sábado, 10 de janeiro de 2009

DEUSES E MONSTROS

Encontrei recentemente, pesquisando sobre filmes de terror e personalidades desta área cultural para nosso possível “Drácula”, uma fita chamada “Deuses e Monstros”, que dá ao espectador os últimos momentos da vida de JAMES WHALE em 1957. Quem é James Whale? Simplesmente o cara que forjou na mente da cultura ocidental a imagem do monstro de FRANKESTEIN como todos nós conhecemos: a figura eterna de BORIS KARLOFF (sim, exatamente esta imagem que veio a sua mente).
No filme, James Whale (interpretado fantasticamente – e não é pra menos – por Ian Mckellen) já está longe de Hollywood há tempos, sofreu um derrame que, se não o privou de movimentos físicos, em troca lhe deixou uma eterna e evolutiva tempestade mental, destruindo qualquer barreira entre passado, presente e criação artística. Homossexual, incompreendido e totalmente isolado do mundo, este “velho pederasta de Hollywood” começa a desenvolver amizade com seu tosco jardinheiro, o semi troglodita Clay Boone (Brendan Fraser, trabalhando muito bem. Se você não o considera um bom ator, aconselho que pare de assistir estas múmias que ele fez e procurar seus filmes de arte. O cara é bom, acreditem!).
O lance do filme que nos segura diante da tela é justamente o conflito entre as duas visões humanas sobre a vida, o que dá margem para refletirmos sobre aquelas conversas incoerentes de que “o artista está mais próximo de Deus” ou “os artistas tem uma responsabilidade social muito maior do que qualquer outra classe”, e por aí vai. Whale não é artista porque quer mudar o mundo, e Boone não é jardineiro porque é apenas isto que ele pode ser na sua “miserável vida comum.”
Final surpreendente; uma passagem totalmente politicamente incorreta com a então princesa Margareth da Inglaterra; motivos para rir, chorar e refletir e um dos poucos filmes que justificam o slogan do cartaz: às vezes a realidade assusta mais que a ficção.
Baseado no livro “THE FATHER OF FRANKENSTEIN”, de Christopher Bram, o filme é uma biografia com toques fictícios (o jardineiro não existiu realmente). Ainda temos no elenco Lynn Redgrave, Lolita Davidovich e Kevin J. O’Connor.
Indicado para três Oscar, ganhou o de roteiro adaptado e mais uma talaguetada de premiações tanto para o elenco como para a equipe técnica. O filme é essencial para quem quer conhecer a história do cinema e seus diretores, um bom começo.

DEUSES E MONSTROS
(Gods And Monsters)
EUA 1998
Direção: Bill Condon
Elenco: Ian Mckellen, Brendan Faser, Lynn Redgrave, Lolita Davidovich, Kevin J. O’Connor
(Alpha Filmes)

5 comentários:

IvanNeris disse...

Realmente é um filme fantástico! O Ian se esmerou na interpretação do personagem e o Brendon também, acho ótima a desmistificação que o enredo faz do artista "ser maravilhoso", eu particularmente faço parte da estirpe dos artistas conturbados, malditos e benditos que como James Wale são seres difíceis de se conviver, extamente por dizerem e agirem de acordo com seus próprios parâmetros de comportamento, o que quase sempre causa conflitos homéricos entre eles e as pessoas que os cercam. O problema é que ser o que somos e como somos, é a melhor parte de nosssas vidas, fazer o que...

Anônimo disse...

Todos para o chão!!! É tiro pra todo lado! =)

Nando Z disse...

Mermo mais ñ sei qual tiro é pior, de chumbo ou de sal!!! rs

Claudemir "Dark'ney" Santos disse...

Conhece os dois, Nando?

Nando Z disse...

Minha mãe ñ deixa!