que nos sirva ao menos de lição!

BOA NOITE E BOA SORTE (Good night, and good luck) Drama. P/B. 93 minutos. 2004
DIREÇÃO: George Clooney. ELENCO: David Strathairn/Patrícia Clarkson/George Clooney/Jeff Daniels/Robert Downey Jr/Frank Langella. (Mega Cine/Paris Filmes)

domingo, 28 de junho de 2009

Então...

Pois é caros companheiros de planeta, depois de um longo tempo de ostracismo quem retorna ao fazer artístico ? nada mais nada menos que o seu interlocutor Ivan Néris!!! grande merda me diriam alguns e é claro que devo concordar, porem mesmo assim continuemos... Estou gestando um sarau que deve nascer dia 15/08/2009 no Centro Cultural Alternativo Kutupira que se localiza na Av. Amador Bueno da Veiga , 987 - Penha ( em frente a Embratel) trata-se de uma gestão à duas barrigas pois estou contando com a ajuda da Carol, uma poeta que conheci no espaço e que já realizou dois outros saraus lá. Bom tenciono realizar um sarau nos moldes dos saraus em que já estive envolvido na produção e que alguns dos carissimos creio tiveram a oportunidade de participar (muita musica,teatro,poesia etc) e o principal sempre que a presença iluminada do público, espero contar com a presença de todos no palco ou na platéia como cada um desejar afinal de contas a máxima continua imortal " faça o que quiseres pois é tudo da lei ".

quarta-feira, 17 de junho de 2009

De graça é mais gostoso!!!

Caros correlegionários,

acessem o link abaixo e confiram a lista das peças participantes e quais os postos de retirada de ingressos!!!

www.festadoteatro.com.br

É grátis!!!!

Ôps!!! Esqueci!!!!

Esqueci o texto!!! Lá vai: (o título é provisório)


Depois de um dia de trabalho, a mulher chega em casa e vê, sobre a mesinha de centro, uma arma.
Sentado no sofá, indiferente às sacolas que acabam de entrar, à arma e à mulher, o marido dormita.
– Quê que é isso?!
– Comprei um trezoitão.
– Pra quê?!
– Vou matar alguém.
– Quê?! Tá loco?
– Não. Decidi. Vou matar alguém.
– Meu cê fumou merda? Que porra de idéia é essa?!
– ...
– ... ?!
– Já sei: brigou com o Erivaldo de novo!?
– Não, nem fui na obra hoje...
– Ah, que bom! Espero que cê lembre disso no fim do mês, tá?! Eu aqui toda fudida, quase dando bunda no trabalho, e o bonito aí, com o rabo colado no sofá! Ainda por cima com essa cara de bunda, olhando pro teto e falando bosta: vô matá alguém, vô matá alguém, nheim, nheim, nheim! Retardado! E, outra coisa: como é que cê comprou essa porra, se tava me pedindo dinheiro pro cigarro de manhã?!
– Comprei na boca do Tobias...
– Be-le-za! Além de débil-mental, agora Cê ficou burro! Tá envolvido com os canela seca!? Bela bosta! Assim cê vai bem...
– ...vou pagar depois...
– Como?! Dando o cu?!
– ...a gente fez um esquema aí...
– Esquema?! Que esquema?! Cê num paga, ele te mata? Anta!
– ...vô passar a televisão pra ele...
– Hã?! Nem fudendo!
– Meu, entende: eu tenho que matar alguém.
A mulher olha com saudades para a televisão. Sabia que quando ele colocava alguma coisa na cabeça, era ganho se apostado: ninguém tirava.
– Escuta, posso saber o porquê dessa idéia de jerico?
– Não.
– Hã?
– Quer dizer, não sei.
Disse isso enquanto recolhia da mesinha o trinta e oito e, com um pouco de cuspe e a ponta da camiseta, tentava algo parecido com uma lustrada.
– Vira essa porra pra lá! Tá carregada?!
– Tá.
A arma apontada para mulher, na altura dos seios, tremia nas mãos inexperientes.
– Meu cê tem certeza disso? Lembra que cê tem passagem...
– E cê acha que num sei? Eu tenho que matar alguém e pronto.
– E eu? Como é fico se te pegam? Cê um bosta, mas é o meu bosta...
O marido olhava para a arma e para a mulher, para arma e para a mulher, como se estivesse se certificando da distância certa, da precisão da mira, ou ainda, como se vasculhasse entre os miolos a idéia de imaginar-se sozinho. Sorriu de um pensamento obsceno: mulher gostosa do caraio!
A arma na mira dos seios.
– Por que cê num abaixa essa porra pra falar comigo?! Já falei, vira essa merda pra lá, inferno!
Ele sorriu novamente, pensou em penetrá-la ali mesmo, sem massagem, sem cuspe, à força do poder que a arma lhe dera.
A mulher um pouco mais comedida, vendo que a arma não fora abaixada:
– Peraí! Meu cê ainda tá com raiva de mim por causa de sábado? Puta que o pariu, cê é igualzinho à tua mãe: quando pega pra impregnar, num sai nem com água quente!
– Não é nada disso.
– Como não? Cê ta apontando o berro pra mim!
Queria ela naquela hora. Rasgar a blusa, estourar o zíper da calça, meter-lhe a arma pela boca, enquanto se projetava para dentro dos túneis que outrora lhe assustaram.
– Logo eu que sempre te ajudei, te ensinei a ser homem, limpei seu vômito, te pus na linha! É isso que eu mereço?
– ...
– Pára com isso, larga de bobice e vem aqui, me dá um abraço... eu te chupo até o fim... quer?
Um esgar de nojo perpassou pelo seu corpo e no mesmo instante, recobrou seu propósito original:
– Não. Tenho que matar alguém. Já falei.
– Puta merda! Se for eu, atira logo nessa porra! Mas pára de ficar repetindo tenho que matar alguém, tenho que matar alguém, já encheu o saco!
– Olha só, primeiro: não quero te matar, tenho motivo pra isso... ?
– Até parece! Cê acha que eu sou uma vadia?! Olha que eu tomo essa porra da sua mão e te meto uma azeitona na fuça!
– ...Segundo: essa a única coisa que eu realmente quero, e posso, fazer na porra da minha vida e você fica me azucrinando!? Cacete! Cê num diz que me apóia?! Me apóia nisso então!
– Mas até agora eu num entendi nada! Cê nunca foi dessas coisas, nunca nem segurou um troço desse! De onde cê tirou isso?! Pra quê?! Cê num tá vendo que cê vai se fudê?! ... Quê que cê ganha com isso?! ... Aliás, o quê que a gente ganha com isso?!
Olhando feito um guaxinim para a mulher, subiu um pouco a mira. Parou com a arma entre os olhos dela, desceu até boca, um devaneio cor de molho à bolonhesa se pintou em sua frente. Mirou a televisão: quatorze polegadas sobre um caixote da última feira. Mirou a infiltração e a janela sem beiral, e colocou a arma na cinta, cuidando para que a camiseta a encobrisse.
– Não sei porra! Tenho que matar alguém... Talvez eu teja querendo provar alguma coisa, me vingar de alguém, vê quanto sangue sai do buraco da bala, descobrir o que as crianças dizem antes de morrer, atirar num motoboy, num perueiro, no seu Oliveira da padaria, no viadinho que corta cabelo no salão da Silmara, dá um tiro no cú do Tobias, sei lá... pode ser qualquer merda dessa! Só sei que tenho que matar alguém, só isso. Pá, pum.
Sabendo que era inútil discutir, a mulher retrucou.
– Bom, já que cê vai sair, traz algum dinheiro, ou alguma coisa pra comer...
– Não sei... vô vê. Tenho que matar alguém primeiro.
E saiu: armado daquela que era a maior de todas as suas convicções, com uma camiseta da última eleição, grande o bastante para encobrir suas intenções e o trinta oito que carregava colado ao pênis.

Sujeito-homem, mais um textículo meu pra vocês.

Caros Correlegionários,

o motivo desse post, na verdade são dois:

Primeiro:

Peço que ajudem a divulgar a Oficina de Criação Literária Primeiras Linhas, que começará no dia 12 de Agosto na Oficina Cultural Luiz Gonzaga, das 18:45 às 21:45, às quartas. A oficina será composta de oito encontros onde serão dicutidos - por meio de ilustrações audiovisuais, explanções teóricas e, principalmente, por meio de exercícios práticos de criação literária - gêneros literários como o conto, a crônica, o romance, a novela, a poesia e outros, correlatos a esses. A título de informação, a oficina será ministrada por eu mesmo e atenderá interessados e iniciantes na área, que tenham entre 13 e 69 anos (pode ser mais velho, só não pode ser mais novo!), num total de 25 alunos (portanto, só haverá 25 vagas). Conto o help de vocês e assim que eu tiver as datas referentes ao período de inscrição da OCLG, volto a postar.

Segundo: coloquei abaixo um conto que escrevi hoje, e como faz tempo que não escrevo nada aqui não reclama não Dark'n'Ney(rsrsrs)! Na verdade, na verdade, esse é o provável texto que tentarei adaptar para o roteiro de um curta que terei que entregar como trabalho no curso que estou fazendo (maiores detalhes, leiam o comentário que deixei no post do Hayashi sobre Caetano e o Tropicalismo). Portanto, peço, encarecidamente que o leiam e me digam vossa opinião, para que eu saiba se essa é uma história digna de ser roteirizada.

Abraços,

Tiago Araújo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A quem interessar possa. II

"ENSAIO ABERTO"Venha tocar, cantar, discotecar, projetar imagens, formar grupos e bandas.Mais palestras, workshops, seminários e grupos de estudo!!!Não é necessário fazer inscrição, basta chegar e procurar os professores.Data – 16 a 25/junho Local: Campus Morumbi - Galpão de Eventos e Salas 27ou 32Horário – 14 às 21 hTodos estão convidados e convide também seus amigos!Escola de Artes, Arquitetura, Design e ModaUniversidade Anhembi MorumbiRua Roque Petroni, 630 -São Paulo


Se alguém quiser ir me dá um salve!

Verdade (ou não) Tropical

Acabo de ler o livro Verdade Tropical de Caetano Veloso, do qual muitos de vocês já me ouviram insistentemente falar nestes dias de bebedeira.
Pois o livro, segundo o autor, se propõe a falar sobre a experiência tropicalista pela ótica de Caetano, obviamente. Às vezes o livro se torna como que uma auto-biografia, em outros momentos são grandes divagações filosóficas sobre algum aspecto que seja interessante ao escritor. Caetano também fala bastante sobre a história da música popular brasileira no século XX, citando alguns autores, compositores, instrumentistas, que para quem gosta do assunto, são centelhas para correr atrás de mais materiais sobre essas figuras. O mesmo ocorre quando o baiano nos fala sobre filmes que assistiu, livros que leu, pensadores com quem concorda ou não.
Além deste monte de informações soltas pelas páginas, são interessantes as histórias (ou estórias? ou não?) que o tropicalista nos conta sobre outros compositores de sua época, como Chico Buarque, Vandré, Raulzito, explicando alguns pontos de desavenças, ou ainda desavenças pré-fabricadas, ou simplesmente nos conta estórias divertidas.
Também tece comentários sobre sua própria obra e a obra alheia, que podem até se transformar em ensaios críticos. Apesar de se ater mais ao momento da Tropicália, Caetano não se olvida de outros momentos de sua carreira, sendo este um livro bastante importante para entender-se o mundo em que aconteceram as tais obras.
Agora outro aspecto foda do livro é ver que o cara não fez as coisas de bobeira, porque baixou a inspiração, ou porque encheu a cara de álcool, farinha, plantinha ou outras cositas MÁS. O FDP já tinha lido muita coisa, visto muita coisa, conversado muita coisa.
Ressalto que este último parágrafo não é em tom de protesto, ou ainda de distância deste tipo de coisas, só digo que nós não podemos ficar parados enchendo o rabo de pinga e esperando criar coisas boas em virtude de estarmos loucos e encaramos certos aspectos do mundo a partir de outro prisma.
Ficar bêbado é do caralho, mas só isso não basta. OU NÃO!
OU NÃO? OU NÃO. OH NÃO!!!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

PUNISHER: WAR ZONE – UM JUSTICEIRO TÃO BOM QUANTO BATMAN

Quer bem feito? Faça você mesmo! – A cada filme que passa, parece que a Marvel está entendo essa máxima (diferente da DC, que só deu bola dentro com a nova franquia do Batman). Desde que assumiu suas próprias produções cinematográficas, as adaptações de seus personagens tem ganhado força e fidelidade na tela. “Homem de ferro” e “Hulk” dizem tudo diante dos sofríveis “Quarteto Fantástico”.
Agora chega em terras brasileiras “Punisher: war zone”; a terceira adaptação cinematográfica do personagem Justiceiro mas, desta vez, realmente o Justiceiro que costumamos ler nas revistas. A diretora Lexi Alexander arregaçou as mangas, inspirou-se em Frank Miller & Garth Ennis e botou as mãos num roteiro que facilmente seria escrito pelos dois roteiristas mais talentosos, violentos e profundos da nova safra do personagem; filmou enquadramentos e cores baseados em quadrinhos, fez o diabo, a mulher!
Os atores por sua vez, não ficaram pra trás e foram treinados em táticas militares, manuseio de armas e artes marciais. Segundo Ray Stevenson, que interpreta o Justiceiro, um militar que assistir ao filme presenciará cenas realistas, não imitações baratas. O vilão Retalho é interpretado por Dominic West com maestria, tão bom quanto os coringas de Nicholson ou Ledger.
Assistir ao filme será como ler a revista: a violência genuína e pesada de Frank Castle e seus inimigos, as nuances psicológicas e o lado humano de todos os personagens, cenas que nos fazem refletir sobre a merda que estamos fazendo quando pegamos uma arma – um gesto, uma palavra ou uma atitude – e destruímos quem está na nossa frente como se tivéssemos este direito. “Quem pune o punidor?”, pergunta uma personagem em certo momento. Pra quem faz algo que já nem sabe se é certo ou errado, é um dilema matador.
Enfim: se você quer violência, filosofia, humor negro e sentimentalismo na medida do possível; personagens humanos representados por bons atores, numa das melhores adaptações de quadrinhos desde Sin City, cace seu Justiceiro!
Mas na locadora, viu?
Pois é, gato: algum idiota não acreditou que o filme faria sucesso no Brasil e resolveram lançar direto em DVD: perdemos o melhor filme do personagem na telona. Coisas do Brasil (E ainda tem neguinho que acredita!)

O JUSTICEIRO NA ZONA DE GUERRA – Punischer: War Zone
Direção: Lexi Alexander
Elenco: Ray Stevenson, Dominic West, Julie Benz, Colin Salmon, Doug Hutchinson, T J Storm e Wayne Knight.
Roteiro: Matt Holloway, Art Marcum & Kurt Sutter, inspirados (com certeza!) em Frank Miller e Garth Ennis.

O filme já se encontra nas locadoras e nos camelôs. Divirtam-se!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Não julgue um livro pela contra-capa

Lari linda, na plenitude dos seus 10 anos, nesses meses de ano letivo só lhe é permitido estudar... E Lari linda estuda de tudo, espanhol, inglês, artes, e todas as outras matérias obrigatórias do currículo escolar, e as supérfluas também, Lari linda na plenitude dos seus 10 anos e 4 meses, estuda tanto, mas tanto que a minha menina, ate parece que vai fazer FUVEST... Eis que essa semana, surge um novo trabalho, (isso sem mencionar que ela precisa confeccionar uma obra do Vick Muniz para a próxima exposição de artes, mais 300 exercícios, sim 300, literalmente falando 300, de matemática, tradução e interpretação de dois capítulos integrais do seu livro de inglês, Lari também precisa ler e sintetizar, “ a biblioteca mágica de Bibbi Bokken de Jostein Gaarden” ) Não sei qual professor e de qual matéria, solicitou um trabalho, sobre um filme que tenha um momento histórico, todos nós ficamos em polvorosa, não tinha mais tempo na agenda de Lari, para nossa querida assistir um filme e fazer o trabalho em cima dele, e eis outra pergunta: Qual filme? A discussão estava aberta, e as sugestões explodiram: “O que vocês acham de o Vento Levou”
“Não Alyne, o Vento Levou tem mais de 4 horas, é muito pra cabeça da Larissa, ela não iria entender esses tipos de conflitos”
“Mas fala da guerra civil americana”
“Não, definitivamente não!”
“E doutor Givago, sabia que a mocinha da história e Larissa Antipova”
“Não interessa, ela não vai gostar de revolução Russa”
Então começaram a surgir filmes absurdos, foi ate cogitado Cinderela da Disney, sim meus queridos Cinderela da Disney, nesse momento não agüentei cai em risos, qual seria o momento histórico da animação de Walt Disney ??????? A abóbora transformando-se em carruagem? Ou o sapatinho de cristal? Bom sem comentários, outras sugestões piores apareceram, mais vou poupá-los dessa parte. Foi quando eu me levantei e dei um basta, “BASTA”
“Aonde você vai Alyne?”
Fui ate a locadora, como uma maníaca por filmes, tava quase enchendo a cestinha, quando parei pra analisar o que eu tinha pegado, o foco era MOMENTO HISTÓRICO, então meia dúzias de DVDS voltaram para as prateleiras, e minha triagem continuava: “ Hum deixe me ver, esse não, este também não, biografia não pode, ficção deixa eu devolve-lo” incrivelmente passei no caixa no com três filmes, um de terror , reservado pra mim , A Duquesa Com Keira Knightley, Ralph Fiennes e Charlotte Rampling. Vencedor do Oscar de Melhor Figurino., juro-lhes que na contra capa estava escrito que falava da luta de uma mulher pela liberação do direito de votar paras as mesmas, eu não sabia quando as mulheres adquiriram, esse direito, então “BINGO” era o filme perfeito. O Filme falava da Duquesa de Devonshire, baseado no livro publicado em 1.998, contava a história de Georgiana Spencer feita pela atriz Keira Knightley (Trilogia piratas do caribe, Desejo e Reparação) casou-se aos 18 anos com o Duque de Devonshire interpretado por Ralph Fiennes, (O Morro dos Ventos Uivantes, o dragão vermelho, o Jardineiro Fiel) que queria a todo custo ter um filho. Possuindo o título de Duquesa de Devonshire, logo Georgiana demonstrou sua inteligência e perspicácia perante a corte inglesa. Entretanto ela não conseguia dar ao duque um filho, com todas as suas tentativas de ficar grávida resultando em abortos ou em filhas. Isto faz com que o relacionamento entre eles se deteriore, pouco a pouco. Um filme razoável, a maior interessada nele acabou adormecendo no meu colo, mas eu fiquei pensando, cadê o bendito MOMENTO HISTORICO ?????? Sim, meus queridos, era biográfico, nada tinha de momento histórico, agora pergunto, quem escreveu a contra-capa, assistiu realmente o filme???????? Conclusão, Larissa, não pode usar esse filme, a sorte que junto aluguei “ Jornada pela liberdade” Filme sobre a luta pela abolição da escravidão na Inglaterra, e sobre a famosa musica Amazing Grace, a musica que era cantanda antes das balalhas na guerra civil americana, quanto se pensa em liberdade logo ela vem a cabeça, muito mais do que uma musica um hino, Jornada Pela Liberdade (Amazing Grace, 2006)
Diretor: Michael Apted Roteiro: Steven Knight Elenco: Ioan Gruffudd, Romola Garai, Albert Finney, Michael Gambon, Rufus Sewell, Youssou ‘N Dour, Ciáran Hinds, Toby Jones
com esse filme minha pequena Lari, conseguiu fechar seu trabalho, sobre um momento histórico...
E eu aprendi que não se pode confiar nas contra-capas, de DVDS, livros, ou pessoas, independente se feita pelo diretor, autor, ou próprio dono, não porque as pessoas são mentirosas, ora isso nos já nascemos sabendo, mas porque as pessoas são mal-informadas, hum , isso e algo ainda a se descobrir...

terça-feira, 9 de junho de 2009

A quem interessar possa.



No site www.caixacultural.com.br tem o manual do produtor com detalhes técnicos sobre os projetos a serem enviados.

P.S.: Blog parado da porra!