domingo, 29 de novembro de 2009

Cinema + Beatles + Lisergia = Puta Filme!


Bicho,


Vocês devem, precisam assistir Across the Universe de Julie Taylor, lançado em 2007. Trata-se de um musical somente com canções da já citada banda, todas rearranjadas e com diferentes interpretações. A grande sacada é que as imagens transformam as idéias originais das músicas. E transformam de um jeito muito louco, trazendo novo significado para as canções. Rola um romance no filme, que se passa na década de 60 e trata assuntos como a Gerra do Vietnã, a morte de Martim Luther King, o conflito racial de 67 em Detroit entre outros. O roteiro às vezes é meio confuso, sem a devida (ou não, afinal nem sempre você precisa dar fim nas coisas) resolução de conflito das personagens, mas querem saber? FODA-SE porque as sacadas do diretor valem muito, de mermo. A fotografia é muito foda, com cenas movidas a LSD, Dalí e quiçá Jackson Pollock.


Mesmo para quem não gosta de musicais, vale a pena!


VERTIGO ESTÁ DE VOLTA! VIDA LONGA À VERTIGO



"Ficar discreto, ele pensou. Fica na dele.
Que se foda."
(Hellblazer por Mike Carey)

"O mundo não é apenas mais perigoso do que vocês imaginam...
...é mais perigoso do que vocês suspeitam."
(A Tessalíada por Bill Willingham)

A Vertigo é um dos melhores selos de quadrinhos "adultos" já publicados, senão o melhor. Quem já leu Constantine, Livros da Magia, Preacher, Monstro do Pantano; conhece Neil Gaiman, Alan Moore, Mike Carey, Garth Ennis ou Grant Morrison, sabe do que estou falando.

Esta linha da DC Comics, que chegou ao Brasil em 1995, com John Constantine de cara -
e de capa - cuspindo o próprio pulmão e tendo que lesar o diabo, passou pela Brain Store, Pixel e agora a Panini comprou a briga, jurando que vai manter o universo em nossos olhos. Vamos colaborar, galera! Dez conto por mês não mata ninguém, e além da revista mensal, vem aí encadernados, edições de luxo para colecionadores. Tudo para todos os bolsos, sem desculpa para quem gosta, quer e vai acompanhar a saga de personagens humanos, extrahumanos, fantásticos e extraordinários.

Na Vertigo rola, além do sexo, das drogas e do bom e velho rock n roll, muita magia, universos paralelos, terror social, viagens lisérgicas e histórias que nos fazem pensar e repensar o mundo em que vivemos - ou o mundo no qual pensamos viver.
Leiam, divirtam-se, cresçam. A Vertigo está de volta. E nas bancas!

PARA SABER MAIS:
http://web.hotsitepanini.com.br/vertigo

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ALMA MUNDI: O NOVO ESPETÁCULO DO STUDIO ARTE & DANÇA DIA 06/12 NO TEATRO DA UNICSUL



Aurora, uma anciã de 84 anos, volta à sua cidade natal e descobre que todos seus amigos morreram, deixando as netas sem aqueles ensinamentos que fazem a diferença diante dos dramas pessoais que regem a vida das mulheres. Este é o tema central do espetáculo 2009 do Studio Arte & Dança que foca o espírito e a transformação da alma feminina em nosso mundo.

Para quem não conhece, todo o ano Keila Fuke realiza um espetáculo musical, que envolve dança, canto e teatro com os alunos da academia. O espetáculo acontecerá no Teatro da UnicSul, um espaço moderno que possibilita que os atores representem sem a utilização de microfones ou playback. A parte teatral, escrita e dirigida por Claudemir Santos, vai do trágico ao cômico num clima edificante, após uma pesquisa sobre os arquétipos femininos. A direção geral do espetáculo é assinada por Keila Fuke, que trabalhou em espetáculos como "Miss Saigon", "A bela e a fera" e trabalhou com estrelas como Cláudia Raia e Maríria Pêra.

O espetáculo tem apresentação única. Portanto, não perca!

ALMA MUNDI
DIREÇÃO: Keila Fuke
TEXTO: Claudemir Santos
DATA: 06 DE DEZEMBRO DE 2009
HORARIO: 18H
LOCAL: TEATRO DA UNICSUL
Rua Dr. Ussiel Cirilo, 93
INGRESSOS A R$ 15,00
RESERVAS E INFORMAÇÕES: 2956 5016


CENA DO ESPETÁCULO:
Segue um trecho do roteiro de ALMA MUNDI, escrito por Claudemir Santos


CENA 03 – BAR DA ESTAÇÃO
(Entra Cora varrendo. Olha para os lados e começa a cantar. Entra Fernanda e pede um copo de água. Ela vai pegar. Entra Alicia, toma conta do balcão e a manda varrer)
FERNANDA
Ei! Me dá um copo d’água!
ALICIA
Espera, que você não vai pagar! (Aurora entra. Cora começa a cantar. Aurora dança)
ALICIA
Cala a boca, cora! Não me basta a merda deste balcão com a merda destes clientes, eu ainda tenho que aguentar a merda deste canto?
FERNANDA
A água, por favor!
ALICIA
E você também, Fernanda! Só sabe vir aqui ler estas porcarias e nunca compra nada! Qualquer hora destas, eu te boto pra fora!
FERNANDA
Botar pra fora?! Você não pode fazer isto com uma de tuas clientes mais presentes!
ALICIA
Cliente que só bebe água? Te enxerga, Fernanda! E a senhora?
AURORA
Um chá, querida.
ALICIA
Chá de quê?
AURORA
De boldo, de boldo,boldo... É bom por estomago, o boldo... (olha para Fernanda)
FERNANDA
Tudo bem, senhora?
AURORA
Tudo minha filha. Pode ler, pode ler... Eu conheço seu nariz de algum lugar! Você por acaso é parente do Francisco Melo?
FERNANDA
Meu vô.
AURORA
Mas seu vô é muito amigo meu, menina! Plantava café que era uma maravilha! Como é que o véio tá, menina?
FERNANDA
Morreu.
AURORA
Morreu?
FERNANDA
Ano passado. Tava mal o coitado, a gente teve que matar.
AURORA
Matar?
FERNANDA
É. Apressar a morte. Dar mole pra velha da foice. Dar uma ajudinha pro destino.
ALICIA
Ele tava morto e desligaram os aparelhos.
AURORA
Mas que horror! E a dona Pereira? Vocês conhecem a dona Pereira?
ALICIA
Minha vó.
AURORA
Grande amiga minha dos bailinhos que tinham na cidade...
ALICIA
Morreu.
AURORA
A... A Pereira morreu? Mas, morreu como?
ALICIA
Ah, ela tropeçou na bengala, caiu na linha do trem, o trem veio e passou em cima, voou tripa pra tudo que é lado, olha, foi um horror!
AURORA
Mas que coisa triste! E e e o seu Carvalho! Era um moço bonito! Um pão! Era um pão, o Carvalhão!
CORA
Ah, eu conheço! Era meu vizinho.
AURORA
Era? Era por que? Ele mudou?

CORA
Não. Morreu, mesmo.
AURORA
Mas... Morreu como um pão daquele, minha filha?
CORA
Ah, ele não tava bem, não. Tava com as idéias bagunçadas. Levaram o homem pro hospício e lá, ele pensando que era Jesus Cristo, pulou do telhado.
AURORA
No duro?
CORA
No duro? No concreto e de cabeça. Morreu na hora.
AURORA
É... O Carvalho era um pão, mas nunca foi muito bom da cabeça.
FERNANDA
E a senhora, quem é?
AURORA
Maria Aurora, menina. Sou a vó da Drica.
FERNANDA
Da louca? (leva um cutucão de Alicia)
CORA
Ah, a vó da louca! (Alicia a olha, ela volta a varrer)
AURORA
Eu nasci aqui nesta cidade e vim vê-la mais uma vez. Nunca se sabe, né?
ALICIA
É; nunca se sabe. Cora, vê se tem boldo no quintal da vizinha!
AURORA
Cancela o chá, minha filha. Cancela o chá... (sai de cena)
CORA
O que deu nela?
FERNANDA
Isto é medo.
CORA
Medo?
FERNANDA
De morrer. Bater as botas, esticar as canelas,...
ALICIA
Quer calar a boca? Que horror! E você Cora, Já passou o pano nas mesas? Chá de boldo... É cada um que me aparece! (Entram os meninos)
MIGUEL
Dois copos d’água por favor?
ARTHUR
O meu é sem gelo! (Blackout)

CENA 04 – QUARTO DE AURORA
(Aurora entra no quarto e abre a mala. Tira de dentro dela cinco objetos. Olha-os)
AURORA
Francisco Melo, Maria Pereira, Pedro Carvalho, Paula Neto e Lourenço Bonifácio. Todos mortos. E essas meninas não aprenderam nada da vida e o tempo é tão curto! Que Deus me ajude, pois o que eu tenho não pode morrer comigo! Preciso ensiná-las algumas coisas sobre a alma feminina! Preciso mostrar pra elas a alma do mundo!!!
(Música. Ela guarda os objetos. Blackout FIM DO ATO I)

OS FANTASMAS DE SCROOGE: CHARLES DICKENS NO CINEMA MAIS UMA VEZ!







24 de Novembro. Quase vinte horas no metrô Itaquera. Chuva castigando a cidade e eu ali,para carregar o bilhete único. Inferno de gente em plataformas, escadas e corredores. Tenho menos de dez reais. Dá pro cigarro, mas deixo o vício de lado para deliciar a nova adaptação do conto de Charles Dickens para as telas.
Robert Zemeckis realizou uma boa adaptação d'"Um Conto de Natal" - que já teve umas dez mil,trezentas e setenta e cinco adaptações para cinema e teatro. Eu mesmo já montei três vezes e repito a dose no CEU.

Utilizando o tal de Motion caption e em 3D, a animação conta a saga do sovina senhor Ebenezes Scrooge, interpretado com maestria por Jim Carrey, que recebe a visita de alguns fantasmas para perceber certos valores humanos na noite de Natal. Fiel à obra, Zemickis nos presenteia com a Londres vitoriana da época de Dickens. Até arrepia quando um personagem cita o ano de 1842. Nada moderno nas imagens futuristas. Dickens teria adorado, com certeza.

Não que isto seja surpreendente, pois Dickens era um narrador e tanto; não é possível ler um de seus escritos e não ver a história claramente. O mérito do diretor foi respeitar a obra do autor e tranformá-la magistralmente em imagens que nos levam do medo ao alivio em poucos instantes.
Com certeza, o filme não dura até o natal nos cinemas. Desconfio que sairá em DVD rapidamente, para que seja artigo de presente de natal - o que é ótimo, pois a história de Dickens está aí há gerações e, com certeza, irá para a eternidade da história da humanidade.

OS FANTASMAS DE SCROOGE
• título original:A Christmas Carol
• gênero:Animação computadorizada
• duração:01 hs 36 min
• ano de lançamento:2009
• site oficial:http://disney.go.com/disneypictures/achristmascarol/
• estúdio:Walt Disney Pictures / ImageMovers
• distribuidora:Walt Disney Studios Motion Pictures
• direção: Robert Zemeckis
• roteiro:Robert Zemeckis, baseado em livro de Charles Dickens
• produção:Jack Rapke, Steve Starkey e Robert Zemeckis
• música:Alan Silvestri
• fotografia:Robert Presley
• direção de arte:Marc Gabbana e Mike Stassi
• figurino:
• edição:Jeremiah O'Driscoll
• efeitos especiais:Gentle Giant Studios / Plowman Craven & Associates / The Third Floor

• Jim Carrey (Ebenezer Scrooge / Fantasma do Natal Passado / Fantasma do Natal Presente / Fantasma do Natal Futuro)
• Gary Oldman (Bob Cratchit / Marly / Tiny Tim)
• Robin Wright (Belle)
• Colin Firth (Fred)
• Molly C. Quinn (Belinda Cratchit / Filha de Belle)
• Callum Blue (Sr. Cratchit)
• Bob Hoskins (Sr. Fezziwig / Velho Joe)
• Daryl Sabara (Peter Cratchit)
• Fay Masterson (Martha Cratchit / Caroline)
• Lesley Manville (Sra. Cratchit)
• Jacquie Bambrook (Sra. Fezziwig)

EM CARTAZ: VERIFIQUE A PROGRAMAÇÃO DE SUA CIDADE E DIVIRTA-SE!!!

sábado, 14 de novembro de 2009

VIRA A LATA DO LIXO: DANÇA, POÉTICA E TRANSFORMAÇÃO DE LÓ GUIMARÃES



Onírico e realista, subjetivo e direto, moderno e transcendental. O espetáculo solo de Ló Guimarães (fundadora integrante do grupo Excaravelhas) apresentado em plena sexta feira 13 no CEU Jambeiro, Guaianases, Extrema Zona Leste de São Paulo, nada teve de irreal. Ao contrário, a leitura social, artística e ambiental do espetáculo revelou ao público, através de sua estética incomum, repleta de cores, imagens e movimentos, uma nova maneira de ver o universo já tão conhecido dos moradores de rua.

“Vira lata do lixo” concebido pela dançarina e arte educadora, digirido por Marília Ennes, com cenários de Juliana Pfeifer, narra através de dança contemporânea e aérea, a saga de uma moradora de rua que, no auge da angustia de sua vida aparentemente miserável, mergulha em sonhos e fantasias em busca de uma visão real de si mesma. Tendo o ser humano como forma de reflexão do ambiente, Ló Guimarães é exímia em seus movimentos, nos fazendo viajar no tema e nos surpreendendo com a trajetória de sua heroína.

A criação do espetáculo partiu de sua visão pessoal do mundo, onde ela crê que o cuidado consigo e com o outro é refletido em nossas ações de preservação do planeta. Com sorriso magnético e alma aberta, ela corta o ar à sua volta com frases certeiras durante um bate papo com o público ao final do espetáculo. A leitura de cada alma do trabalho; a necessidade de se amar para poder amar o próximo; a própria imperfeição reconhecida juntamente com a busca de melhorias pessoais; a criação a partir da improvisação e o mundo visto através das lógicas dos desenhos animados da infância. Ló Guimarães é pura poesia e transformação. É impossível assistir seu espetáculo, conversar com ela cinco minutos e continuar sendo a mesma pessoa.

Infelizmente, esta foi sua terceira e última apresentação em São Paulo. Última até a página dois, meus amigos: ano que vem ela pretende trabalhar mais com a “Vira lata”, pois ela sabe o potencial que tem sua obra. E espero que ela saia de Campinas, onde mora, para trazer a nós, paulistanos, sua arte. Ver apenas uma vez não basta. “Vira a lata do lixo” tem gosto de quero mais.
Vamos aguardar a próxima oportunidade!

VIRA LATA SEGUNDO CLAUDEMIR SANTOS

Ló Guimarães ministrou um pequeno workshop para alguns alunos no CEU. A simpatia e a boa música invadiram a sala. Apresentamo-nos um para o outro durante o pequeno intervalo. Moça bonita de mente inteligente. Apaixonante de fato. Me fala com tanto entusiasmo de seu espetáculo que é impossível não querer assisti-lo. E eu fui. Graças ao bom Deus! E digo de mão erguidas para o céu. As idéias que movem a criação de Ló Guimarães fazem parte, de certa maneira, de sua indignação perante as injustiças sociais de nosso país. Ela precisa, sente que sua linguagem artística pode fazer a diferença, de alguma forma e, pensando nisto, Ló cria a dança, o movimento, o vôo de sua Arte.
Admirável.
Aos olhos do público, como ela bem disse, um número infinito de leituras são possíveis. Há quem tenha visto algo de Chaplin, de Kurosawa, coisas assim. Eu mesmo senti algo de Buster Keaton, David Lynch, Andersen e Eric Serra. Ela fica admirada com estas palavras pois, além das referências artísticas que foram se acumulando em sua arte e mesclando-se à sua visão pessoal, não houve em nenhum momento uma referência direta deste ou daquele artista. Se há algo no espetáculo que remete à algum momento artístico ou estilo, ele surge da mesma forma que duas árvores do mesmo fruto crescem ao mesmo tempo em hemisférios diferentes. Aos olhos de Ló Guimarães, o universo está interligado, e cabe a nós tornar tudo melhor ou pior. Aos meus olhos, ela está fazendo muito bem sua parte; ao tratar sua Arte com amor e dividi-la com o próximo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

WALDIR AGUILAR FOI SORRIR E BRINCAR LÁ DO LADO DE LÁ!




(fotos de Akira Yamasaki)

Valdir Aguiar era um dinossauro do MPA - Movimento Popular de Arte de São Miguel Paulista. Sua atuação sempre foi nos bastidores e na produção dos eventos. Sua voz era calma e sua presença era discreta, como se pedisse desculpas por estar ali. Na insegurança e na adrenalina das atividades de palco bastava a gente sentir o Valdir por perto para saber que tudo estava sob controle. Gente fina, o Valdir. Gente correta e do bem. Nós o enterramos hoje, 10/11/2009, no Cemitério do Lageado. A sua perda deixou-me perplexo e completamente derrotado.
(Akira Yamasaki)

Conheci Waldir Aguilar em meados de 1999, 2000, durante um show do Edvaldo Santana na Oficina Cultural Luiz Gonzaga, no projeto Sexta Sim, no qual eu fazia iluminação e operação técnica. Foi nesta noite que aconteceu a antológica blitz na sala VIP ( um buteco na bifurcação Av Nordestina e Av Pires do Rio, de frente à padaria Hum, chefiado por Francisco, um senhor de muita idade cercado de garotinhas de 25,30 anos).
Waldir lá, abrindo a mochila cheia de cds e explicando pro pm que era produtor do artista que havia tocado. Simples, humilde, com um sorriso tranquilizador no rosto.
Waldir, grande Waldir!!!
Com o passar do tempo nos encontramos várias e várias e várias vezes em muitas ocasiões, todas ligadas à cultura. Passeata pra isto ou aquilo em São Miguel? Olha o Waldir ali. Festa? Olha ele lá. Encontros, seminários, palestras? Oi, Waldir, beleza?
Às vezes ele me ligava dizendo que tinha uns ingressos pra turma do AD do show do Edvaldo Santana no Centro Cultural São Paulo; às vezes eu encontrava e dizia que vi o show no Itaim Paulista, no aniversário de Suzano. Quando nos encontrávamos por aí ele sempre me lembrava que eu devia ir para o centro, entrar no circuito, que o AD era um puta grupo legal. Mais de uma vez me convidou para tomar cerveja na praça Roosevelt, ir nos Parlapatões conhecer o Bortolloto, puta cara legal, Claudemir, você precisa se enturmar. E dicas para o projeto. Nós conseguimos por Edvaldo. Escreve aí e manda pra lá, bicho!
E risadas, e humor imbatível. Pegava minha ironia e meu sarcasmo e transformava em dez minutos de riso/sorriso constante.
Inicio da semana, recebo um e mail de Casé Pai, uma nota de falecimento. Waldir, que já não andava bem faz uns dias, segundo soube. Coração cortado. Tanto filho da puta dando sopa por aí e a morte leva logo um cara legal como o Waldir? E a morte diz: “Uma cara bacana deste, quem não quer ao lado?” E o Waldir foi pro lado de lá, com sua alegria, bom humor, com seu cavalheirismo e sua presença iluminada. É em horas como esta que a gente começa a querer acreditar em reencarnação, vida após a morte e coisas assim, pois é sabido que o tempo de Waldir entre nós foi pouco, e seria muito bom estar ao seu lado por mais um tempo. Bastante tempo.
A imagem que fica? Waldir sentado folgadamente com um copo na mão rindo e dizendo: “Vai lá, bicho! Manda bala!” ou algo assim.
Continuemos, então. Sem esquecê-lo, porém.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Secos e Molhados, Ney Matogrosso e Manguebeat em novembro na galeria Olido


Dia 11, Bárbara Eugênia reúne canções do repertório de Secos e Molhados, como Sangue Latino e Homem com H, e outras da carreira-solo do ex-solista do trio, Ney Matogrosso.
O show ocorre à nesta próxima quarta-feira, às 19h, na Vitrine da Dança.




Dia 17, encontro manguebeat: Chico Science & Nação Zumbi e os ritmos da cultura popular
com Herom Vargas.
Autor de Hibridismos musicais de Chico Science & Nação Zumbi, Vargas fala sobre a mistura sonora e conceitual produzida pelo movimentos manguebeat nos anos 90.
50 vagas. Biblioteca, 19h.



Galeria Olido
Av. São João, 473, Centro tel. 3331-8399 e 3397-0171.

MySpace Atualizado - G.R.A.VE.

Galera,

O MySpace do G.R.A.VE. está atualizado com as gravações de Fuga para o Nordeste (Iara) e Eu Tenho um Sonho, música da coletânea Sacha Arcanjo 60 anos.

Visitem o site ok?
(E quem puder ajude na divulgação!)

www.myspace.com/geladeirarevisitada

Abraços.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Cena Rock SMP








(fotos de Claudemir Dark Ney Santos)

Pessoal,

Fiz um trabalho estudando a cena de rock de São Miguel Paulista, com entrevistas de Marcio Sabbath e Claudema.

Na verdade era pra ser um podcast com as entrevistas e tal mas ontem eu fiz alguma merda na gravação que ficou uma porra de um chiado chaaattooo então escrevi um artigo sobre a parada, com algumas reflexões minhas.

Leiam aí e falem o que quiser....

Fiz a parada correndo mas gostei da ideia de fazer estes estudos, e este pode ser bastante complementado, contando com depoimentos de outras pessoas, fotos, músicas e tal.

Podemos fazer um sobre todas as cenas de São Miguel... digam aí.


PS1 Claudema, Marcio, Barbara, Marrom e Anita, obrigado pela força ontem até as 2:00 da manhã ouvindo merda

PS2 Marcio e Claudema, se tiver alguma merda foi mal, mas eu fiz a parada muito na pressa.

PARA BAIXAR É SÓ CLICAR NO TITULO DA POSTAGEM!

SACHA ARCANJO 60 ANOS: OUTRA VISÃO DO EVENTO











(Fotos, é claro, de Renata Teixeira)


Sachão é um cara de sessenta anos que tem uma esposa devotada, três filhos carismáticos, uma obra incomparável e um bando de amigos filhos da puta. Eu sou um deles, e a casa tava cheia, mesmo. Chegamos ainda de tarde pra montar o som: eu, Hayashi, Anita, Bá Ramos. Até que o Camacho chegou metendo o bedelho. Que ia dar merda, eu sabia, mas não podia imaginar que quando chegasse de noite, encontraria o equipamento desmontado, Aragão e mais alguém que o álcool não me deixa lembrar (não era o Akira, pois ele chegou as 3h da manhã, como bem me lembrou!) montando outro som e o Sachinha furioso lavando as mãos (Quem quiser que monte esta porra!)

Raberuan não falou comigo, passou por mim sem que eu o visse e deu uns tapinhas nas minhas costas. Deve tá andando muito com deputado e vereador, não é possível! penso eu.

A velha guarda, acompanha por amigos, filhos e netos, realizaram um CD homenagem com a obra de Sacha gravada pelos mesmos, entre eles, o G.R.A.VE, Escobar Franelas e outros dissidentes do tal MPA. O CD foi ouvido por dezenas de pessoas que bebiam e conversavam enquanto o trabalho rolava, mas o Sacha de certa forma, ouviu. emocionou-se, deixou as lágrimas cairem e cantou com velhos parceiros algumas músicas, tudo dentro do protocolo. As festa atravessou a noite mas nós, não. Hay, Bá, Ani e eu entramos no canalhoprata e fugimos de lá à francesa. Sacha ficou lá entre os seus e todos os outros que estão à sua volta, iluminado, embriagado, fantástico aos 60...

domingo, 8 de novembro de 2009

Sacha Arcanjo - 60 anos "Eu Estava Lá"









Escrevo essas primeiras impressões pensando no documentáro (por sinal, excelente) "I´m not there" ("Eu não estava lá"), sobre e com Bob Dylan. Mas eu estava lá! Posso morrer agora sabendo que estive numa festa histórica, pra ficar anotada na lembrança e na vasta e rica memória coletiva, artística, cultural e cidadã de São Miguel. Mas, afinal, estava lá, onde?
Pois ontem o Sacha (esse, sim, "é o cara", segundo meus conceitos obamanianos de reconhecer uma figura pública que seja realmente "a tal"), entrou feliz pelas portas do 60, e talvez tenha se realizado no já histórico bairro de São Miguel, no quintal catártico da sua mítica casa (que, por sinal, é alugada - e lá se vão acho que mais de 30 anos num só lugar. "Alô, autoridades, acho que deveriam tombar a mesma por usucapião para torná-la um monumento vivo em homenagem à arte, à cultura e à cidadania!"), uma festa que provavelmente estará incrustada no imaginário coletivo como "uma senhora festa!"
Reconheçamos todos: o cara merece. E muito mais! Ainda assim, pelas mãos práticas da Célia e do Sachinha (além de todos os outros da trupe familiar, que é a cada dia mais bonita e simpática), tudo fluiu de maneira bonita, acalorada, simples e alegre, com muita música, gente bonita, conversa sadia e solta, sem egolatria. Igual a tudo que me acostumei a ver no Sacha e seus cúmplices, seja no engenho familiar, amigo, profissional, cultural e artístico, em todos esses 11 anos de convivência próxima.
Na entrada, o tira-gosto era o encontro com vários que há muito eu não via. E bota gente nisso! O quintal tava pequeno, e o sereno gostoso que caía como maná do céu ajudava a criar um clima, fazendo com que todos se aproximassem mais. As guarnições servidas eram preciosas porções de abraços e beijso calorosos em tantos velhos e muitos novos amigos que também se aboletam próximos às asas livres e desprendidas do Sachão. E sob a metáfora dos caldinhos fortificantes da Célia, eis-nos diante da substância inteligente de gente festeira, irrigada nas ideias, em paz com a vida e a sina.
Encontrei muitos ali e acho injusto citar os que estavam, pois provavelmente vou incorrer no erro de omitir alguém. Vou pela tangente, lamentando a falta de alguns que, por óbvio motivos pessoais ou profissionais, não estiveram, caso do Edvaldo Santana, do Ivan Néris, do Eliel e do Akira, que (ufa!), chegou no finzinho. Quer dizer, finzinho pra mim, que já estava de saída, mas creio que o negócio deve ter rolando até umas horas.... se é que não está rolando ainda. Conheço essa tchurma!...
Por ora, felicito o Raberuan (parceiro mais constante nessa viagem idílica do Sacha), o Akira e tantos outros que proporcionaram ao cara um cd exclusivo com seus maiores sucessos, regravados por amigos da old & new school, que resultou num presente que, longe de ser só para o próprio, acabou por ser um presente para todos que estavam presentes (sic). E para as gerações do porvir também.

- Tintim, mano véio!