quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Periferida - 1979/1985
Canção pequena para ninar um menino morto
Agora o menino dorme
na sua postura correta
sozinho na noite enorme
como quem dorme
de forma completa
Por não ter havido outro jeito
senão crescer depressa e a êsmo
na escola das ruas e ter feito
de si, o indefeso refém de si mesmo
Por não ter havido diferença
entre as coisas da vida e da morte
foi morto com bala de polícia
mas podia ter sido de fome ou de corte
E na poça de sangue que anoitece
no jardim de pedras que apodrecem
se abre na terra o noturno girassol
que seus negros cabelos tecem.
Akira - 1979.
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3 comentários:
Nossa que bacana mermu!!!
Akira, nego. Sei que imagem vale mil palavras. Mas véio, faz um texto contando um pouco da história do Periferida, falando das origens e do final. É legal saber estas coisas!
Claudemir. Cansaço, velho. Estava postando a história do Periferida quando de repente no meio do caminho o fôlego miou e não pude continuar, só o pó da rabiola. Pensei comigo, garanto as imagens postadas, o que já vale algumas palavras, garanto um suspense barato e depois mando a história para arrematar. Fique tranquilo que volto ao assunto, não tenho o costume de esquecer pontos sem nós.
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