sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

NAS PREGAS DA ESTRÉIA ou Dois Perdidos numa cidade in nuda!

Ontem iniciou-se o MotoFestival 2009. Hayashi e eu estivemos lá para sapear o evento e conhecer o palco onde acontecerá a estréia de SOBRE DUAS RODAS. Nos encontramos no tal metrô Vila Matilde e seguimos conversando sobre filmes, músicas e assuntos pessoais que não interessam ao Nando Z, a não ser que seja quarta feira e ele compareça ao QUEBRA FACÃO - do qual o mesmo anda sumido. Melhor nem comentar.

Enfim:

PARTE UM: O SILÊNCIO E A PALAVRA DO SÁBIO JAPONÊS

Descemos no metrô Jabaquara e andamos até o Centro de Exposições Imigrantes (ali do lado, mermo!). Lá, encontramos o mecenas que mostrou um palco de desfile - sim, Clara, aquele em forma de T que você diz nunca ter visto! - eu remunguei alguma coisa e o Homem disse:
"Mas você já tá reclamando?"
"Teremos problemas com voz." - eu disse.
"Tem microfone."
Microfone comum, ele quis dizer.Olhei pro Tarcísio. O bicho quieto.
Andamos pelo evento que ainda não estava de todo organizado. Pouca gente, algumas empresas, várias modelos contratadas daquele porte lá que todo mundo gosta de ver em comerciais, musas de beleza etérea de todas as cores alturas e uma única forma: a boa e velha beleza padronizada e estipulada pela sociedade. Mulher gostosa vai, mulher gostosa vem.
O japonês lá, quieto.
Andamos pelo espaço, nosso mecenas me chama e apresenta um padre motociclista que fará um ato ecunêmico antes do espetáculo. O padre tem um notebook. Hayashi vê e fica ali. Quieto.
Três cigarros depois, procuramos uma das organizadoras para que possamos acertar os detalhes a apresentação. Ela pede vinte minutos, pois está meio ocupada no momento e blá, blá, blá. Olho pro Samu. Ele nada diz. Esperaremos.
Diante da espera, Hayashi, num momento de derrota proeminente, diz:" Vamos tomar uma cerveja". Detalhe: só há uma barraca da cerveja Sol e de longe, vimos que eles só tinha Bavária. Mas desespero é desespero e nestas horas a gente fuma até Hollywood. Sentamos à mesa. A vendedora aproxima-se com o sorriso mais iluminado do mundo.
"Duas cervejas, por favor" - diz o Japonês, enfim.
"É Bavária, moço." - diz ela, para nos lembrar o pior... Mas o pior estava por vir: "É Bavária sem álcool."
Hayashi levantou mais rápido que gato quando pisam no rabo. A vendedora protesta algo, mas Hayashi é catedrático:
"A cerveja, sem álcool, perde seu fundamento!"
A vendedora concordou e perdeu o cliente.
Voltamos ao árduo trabalho. E o japonês? Quieto. Quieto e seco.

PARTE DOIS: SINDROME DE GENE KELLY

Uma hora depois conseguimos falar com uma das organizadoras que espantou-se muito com o fato de utilizarmos cenário e iluminação no espetáculo teatral. (é isso mesmo que vocês leram, e eu não farei um comentário maldoso porque ela era mulher, era bonita e tem todo o direito de não saber merda nenhuma sobre produção teatral, esta coisa chata que eu sou obrigado a fazer para poder viver indignamente!). Depois de acalma-la e chegar a um acordo depois de mentir quilos e quilos, fugimos de lá e pegamos o caminho de volta para o metrô. Quando cruzamos a ponte, num ponto onde já não havia nada em lugar nenhum, do céu veio uma daquelas chuvas maravilhosas que inundam aqui e ali em São Paulo. Continuamos andando e conversando enquanto a chuva engrossava e ensopava nossa roupa. Só nos convencemos que um abrigo seria legal quando sentimos a água gelada molhar nossos órgãos genitais ou, como disse Hayashi: "Caraio, meu saco tá molhando! Meu saco tá molhando!"
Ficamos alguns minutos sob um ponto de ônibus, junto com uma mulher, sua filha e um cachorro vira lata. A água chegava no calcanhar e não deu trégua à minha bota espanhola de pele de cobra. Ai que ó-di-o! A chuva foi passando aos poucos. A mulher foi-se com a criança. Um pouco depois, o cachorro. Depois, tomamos coragem e andamos até o metrô. Ensopados, sem perder la ternura jamás!

PARTE TRÊS: FIM DE TARDE CULTURAL E SUAS CONCLUSÕES

Descemos na Vergueiro e fomos à Biblioteca do Centro Cultural São Paulo, onde Hayashi pesquisou sobre o CARNAVAL DE SORSONA, na Espanha. Eu ajudei, é claro, e molhamos o chão da Biblioteca assim como fizemos com os bancos do metrô. Depois, entramos na sala Lima Barreto e assistimos a um filme de FASSBINDER (O episódio cinco do Berlin Alexanderplaz 13. Precisamos ver este negócio todo: Fassbinder é fascinante!). Bom, o Tarcísio assistiu mais que eu porque eu dormi tremendo de frio uns bons pedaços de película (bicho, comenta sobre o público depois, comenta!) Após o filme, entramos no bar das baratas lésbicas e, um conhaque e uma cerveja depois, fomos embora, com as roupas ainda molhadas. Antes, porém, decidimos alguns pormenores sobre a estréia no sábado.
1. poderemos dormir até mais tarde e chegar lá por volta das 16h, já que a apresentação será às 19h;
2. deveremos levar talaguetas e demais bebidas álcoolicas enrustidas: lá só tem cerveja sem álcool;
3. deveremos ter cigarros reservas: lá não vendem cigarros;
4. tentaremos trabalhar com microfones: lá o espaço é aberto;
5. talvez role uma apresentação extra no domingo - se eles gostarem. Se eles não gostarem, talve não role apresentação nunca mais, exceto pela tradicional na Luiz Gonzaga.
Ainda não ficou decidido o que faremos após a estréia. Pra onde iremos? O que Faremos? Oh, céus! As reflexões continuarão noite adentro, Mas o relato termina por aqui.

3 comentários:

Anônimo disse...

É galera, o curioso é que a feira estava vazia. Bastante vazia. Contudo há estimativas de 5 mil pessoas no dia da estréia e 20 mil pessoas no total do evento. Estranho. Não acredito em nada porém não duvido!

Durante o filme no CCSP sentamos diretamente embaixo da saída de ar condicionado, e imaginem a combinação do ar com roupas molhadas...

Acho que em razão do frio o metabolismo do Claudema baixou e o bicho pescou uns três Pacu (vai assar ou fritar?) Enquanto isso tinha um velho do meu lado gemendo e eu fiquei com medo de o cara estar descascando uma banana do meu lado (Espirra né?. De resto, concluímos que somos muito, muito lerdos para entender piadas, porque toda a platéia ria que se mijava e nós continuávamos sisudos... Sei lá, deve ser por isso que o pessoal não entende as nossas piadas também...

Clara Barbosa disse...

Estarei lá, com palco T, que nunca vi de perto...(Qual o problema)?
E com cigarros hollywood preferencia "menta" nunca sabemos quanto tempo o Marlboro vai durar, (amigos são p essas coisas) Nem precisam me agradecer =D
E fazendo tudo conforme o ensaiado...
(danou se)rrrss....
bjus...

Michele Bran disse...

Não sei o que é pior... Vcs andarem pra cima e pra baixo na chuva, o evento desorganizado ou eu não comentar nem postar nada aqui há uns 200 milhões de anos kkkk
Mas poxa, evento bagunçado é froids... E como a corda sempre arrebenta do lado do mais fraco, claro q alguém sai perdendo no final da história... é uma atração cancelada, é um show q não dá certo, é uma modelo q escorrega pq o sapato era grande pro pé da coitada e a passarela tava molhada... Enfim... Mas fazer o q? Bola pra frente...