domingo, 29 de março de 2009

DEBAIXO DE ÁGUA E NO ESCURO CORREMOS SOBRE DUAS RODAS

Este grupo de teatro é o mais rock n roll que eu já vi. Acordei cedo e fui para o 10º Congresso Brasileiro de Entregas Rápidas e Encomendas Expressas no Clube Sírio (lá na avenida Indianópolis). Macedão me pegou em São Miguel e fomos de carro. No carro, ele me informa que não poderá fazer seu personagem na apresentação. Quem me conhece sabe que sou péssimo pra decorar texto, mas tudo bem. Eu faria o Murilo. No congresso, conheci pessoas da área - muito legais e anteciosos. Divulguei a apresentação do dia 04, olhei as meninas de aluguel - aquelas sexys que vendem qualquer produto - almocei boa comida com talheres de prata, não roubei nenhuma taça e voltei para Zona Leste. To no trem, Marcão me liga. "Onde ce tá?", "No Brás. Vai montando o cenário que eu to chegando". "Montando o quê? A Amadeu virou um rio; não dá pra entrar. to em casa, quando a chuva maneirar, eu volto.". Ok. Cinco minutos depois - isto era três e cinco da tarde, Bá e Hayashi me ligam, felizes porque chegaram e comendo meu rabo por causa do atraso. Eles e Isa na Oficina começam a montar o circo, digo, o teatro. O trem parte. Desço em São Miguel. Cinco e meia está tudo certo. Um copo de vinho, um Marlboro. Engenheiros do Hawaii. Dança e piadas. Esta é a nossa concentração antes do espetáculo. Karen Danielle deu o primeiro passo para buscar o público. Acaba a energia elétrica assim que Hayashi liga o primeiro refletor. E agora? Decidimos apresentar sem técnica. Colocamos o publico em seu lugar, e começamos. Hayashi mandou bem e criou climas perfeitos com o violão do Sacha Arcanjo, enquanto ele (Sachão) e Nando Z acessoravam acendendo velas, mandando o cara do carro abaixar o som, e coisas assim.
No meio da peça, a energia elétrica voltou. Interrompemos a apresentação, ligamos a técnica e o show continuou. Foi o máximo!
Depois, tradicionalmente no bar do Didi a noite terminou entre Marlboros, cervejas e talaguetas (leia-se velho barreiro com limão). Mas aí é outra história. Públicos, colabores e atores de parabéns. Agora, quem perdeu, nunca mais nos verá em uma performance louca assim. Os contratempos só confirmaram o que já sabíamos: nada pode parar esta locomotiva intitulada Alucinógeno Dramático! Por isto, aceitem o conselho do bom e velho Marcelo Nova: "EITA DIABO! SAI DA FRENTE!"

quinta-feira, 26 de março de 2009

SOBRE DUAS RODAS ESTRÉIA EM SÃO MIGUEL. DEPOIS, SEGUE PARA SANTO ANDRÉ

SOBRE DUAS RODAS ESTRÉIA EM SÃO MIGUEL. DEPOIS, SEGUE PARA SANTO ANDRÉ

O espetáculo SOBRE DUAS RODAS estréia sábado, dia 28 de Março, às 17 horas, em São Miguel e depois, dia 04 de Abril no Anfiteatro da SEST SENAT (Rua Vereador José Nunes, 300) às 15h. Com o elenco definido e “tudo ok”, a peça chega ao ensaio final, com a presença do público – amigos e admiradores do grupo que marcarão presença (os interessados devem enviar e mails pedindo o ingresso.
A peça conta a história de Giovanna que, cinco anos após a morte do pai em um acidente de moto – o que a deixou seriamente traumatizada – terá que enfrentar seus medos ao saber que Anderson, seu marido, e Beatriz, sua melhor amiga, vão “encarar um trampo de motoboy”.
Politicamente correta, com cenas emotivas e uma trilha sonora de hits, o espetáculo é, sem dúvida, o mais leve do grupo. Partindo da idéia de Ananias Macedo (empresário que faz pequena participação na peça), Claudemir Santos criou um roteiro não apenas para treinamento e conscientização dos motoboys, mas que pudesse ser assistido e assimilado por qualquer pessoa que gosta de uma boa peça teatral – no mais, pedestre e motoristas também fazem parte do trânsito. A reeducação e conscientização deve ser geral, e não apenas direcionada.
A peça é conduzida pelo trio Marcos Antonyo (interpretando Anderson), Isa Diaz (interpretando Giovanna, papel que teve inicialmente Gisélia Lima e, após, Carol Moisés) e Clara Barbosa, criando uma inesquecível Beatriz, ao vivo! Coadjuvando, temos Bárbara Ramos (interpretando a malvada e trapaceira Valquíria) e Ananias Macedo, fazendo o empresário “bom samaritano” Murilo. Na técnica, temos Tarcísio Hayashi, auxiliado por Claudemir Santos, que assina a direção do espetáculo.
“Sobre Duas Rodas” tem a vida estimada de seis meses. Nasce dia 28 agora após uma gestação de vários meses. Nasce onde nasceu: em São Miguel. Não perca! Partos assim não costumam mais acontecer nos dias de hoje!

DIA 28 03 09 – 17H
TEMPO: 50 MINUTOS
CENSURA LIVRE
ENTRADA FRANCA

DIA 04 04 09 - 15H
SOMENTE CONVIDADOS
Ingressos antecipados e interessados no dia 04 de Abril: envie e mail para claud-santos@hotmail

quarta-feira, 25 de março de 2009

UM MÊS DE CÃES DANADOS, O LIVRO!

UM MÊS DE CÃES DANADOS, de Moacir Scliar. EU LI! (ou Quando a música nos leva à literatura, e a literatura nos leva à História e, a História, por sua vez, nos leva ao ser humano)

Estava eu na Biblioteca Municipal Raimundo de Menezes, Zona Leste, pleno São Miguel. Durkheim e mitologia grega em mãos. Entro na fileira de estantes e eis que vejo aquela roxa morena de um metro e noventa, mais ou menos. Bela. Os olhos percorrem suas costas procurando aqueles montes salientes – paixão nacional. Melhor que futebol e cerveja. Mas ela não tem. Suspiro revoltado com o senso de humor de Deus, Pai, Todo Poderoso, e ela vira o rosto em minha direção. Faço que não é comigo e olho pra estante e... ele está lá. Preto no vermelho, numa edição surrada de 1977. Bati o olho e a primeira coisa que veio à cabeça foi a frase “Um dia de cão, um mês de cães danados”, da música “descendo a serra”, dos Engenheiros do Hawaii (sexta faixa do lado B, LP Várias Variáveis, BMG, 1991, e eu tenho. Novinho!).
Em primeiro lugar, devo dizer que toda a obra dos Engenheiros – nas letras de Humberto Gessinger – estão repletas de referencias pops, literárias, históricas e cinematográficas. É como ler um mapa com cidades que você já viu e outras que não conhece e precisa visitar para ter um entendimento fiel ao caminho da poesia concreto-progressista de Gessinger. Mas vamos ao livro e seu autor.
Eu já conhecia Scliar de outros carnavais. Minto. Conheço-o de outros natais. Li um conto dele que ocorre no Natal em uma coletânea de contos sobre a tal data festiva. Conto bom. Volta e meia eu cruzo com ele na folha de São Paulo. Encontros casuais. “Um Mês de Cães Danados” me encantou de tal maneira, que desejo em breve ter outro volume do autor em minhas mãos. Narrado em primeira pessoa, temos Mário Picucha (nome fictício do personagem), um mendigo que conta a um turista paulista suas desventuras no interior do Rio Grande do Sul e depois nas ruas de Porto Alegre, tendo em foco existencial o mês de Agosto de 1961, quando Jânio renunciou a presidência. Bem humorado, denso, imprevisível e comovente, o autor nos dá uma visão histórica fascinante: a visão do cidadão comum e apolítico em um universo de ações políticas incorretas. Forte, selvagem, despreparado e desprotegido, Mário nos conduz alucinadamente para um final que jamais abandonará a mente de quem o encontrar. Recomendo a leitura imediatamente!

TRECHO INICIAL DO LIVRO:

“É muito pouco. Isso aí? É muito pouco.

Queres saber da Ema Fugaz? Queres? Então é muito pouco. Queres saber dos bois empalhados? Da tia de Pelotas? Da Carta de Puntal Del Este? Da queda do cruzeiro? Do banco da Província? Do Simca Chambord? Das Cestas de Natal Amaral? Do considerável número de populares bradando viva Jânio? Queres saber de tudo? Querer? Então paga.

Queres saber da vozinha na parede. Queres saber da crise de Berlim. Queres saber dos batelões afundados no Canal do Rio Grande. Queres saber da machine-gun. Queres saber do restaurante universitário. Queres saber do Chevalier Rolland. Queres saber o que aconteceu na praça da Matriz, naqueles dias, há muito tempo.

Queres saber tudo – por uma moeda. Mas vem cá – perdeste a vergonha? (...) Não importa o quanto! Ouviste? (...) Não quero saber de quanto é a tua moeda. O que ela valer será pouco. Já ouviste falar da abóboda de dezoito quilos? Até este dia dezoito, tinhas ouvido falar de semelhante prodígio? Não – não tinhas ouvido falar; portanto, uma moeda é pouco.
Bota mais aí.
Bota um pouco mais, anda.
Bota um pouco mais que eu te conto a história.(...)”

(UM MÊS DE CÃES DANADOS, Moacir Scliar. Porto Alegre, L&PM, 1977)

segunda-feira, 23 de março de 2009

ALUCINÓGENO DRAMÁTICO ENSEMBLE!

O ensaio terminou. Sentamos irreverentes e descontraídos, jogando conversa fora entre Marlboros, Casteluches e Raul Seixas. Somos seis. Já fomos doze, um dia. "Sobre Duas Rodas" corre para a estréia. Tranquilidade no ar. Todos sabem o que devem fazer. E fazem. E fazem bem. O futuro próximo é pensado sem muito compromisso. O que virá depois? Tragédia grega? Infantil? Um filme dirigido por Escobar Franelas? Não se sabe. Não há pressa em saber - ao menos não desta vez. Não neste momento e nem hoje. Estamos vivendo o momento. Faculdades, música, artes, pedagogia, inglês, radiologia. Caminhos e expandem e nos trazem até aqui agora. Hora de partir. Fiestas, Escorts e bicicletas cruzam as ruas de São Miguel, cada um em uma direção: Vila Matilde, Pimentas, Itaim, Ferraz. São Miguel funciona como um coração, de onde saem artéias que levam sangue para todo o corpo e voltam, passando novamente pelo motor mais possante da face da terra. São Miguel: um coração onde a Arte acontece. O que eu chamo de Movimento Constante, é sábio. Agora, nas ruas, há placas indicando da direção da Capela de São Miguel Arcanjo, há construções paradas e abandonadas para quais eu olho e penso "seria o cenário perfeito para nosso Drácula". Há chuva no meu walkman em plena Marechal Tito, a velha São Paulo-Rio. Há muita coisa, e um grupo que resiste ao tempo, passando por cima de crises pessoais e coletivas. Há algo que não morre, jamais!
Hoje somos seis extamente nesta ordem de chegada: Tarcisio Hayashi, Bárbara Ramos, Clara Barbosa, Isa Diaz, Marcos Antonyo e eu, Claudemir Santos. Somos o Alucinógeno Dramático, um conjunto em plena perfeição!

VINICIUS CASÉ LANÇA LIVRETO DE POESIAS

Durante o último show de Sacha Arcanjo no bar do Camacho, Vinicius Casé de La Sota me entregou um exemplar de "Verdades em Mentiras", um livreto contendo escritos seus baseados nos desenhos de Mariana Waechter. Achei muito bacana: colocar a Arte em movimento constante é nosso grande objetivo por aqui. Com uma tiragem inicial de trezentas cópias, Casé já passeou por aí vendendo e divulgando seu trabalho pela Capital e por algumas cidades próximas. Os poemas, muitos escritos no eu feminino (lá dele), retraram perdas e ganhos e danos amorosos - e algumas reflexões sobre a vida. Apesar de usar alguns chavões muito em voga por aí, dá para perceber a direção do trabalho do Vincius, lembrando muito suas composições musicais: um romantismo exarcebado de quem se entrega ou deseja se entregar a um grande amor que acontece, pode acontecer ou aconteceu, transformando toda uma existência - sim, a transformação está presente em quase todas: ninguém continua sendo a mesma pessoa após passar pelo amor, seja ele correspondido ou não (sempre haverá consequencias nesta estrada!).
A diagramação foge do comum e o papel reciclado dá um certo charme aos desenhos de Maechter, que passeia sem muito compromisso entre a caricatura, o expressionismo e um possivel surrealismo, revelando que talvez a artista esteja experimentando caminhos antes de escolher a estrada de tijolos amarelos que deseja seguir. Seus traços fortes retratam pessoas no cotidiano mergulhadas em momentos íntimos, na maioria das vezes, turbulentos mergulhos nas profundezas de seus dramas pessoais. Algumas vezes as imagens dizem mais do que os poemas, revelando um lado social que os poemas não alcançam explicitamente. No conjunto, textos e imagens funcionam bem. Mas se o leitor desvincular um do outro, terá uma terceira descoberta em seus sentidos. Texto. Imagem. Texto & Imagem. Experimentem!
Uma penas que os revisores deixaram passar alguns erros ortográficos - mas nada que tire o sentido dos textos de forma relevante (e além do mais, você pode até se divertir com isto, tipo o jogos dos sete erros: ache onde está errado. Ou pior, você pode ler e não achar os erros, afinal, até aonde vai o português nosso de cada dia?)

Muito legal, Casé.
Estar por aí é muito importante!
Agora, que venha o CD!

SAIBA MAIS!
Quem quiser saber mais sobre o jovem Casé De La Sota ou conversar com o homem:
dl.sota@hotmail.com
vinicius.sota@gmail.com
http://www.vinnydelasota.blogspot.com/

domingo, 22 de março de 2009

Retratação...

Caros correlegionários,


no meu último post ("Uma visita inusitada ao visitante...", cometi um erro sem precedentes e aqui estou para a devida retratação: na parte onde escrevi que não era ator, tampouco dramaturgo, disse que nunca havia lido Pirandello e nem Stravinsky. Corrijo: nunca li Pirandello e também nunca li Stanislavisky que, diferente de Pirandello - que era dramaturgo, poeta e romancista -, era ator, diretor, pedagogo e escritor.
Corrigido está!

(mas, peraí: também nunca li Stravinsky [compositor e autodidata]! Eita!)

Abraços.

P.S. tenho um texto de Bráulio Tavares sobre uma de marketing ateu que está surgindo na Europa... entretanto, não o postarei hoje... tenho medo de ser expulso do blog por excesso de publicações, né Dark 'n' Ney!

sábado, 21 de março de 2009

Uma visita inusitada ao visitante....

Caros correlegionários,

sei que ando muito presente nos últimos dias, mas a necessidade metafilosófica de estar aqui, obriga-me a recorrer ao recurso primordial de nossa comunicação: a escrita.

E faço isso, como o título sugere, por um motivo, de fato, inusitado. Ei-lo: anteontem, quinta-feira, fui ao Teatro Popular do SESI, na Paulista, para assistir à peça "Não sobre o amor", da Sutil Companhia que, aliás, é responsável também por um dos trabalhos mais instigantes dos últimos anos nos teatros paulistas, "Avenida Dropsie", adaptada da HQ homônima de Will Eisner (o mesmo criador de "The Spirit"), que contou com a cenografia impecável de Daniella Thomas - há um momento em que chove no meio do palco durante incontáveis dez ou quinze minutos.

A peça, Não sobre o amor, do diretor Felipe Hirsch, baseia-se no livro de mesmo nome do escritor e teórico formalista Victor Shklovsky, no qual o autor reúne sua correspondência com a romancista franco-russa Elsa Triolet. Mais uma vez, o cenário criado por Daniella Thomas dá um tom intimista à obra e isso é fortalecido pelos únicos atores em cena: Leonardo Medeiros e Arieta Corrêa, que contracenam, literalmente, subindo pelas paredes, pois o cenário é uma caixa gigante presa ao fundo do palco onde estão pregados mesas, cadeiras, a cama etc.

A coisa ruim dessa peça é que, diferentemente da multimídia Avenida Dropsie, não fui assisti-la. Obtive todas essas informações no site do Guia da Folha, pois, com os ingressos na mão, no horário e tomado banho, não pude ver a peça porquê ela fora cancelada devido a problemas técnicos - segundo a atendente da bilheteria. É claro que eu fiquei extremamente feliz: saí de casa com DUAS horas de antecedência, minha mulher saiu uma hora mais cedo do trabalho, enfrentamos um metrô típico de São Paulo (era dia de rodízio, e como o único lugar que queremos defumar é o pulmão, respeitamos a lei.), não jantamos, fizemos três baldeações e ainda pegamos a fila para carregar o bilhete único. A verdade, e aí me valho da teoria que mais gosto, a da conspiração, é que o SESI estava sediando o Encontro Empresarial Brasil e Argentina (entendem o "visitante' do título?) e, evidentemente, fala mais alto quem tem mais dizer... A moça disse que poderíamos trocar o ingresso para um outro dia, ou ter dinheiro das entradas de volta. Escolhemos a número um, e para o aumento de nossa alegria, a próxima, que era a também a última, data do espetáculo já estava lotada.

Derramando sorrisos e alegrias pelos poros, decidimos caminhar até a Consolação, pois lá no Conjunto Nacional há um restaurante bacana que, depois das sete, cobra só oito paus no "coma à vontade". Até aí tudo bem, pois nada é como caminhar pela Paulista. É, provavelmente, a experiência mais diáfana que se pode ter sobre São Paulo. Mais do que cruzar a Ipiranga com a Avenida São João, mais do que passar um dia na 25, mais do que ir morrer no Brás. Mesmo que o cenário prevaleça, imponente e glamouroso, as pessoas são todas as pessoas de todos os tipos que compõem a massa disforme, grossa, que se desloca de uma lado, num movimento ora centrífugo, ora centrípedo, dentro dessa caldeira de insanidades que é nossa cidade.

No restaurante a promoção que nos atraíra havia acabado e os preços estavam deste tamanho. Decidimos por comer um lanche qualquer e fomos ver o que estava passando no Cine BomBril, afinal já estávamos ali mesmo.

Assistimos ao filme "O Visitante" - roteiro e direção do americano Tom McCarthy, que já havia dirigido "O agente da estação de 2003 - e, foi a melhor coisa que aconteceu naquela quinta de quase outono, em que o Éolo mais parece uma puta cara fazendo cafuné em seu melhor cliente.

Walter Vale, protagonista vivido pelo ator Richard Jenkins, é um viúvo que há vinte anos é professor de uma faculdade em Connecticut. O pó amarronzado de seu ofício é notado quando um aluno lhe cobra o plano de trabalho daquele ano e, na cena seguinte, ele aparece passando corretivo na data do plano do ano anterior.

Walter é obrigado a ir para Nova York como representante da faculdade em um congresso. Chegando em seu apartamento, ele se depara com dois estranhos vivendo lá. Um casal de estrangeiros, Tarek e Zainab, que alegam ter alugado o apartamento de um corretor.

Compadecido dos "hóspedes", ele decide deixá-los ficar. A partir daí, o convívio faz com que se aproximem tanto que Tarek, que é percussionista, ensina Walter a tocar djembê e o leva para tocar consigo no Central Park.

O que mais chama a atenção no filme, sem dúvida, é a simplicidade que permeia os conflitos, e ainda assim, a capacidade do diretor em criar uma ambiente de constante tensão. Evidentemente, com as atuações do elenco, essa não é uma tarefa difícil. Não sou dramaturgo, não sou ator, mas tenho a impressão de que no filme os personagens são sentimentos e não pessoas com sentimentos. Por exemplo, Zainab, namorada de Tarek vivida pela atriz Danai Jekessai Gurira, é a própria desconfiança. O fato de ela e seu namorado serem imigrantes ilegais, faz com desconfie até mesmo de Walter que se mostrou tão caridoso; Tarek é a imagem poética da música, do prazer de viver, de respirar sem medo, de conhecer; Walter é o exato oposto disso. Logo no início do filme, após uma aula de piano com sua professora particular, ele pede para que ela não volte no dia seguinte, confusa, ela pergunta se ele vai desistir e diante da resposta negativa, ela lhe pergunta quantos professores ele já teve antes dela e quando ele responde que foram quatro, ela lhe fala o seguinte: ... o senhor sabe o quanto é difícil uma pessoa na sua idade aprender piano? ... Ainda mais quando não se nasceu com um talento natural para a música, como o senhor... Mudar de professor não vai resolver o seu problema. Mas se o senhor for mesmo desitir, por favor me avise... eu gostaria de comprar seu piano...; A mãe de Tarek, Mouna (Hiam Abbas) que havia fugido da Síria há anos devido à perseguições políticas que levaram á morte de seu marido, é o deslumbramento pueril e imaculado do migrante que, pela primeira vez, conhece lugares e coisas que antes só conhecia pela televisão, ou por fotos.
Já disse: não sou ator e tampouco li Pirandello, ou Stravinsky, mas as atuações realmente me impressionaram.

A trama toda é rasgada por uma explícita crítica ao preconceito americano com imigrantes e ao modo como são feitas as "investigações" para se deportar alguém do país, depois do onze de setembro. O tempo inteiro símbolos americanos são apresentados ao lado de situações paradoxais, como quando Tarek é preso pela imigração e na parade do centro de detenção aparece um cartaz onde se lê: os imigrantes são a força dos EUA.

Além de tudo isso, O Visitante traz à tona a questão do cansaço de ser você mesmo a vida toda. De ter o mesmo trabalho, de tentar fazer as mesmas coisas, de fugir daquilo que é novo, de fingir importância naquilo que faz há muito tempo.

Poesia em seu estado mais sincero. Assitam.

P.S. na sáida, extasiados, caminhamos de volta até a estação Triannon, pra dar tempo de fumar um cigarro, discutir o filme etc, e, na calçada do parque Triannon, bem na parte que em o Bandeirante, brota imperioso da calçada, nos deparamos com um ser sem cor e com cheiro, aliás muito forte, que falava ao telefone sem fio (sem fio, sem antena, sem sinal, sem tecla) com seres intergaláticos... É São Paulo... Ainda bem...

terça-feira, 17 de março de 2009

Trampo

Caros correlegionários,


bem sei que há tempos não dou minhas caras por aqui: peço perdão ante ao supremo júri e alego, em favor de minha redenção, que estive com problemas de ordem tecnocrática (computador fela da pota!). Em favor de minha reaceitação e compensação pelo meu descaso, escrevo abaixo um post comprido, mas funcional. Trata-se da contratação de oficneiros pela prefeitura de São Paulo, para diversas áreas. O valor da hora/aula é de 70 malandros e as inscrições dos projetos vão de 16/03 a 17/04.
Confiram maiores informações no link: http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v4/index.asp?c=1
(página 61, de 14/03/2009)

ou aqui.
Beijos a até a vista.

CULTURA
Centro Cultural São Paulo
EDITAL DE CREDENCIAMENTO PARA OFICINEIROS
Nº01/CCSP/09
2009-0.066.139 - 5 A Secretaria Municipal da Cultura FAZ
SABER que durante o período de 16 de março a 17 de abril de
2009, das 10h às 13h e das 14h às 17h na sede do Centro
Cultural São Paulo, localizado à R. Vergueiro, 1000,
CEP:01504-000 Paraíso, São Paulo/SP, estarão abertas
inscrições para a seleção de interessados em apresentar
projetos de oficinas e prestar serviços como OFICINEIROS para
o programa de Oficinas Livres promovidas pela Divisão de
Ação Cultural e Educativa (DACE) do Centro Cultural São
Paulo,
visando o estímulo e desenvolvimento de ações de
difusão e formação cultural e práticas corporais com
fundamento na atribuição prevista no art.15, V do Decreto
Municipal nº 49492/08, nas seguintes condições:
1. DO OBJETO
1.1. O presente edital visa o credenciamento de profissionais
interessados em apresentar projetos de oficinas e prestar
serviços para a Municipalidade de São Paulo como
OFICINEIROS para o programa de Oficinas Livres, desenvolvido
pela Divisão de Ação Cultural e Educativa do Centro Cultural
São Paulo, com acesso gratuito à população de todas as faixas
etárias (crianças, jovens, adultos e idosos).
1.2. Serão selecionados para cadastro OFICINEIROS nas
seguintes áreas: Linguagens Visuais; Teoria, Crítica e História
das Linguagens Artísticas; Atividades Artísticas em Família;
História em Quadrinhos; Escrita Criativa; Práticas Corporais;
Dança de Salão; Canto Coral; Laboratório Pedagógico; Cultura
e Vestibular.

1.3. Os OFICINEIROS devem apresentar projetos e comprovar
conhecimento e experiência na respectiva área, observados os
critérios de aceitabilidade dos projetos e de classificação
descritos nos itens seguintes deste Edital.

1.4. O Cadastramento previsto neste edital é específico para o
programa de Oficinas Livres da Divisão de Ação Cultural e
Educativa do Centro Cultural São Paulo e não interfere na
contratação de OFICINEIROS para atividades e programas
específicos realizados pelo CCSP e demais departamentos da
Secretaria Municipal de Cultura.
2. DAS ESPECIFICAÇÕES DAS OFICINAS LIVRES
2.1 Oficina Livre é uma modalidade de educação não-formal
de duração variada.
2.2 As propostas de Oficinas Livres deverão ser de atividades
práticas como teóricas que exercitem a experimentação e/ou a
reflexão acerca dos seus conteúdos que preferencialmente
devem ter relação com a programação e acervos do CCSP.
2.3 As propostas de Oficinas Livres poderão ser tanto de
introdução quanto de aprofundamento dos fundamentos das
áreas de atuação estabelecidas no item 1.2.
(e descritas no
item 3) proporcionando gratuitamente ao usuário do CCSP
qualificar-se, atualizar-se, enriquecer sua experiência de vida e
formação nas diversas linguagens artísticas, participar de
atividades de lazer, fruição e socialização.
2.4 As Oficinas Livres deverão ocorrer no período
compreendido entre 10:00 e 22:00 hrs no CCSP.
2.5. Os projetos poderão ter duração de uma a oito semanas,
com carga horária máxima total de 24 horas e as oficinas
serão divididas em tantas sessões semanais quantas
convenientes à Administração (salvo nos casos das propostas
para oficinas de dança de salão e canto coral que ocorrerão
obrigatoriamente às quartas-feiras das 12:00 as 14:00 hrs e
terças-feiras das 19:00 às 22:00 hrs, respectivamente) e
poderão ter duração de até 16 semanas e carga horária total
de até 48 horas.
2.6. O público alvo das Oficinas Livres são jovens a partir de 14
anos e adultos, inclusive com deficiência e/ou mobilidade
reduzida.
2.6.1. Para as oficinas nas áreas de Atividades Artísticas em
Família e Laboratório Pedagógico o público alvo são,
respectivamente, crianças a partir dos 4 anos acompanhadas
dos pais ou responsáveis e educadores do ensino formal e não
formal e estudantes de pedagogia ou licenciatura.
2.7. A DACE oferecerá Declaração de Participação, para os
alunos que tiverem o mínimo de 75% de presença, que deverá
ser assinada pelo Oficineiro e pelo Diretor da DACE.
2.8. No prazo de 07 dias contados do último dia da oficina, o
Oficineiro deverá apresentar relatório avaliativo conforme
modelo a ser fornecido pela DACE.
3. DOS OBJETIVOS DE CADA ÁREA DE ATUAÇÃO
3.1 Linguagens Visuais: Estimular a percepção e leitura do
mundo através compreensão dos procedimentos básicos das
linguagens visuais, possibilitando a criação, a comunicação e o
desenvolvimento de formas de expressar idéias bidimensionais
e tridimensionais tais como: Desenho, pintura, gravura,
colagem, escultura, modelagem, instalação, design de objetos,
design de moda e etc...
3.2 Teoria, Crítica e História das Linguagens Artísticas:
Exercitar a experiência da reflexão teórica e historiográfica da
arte, e estimular as práticas discursivas presentes no debate
das linguagens artísticas, tais como as artes visuais, cinema,
dança, fotografia, música e teatro.
3.3 Atividades Artísticas em Família: Proporcionar atividades
de curta duração, sem necessidade de inscrição, em que
crianças e adultos (pais ou responsáveis) vivenciem juntos, de
forma lúdica as várias linguagens artísticas presentes na sua
programação do CCSP. Estas atividades podem contar com o
suporte do mobiliário educativo chamado tatu-bola. Para
maiores informações acesse o site na internet do programa
em: (http://www.centrocultural.sp.gov.br/tatu_bola/)
3.4 Escrita Criativa: Oferecer atividades de estudo,
experimentação e exercício prático dos gêneros, espécies e
formas literárias, diversidades estilísticas e de conteúdo
(poesia, romance, crônica, texto jornalístico, cadernos de
viagem, diários etc...), promovendo o exercício da escrita como
ferramenta de expressão individual ou colaborativa.
3.5 Práticas Corporais: Oferecer atividades físicas de baixo
impacto, que contribuam para o bem estar, a saúde em sua
totalidade, entendendo o sujeito em suas dimensões
cognitivas, motoras, sócio-históricas e antropológicas numa
abordagem que focalize a cultura corporal do movimento.
3.6 Dança de Salão: Proporcionar o desenvolvimento da
musicalidade, do ritmo, da coordenação motora e da
consciência corporal através dos movimentos da dança;
estimulando a memória e socialização dos participantes.
3.7 Canto Coral: Proporcionar contato com a Música, através
do canto em conjunto. Desenvolver noções básicas de
linguagem musical, uso correto da voz e respiração. Estimular
a sensibilidade e capacidade auditiva através do trabalho com
repertório variado: obras originais para coro e arranjos, música
popular, etc. Participar de apresentações.
3.8 Histórias em Quadrinhos: Proporcionar o contato com a
linguagem dos quadrinhos em seus diferentes estilos desde
suas origens até a produção atual. Introduzir conhecimentos
das diferentes etapas de produção de uma história em
quadrinhos: roteiro, narrativa, criação de personagens,
técnicas de desenho e composição.
3.9 Laboratório Pedagógico: Atualizar e instrumentalizar
educadores abordando, de forma crítica e criativa, questões
relevantes ao ensino das diferentes linguagens artísticas, nos
diferentes níveis de ensino formal e ensino não formal. Esperase
contribuir na formação continuada de educadores não
apenas de arte, mas também das áreas humanas.
3.10 Cultura e Vestibular: Visa proporcionar aos estudantes
que se preparam para o vestibular um contato aprofundado
com o mundo da cultura e das diferentes linguagens artísticas,
através de abordagens que enfatizem as relações entre as
artes e os conteúdos e disciplinas curriculares do ensino médio.
4 INFRA-ESTRUTURA E RECURSOS MATERIAIS
4.1 O Centro Cultural São Paulo dispõe de 2 salas de oficina e
1 espaço de ateliê. Propostas para espaços alternativos do
edifício são bem-vindas e serão avaliadas atentando para as
normas de segurança e programação do CCSP. Os proponentes
podem visitar o CCSP e conhecer os espaços para melhor
elaboração de seus projetos.
4.2 Computador, data-show, aparelho de som e dvd podem ser
disponibilizados. Demais equipamentos, materiais de consumo
e outras demandas serão tratados caso a caso durante o
processo de produção das Oficinas.
5. DAS EXIGÊNCIAS GERAIS PARA PARTICIPAÇÃO
5.1 Serão admitidos a participar da presente seleção todos os
profissionais das áreas artísticas, culturais, de práticas
corporais que apresentarem perfis compatíveis com os
objetivos e natureza das Oficinas Livres, e que manifestem
interesse em fazê-lo, nos termos deste Edital.
5.2 Não poderão se inscrever servidores pertencentes aos
quadros de funcionários da Prefeitura do Município de São
Paulo, conforme vedação estabelecida no Estatuto dos
Funcionários Públicos do Município de São Paulo (Lei 8989/79
art.179, inciso XV)
6. DAS INSCRIÇÕES
6. 1 As inscrições serão realizadas no período, horário e local
descritos no preâmbulo do Edital, mediante a entrega de duas
vias da ficha de inscrição totalmente preenchida e assinada
(Anexo I - formulário disponível para download no site www.
centrocultural.sp.gov.br) e de duas fotocópias da Carteira de
Identidade e do Cadastro de Pessoa Física (CPF) que deverão
ser colocadas dentro de um envelope lacrado com os seguintes
dizeres na sua face externa:
A/C. Divisão de Ação Cultural e Educativa
Centro Cultural São Paulo
Oficinas 2009 (Área de atuação:......................................)
6.2 Também serão aceitas inscrições pelos Correios. A
postagem do envelope contendo os documentos necessários
para a inscrição (item 6.1) deverá ser ocorrer até o dia 17 de
abril de 2009.

6.3 O Centro Cultural São Paulo não se responsabiliza por
eventuais envelopes extraviados pelos Correios e, no caso de
greve, os envelopes deverão ser entregues pessoalmente.
6.4. A mesma documentação estabelecida no item 6.1 deve ser
apresentada para cada um dos proponentes de oficinas em
dupla, esclarecendo-se que toda ela deve estar no mesmo
envelope.
6.5.Não serão aceitas inscrições de projetos que não cumpram
rigorosamente todas as exigências previstas neste Edital e a
ausência de qualquer documento implicará na desclassificação
do(s) proponente(s)

6.6.Cada proponente (ou cada dupla) poderá se inscrever para
até 2 áreas de atuação distintas, sendo vedada a apresentação
de dois projetos para uma mesma área.
7. DA COMISSÃO JULGADORA
7.1 À Comissão de Seleção caberá a análise e a seleção dos
projetos.
7.2 A Comissão de Seleção será composta por sete membros
indicados pela Diretoria do Centro Cultural São Paulo, sendo
três do quadro de funcionários da Comissão de Curadoria do
CCSP e quatro membros contratados especialmente para tal
finalidade, com notória experiência na área cultural. A
Comissão de Seleção é soberana quanto aos méritos das
decisões.
7.3 Nenhum membro da Comissão de Seleção poderá
participar de forma alguma de projeto concorrente ou ter
quaisquer vínculos profissionais ou empresariais com as
propostas apresentadas ou de parentesco com os proponentes.
8. DA SELEÇÃO E DOS CRITÉRIOS
8.1 A Comissão de Seleção avaliará e classificará os projetos
inscritos por área, considerando as exigências especificadas
neste Edital
8.1.2. Serão selecionados para cadastro até 68 projetos
8.1.1. Serão utilizados os seguintes critérios para seleção das
Oficinas:
8.1.1.1. clareza e qualidade do projeto;
8.1.1.2. a adequação do Plano de Trabalho da Oficina Livre às
especificações previstas no item 2;
8.1.1.3. a comprovação de conhecimento e experiência na área
escolhida através da análise curricular;
8.1.1.4. a viabilidade da implementação do projeto;
8.1.1.5. pertinência dos métodos de trabalho escolhidos em relação
ao público alvo;
8.1.1.6. interesse sócio-cultural da proposta.

8.2 Os projetos inscritos não selecionados poderão ser
retirados junto à Divisão de Ação Educativa, mediante
apresentação de RG do proponente, no prazo de 15 dias
corridos a partir da publicação do resultado de seleção.
Passado este prazo, o Centro Cultural encaminhará os projetos
para reciclagem
8.3 A Comissão de Seleção decidirá sobre casos omissos.
8.4 A Comissão de Seleção encaminhará o resultado para
homologação pelo Diretor do Centro Cultural São Paulo e
publicação da lista de todos os selecionados divididos por área
no Diário Oficial da Cidade a partir do dia 16 de junho. A lista
dos selecionados será divulgada também através do endereço
eletrônico www.centrocultural.sp.gov.br
9. DOS RECURSOS
9.1. Do resultado caberá recurso, no prazo de 05 dias úteis da
publicação da ata no Diário Oficial, dirigido ao Sr. Diretor do
Centro Cultural São Paulo, que deverá ser devidamente
protocolado no endereço constante no preâmbulo deste Edital,
nos termos da legislação regente.
9.2. Não serão conhecidos recursos enviados pelo correio, facsímile,
correio eletrônico, ou qualquer outro meio de
comunicação.
10. DAS CONDIÇÕES DE CONTRATAÇÃO
10.1. Os projetos selecionados integrarão um banco de dados
específico que terá prazo de validade de um ano da data da
publicação dos resultados.

10.2. A Divisão de Ação Cultural e Educativa do Centro
Cultural São Paulo, segundo as necessidades do programa de
Oficinas Livres e disponibilidade orçamentária, convocará os
selecionados para contratação.
10.3. Cada oficina poderá, a critério da Administração, ser
realizada por até 03 vezes consecutivas respeitado o período
de validade deste credenciamento indicado no item 10.1.
10.4. Quando da contratação, os oficineiros selecionados serão
convocados através do envio de correspondência (que poderá
ser eletrônica, com inequívoca ciência) e terão o prazo de até
10 dias após o recebimento do comunicado para apresentar os
documentos relacionados a seguir:
10.4.1.Cópia reprográfica do PIS/PASEP/NIT;
10.4.2. FDC (ficha de dados cadastrais) e Certidão negativa de
Tributos Mobiliários Municipais de São Paulo. Caso o proponente
não seja cadastrado no CCM apresentar uma declaração,
sob as penas da lei, de que nada deve à Fazenda do
Município de São Paulo e que está ciente de que o ISS incidente
sobre a operação será retido.

10.4.3 Não poderão ser contratados aqueles que tiverem
pendências no Cadastro Informativo Municipal - CADIN
aprovado pela Lei nº. 14.094 de 06 de dezembro de 2005, e
regulamentado pelo Decreto nº. 47.096 de 21 de março de
2006;
10.5. Na falta de documentação ou na hipótese de desistência
do interessado no prazo estabelecido no item 10.5., o Centro
Cultural São Paulo convocará outro selecionado.
10.6. As contratações serão de responsabilidade do Centro
Cultural São Paulo, no uso das atribuições delegadas por meio
da Portaria 19/SMC-G/2006, e realizadas nos termos do artigo
25, caput da Lei Federal nº8666/93 e demais normas
estabelecidas por esse diploma, de acordo com as condições a
seguir descritas, observadas as linhas gerais traçadas pelos
pareceres da Procuradoria Geral do Município ementados sob
os números 10.178 e 11.169.
11. DA REMUNERAÇÃO
11.1 Os Oficineiros contratados receberão como contrapartida
financeira pelos serviços prestados o pagamento de R$ 70,00
(setenta reais) pela hora-aula por projeto. Para oficinas em
duplas este valor será dividido.

11.2 Este valor abrange todos os custos e despesas direta ou
indiretamente envolvidas, não sendo devido nenhum outro
valor, seja a que título for.
11.3 Os valores devidos aos Oficineiros serão apurados
mensalmente e pagos em até trinta dias da comprovação da
execução dos serviços, mediante confirmação pela unidade
responsável pela fiscalização.
11.4 A Divisão de Ação Cultural e Educativa do Centro Cultural
São Paulo será responsável pela fiscalização da efetiva
execução dos projetos, através de responsável designado em
cada contrato, nos termos do artigo 67 e § 1° da Lei Federal n°
8.666/93.
11.5 Os Oficineiros contratados deverão abrir conta bancária
própria e única, no Banco Bradesco, para movimentação dos
aportes recebidos da Secretaria Municipal de Cultura
informando-a e autorizando desde já, e a qualquer tempo, o
acesso à movimentação financeira.

11.6 As responsabilidades civis, penais, comerciais, e outras
advindas de utilização de direitos autorais e/ou patrimoniais
anteriores, contemporâneas ou posteriores à formalização do
Contrato cabem exclusivamente ao contratado.
11.7 A Secretaria Municipal de Cultura não se responsabilizará
em hipótese alguma pelos atos, contratos ou compromissos
assumidos de natureza comercial, financeira, trabalhista ou
outra, realizados pelo contratado para fins do cumprimento do
Contrato com a Prefeitura do Município de São Paulo
(Secretaria Municipal de Cultura).
12. DAS PENALIDADES
12.1. A inexecução parcial ou total do contrato acarretará a
aplicação, nos termos do disposto na Lei Federal n° 8.666/93 e
no artigo 56 do Decreto Municipal n° 44.279/05 e § 1° do
artigo 15 do Decreto Municipal n° 45.695/05, das seguintes
penalidades:
I - Advertência;
II - pela inexecução parcial: multa de 20% do valor da parcela
não executada do contrato;
III - pela inexecução total: multa de 30% do valor total do contrato;
IV - Para cada falta injustificada: multa de 5% sobre o valor
total, além do desconto da hora aula não trabalhada. O limite
é de 25% de faltas injustificadas durante todo o período da
contratação sob pena de rescisão contratual por inexecução
parcial e incidência na multa prevista no item II.
V- Por descumprimento das determinações da unidade
responsável pela fiscalização da execução do projeto: 5% do
valor total do contrato
12.2. As penalidades previstas neste item serão aplicadas sem
prejuízo das demais sanções previstas na legislação que rege a
matéria, são independentes e a aplicação de uma não exclui as
outras.
12.3. Aplicam-se a este capítulo, no que couber, as disposições
dos artigos 54 e 55 do Decreto Municipal nº 44.279/03,
combinados com o §1º do artigo 15 do Decreto Municipal nº
46.888/06.
13. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
13.1. O Centro Cultural São Paulo compromete-se a não
utilizar os projetos inscritos sob hipótese alguma sem a prévia
autorização de seu(s) autor(es).
13.2. Os casos omissos relativos ao presente Edital serão
resolvidos pela Diretoria do Centro Cultural São Paulo, ouvidas
as áreas competentes.
14. DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS
Os recursos relativos às contratações que poderão advir deste
credenciamento deverão onerar a dotação
nº 25.60.13.392.0227.6.415.3.3.90.36.00.00.6.7
São Paulo, 12 de março de 2009
MARTIN GROSSMANN
DIRETOR
Edital de credenciamento N ° 01 - CCSP - DACE 09




FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
TÍTULO:
AREA:
Linguagens Visuais
especifique:
Teoria, crítica, história e curadoria das linguagens artísticas
especifique:
Escrita criativa
especifique:
Práticas corporais
especifique:
Dança de salão
Canto coral
História em quadrinhos
Laboratório pedagógico
especifique:
Cultura e Vestibular
especifique:
IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE
Pessoa Física
Nome:
Profissão:
Estado Civil:
CPF:
Inscrição PIS-PASEP/INSS:
Identidade / Órgão Expedidor:
Endereço completo:
Cidade:
UF:
CEP:
Telefone:
Fax:
Endereço Eletrônico (E-mail):
2. CURRÍCULUM
3. OBJETIVOS DO PROJETO ( máximo de 2000 caracteres)
4. JUSTIFICATIVA DO PROJETO ( máximo de 2000 caracteres)
5. FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DO PROJETO ( máximo 3000
caracteres)
5. CRONOGRAMA DE AULAS COM DESCRIÇÃO DAS
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS (máximo de 8 aulas)
5. DESCRIÇÃO DOS RECURSOS MATERIAIS (especificidades da
sala, mobiliário, equipamento e materiais necessários)
6. Nº DE VAGAS E PÚBLICO DO PERFIL
7. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
10. ANEXOS
Imagens ilustrativas do projeto (no máximo 3 impressões
formato A4)
2 FOTOCÓPIAS do RG
2 FOTOCÓPIAS do CPF
Declaração
Eu,_____________________________________(nome do
proponente do projeto), inscrito no CPF nº _____________,
RG nº______, domiciliado a ____________________
(endereço completo, telefone e e-mail), proponente do projeto
denominado ____________________________________,
de acordo com a exigência do Edital de Credenciamento
nº01/SMC-CCSP-DACE/09, declaro que: não sou servidor
municipal
estou ciente de que o meu credenciamento e possível seleção
para integrar o presente Programa não geram direito subjetivo à
minha efetiva contratação pela Secretaria Municipal de Cultura;
conheço e aceito, incondicionalmente, as regras do presente
Edital, bem como me responsabilizo por todas as informações
contidas no projeto e pelo cumprimento do respectivo plano de
trabalho, caso venha a ser contratado, após apresentar a
documentação exigida no item 10.4.
Data:
Assinatura do proponente:

sábado, 14 de março de 2009 Diário Oficial da Cidade de São Paulo São Paulo, 54 (49) – 61

sábado, 14 de março de 2009

Timidas Impressões

Então, pra nascer nasci já nos disse Neruda, após mais de vinte anos de espera nasceram as imagens de uma série de Alan Moore que ajudaram a delapidar uma geração de criadores e pensadores, nós os órfão de Twim Peaks, a geração de autores criadores que vibraram sua adolecência nos anos oitenta, esperamos sim sem nenhuma vergonha disso, por mais de vinte anos pela filmagem de Watchman, sonhamos ver personificadas as ações daquele monumental Roschach ( o personagem que todos nós desejávamos ter criado) na tela do cinema. Fui sim e vi, com um frio inusitado na barriga desse poeta acostumado as interpéries da palavra escrita, eu degustei mais de duas horas de de uma trama inteligentíssima elaborada pelo genial Alan Moore, o filme superasse na fidelidade as cenas de luta que Moore criou em nossa imaginação,o elenco escolhido para representar os personagens, não está tão perfeito quanto a seleção que eu e Claudemir Santos fizemos a dez anos atrás, mas deve ser aplaudida.
O filme derrama por todos os lados talento e inteligência, o tema infelizmente continua atual, pois vai além da questão da guerra fria, caminha pela sinuosa trilha de uma realidade firmada em um capitalismo ditatório que oprime e estatiza nosso livre pensar.O pecado ficou para o final alterado para satisfazer uma regra de mercado piegas, que vende a idéia do emburrecimento sistemático do público. Mas mesmo assim o filme ainda merece ser visto, por quem leu e por quem não leu, para quem leu é a magia de ver na grande tela as sardas de Roschach e para quem não leu, sofrer a implacabilidade da escrita de um gênio chamado Alan Moore, com personagens densos, que mesmo fantásticos são tão plenamente próximos a nós que chegam a apavorar.
Segue a dica, veja Watchmen e delicie-se com as tortuosas origens do pensamento de criaturas tão controversas como Ivan Néris, Claudemir Santos, Nando Reis, Escobar Franelas, Arnaldo Antunes, Paulo Moska entre outros.

terça-feira, 10 de março de 2009

FUTEBOL É ARTE MERMO!!!!

E com exclamação Senhores, domingo estavamos eu , Raimundo Marrom, Tarcisio, e Barbara em casa ensaiando com o GRAVE(a alias o nome de nossa nova empreitada merece um topico mais deixo esta tarefa com o Tarcisio),então cerveja, musica, e a paixão do brasileiro, o tal do futebol, e foi uma energia tão bacana ver Palmeiras e Corinthias(ps: Sou Tricolor) ,com a volta do sr Fenomeno, e Por que o tal ronaldo é tão badalado? sim ele praticamente se encaixa no padrão "quebra facão", candaieiro, cachaceiro, mulherengo, e ate "meio" ivanerista, mais O tal fenomemo é tão fascinate por que tem um diferencial jogando bola, ele "cria" atraves de sua visão do mundo, no caso a sua visão do futebol.
Eu acho, quer dizer acho ñ tenho certeza pois achologia é uma ciencia a ser inventada, tenho a opinião da banalidade de alguns astros, estudiosos de arte, que veem a mesma como um cristal raro e mediunico onde para ser alcançado e tocado vc deve estar no nivel de um extraterrestre!!! Detalhe que este E.T nunca foi visto em parte nenhuma do Universo.Pra mim a arte se expressa na execelencia qdo aquele individuo se sobresai, e faz algo fantastico! Ele o individuo tem tesão pelo que faz e formenta tudo diferenciado, pra mim um pai de familia solteiro que cria seus 3 filhos com um salario minimo é um artista, pra mim um Ronaldo um Romario é um artista em sua vertentes, então o mundo deve ser encarado como um grande picadeiro, e respeitando cada espetaculo, Não é por que eu não acredito em deus que todas a culturas religosas, serão menos distintas, não é porque eu odeio bossa nova, que eu odeio o meu vizinho que só sabe fazer isso, a
Arte é respeitar tanto que qualquer um pode ser artista basta interagir com vc mesmo e ter a sensibilidade de respeitar o palco da vida!!!!


PELO LETRADO IMPORTUGUAVEL

segunda-feira, 9 de março de 2009

ISA DIAZ RETURNS!!!! AD RESGATA ISA DIAZ OU ISA DIAZ RESGATA O AD?

Sexta feira. 06 de Março. Sarau Mulher. Arcanjo e eu cruzamos o blecaute de São Miguel (ou o Blecalte, tanto faz: tava escuro do mesmo jeito). Márcio Sabbath estava logo ali com o Marcão - cervejas nas mãos, pleno Piassi. Mas na praça do Forró a luz voltou. Voltamos à Luiz Gonzaga. Nando Z e Isa Diaz logo ali, na Amadeu Gamberini. O sarau inicia-se. Dança, música, poesia...
Eu e o Marlboro ao lado de Isa Diaz sóbria, com certo problema na garganta. Gisélia Lima? Fora. Carol Moisés? Fora. Isa Diaz compra a briga e assume Giovanna em "Sobre Duas Rodas". Vai embora cedo. Sem beber e fumar, só resta o roteiro do diretor em suas mãos. Ela sorri e parte às 23 horas. Isa Diaz voltou ao Alucinógeno Dramático. Os melhores sempre voltam. Sempre!

sexta-feira, 6 de março de 2009

"Joga no Bicho!" - O Filme

Atendendo ao requerimento do sr. Dark´ney, mentor-mór dessa merda toda, vou tentar falar um pouco do vídeo "Joga no Bicho!", de 01 minuto, feito para o festival homônimo dirigido pelo grande Marcelo Masagão, aqui mesmo na Sampalândia.

Pois bem, certo dia de janeiro p.p. estava indo para o trampo quando desci do trem na Estação da Luz e um pombo me alvejou com uma senhora cagada bem no cucuruto. Falar que fiquei fulo é uma poética redundância. Mas eis que chegando no serviço comentei o fato como Wally, amigão das antigas, editor de mão cheia, cursando audiovisual e um criador de cérebro cheio.

"Vamos fazer um curtametragem sobre isso?", foi a deixa dele, que me fez ficar pensando e, ao fim de umas duas horas depois, combinamos de fazer o trabalho. O roteiro básico escrevi no mesmo dia, à noite. Depois disso, determinamos que seria primordial envolver o máximo de gente possível, para que não batesse uma preguiça e desistíssemos do projeto. Sabe como é, né? Muita gente envolvida aumenta a responsa... e aí é mais difícil dar passos pra trás, desistir, protelar, essas coisas.

Escrevi um rascunho de roteiro pensando numa cena com um engraxate e dentro de uma estação de trem, mas rolou uma burocracia enorme junto aos órgãos competentes e fomos aos poucos repensando as cenas, mudando o eixo central para uma praça qualquer. Afinal, o que não falta em cidade grande é pracinha abandonada com pombos arrulhando às tontas. Feito isso, convidamos o Giba de surpresa para um dos papéis. A surpresa deve-se ao fato de que ele é um dos melhores cameraman que conhecemos, excelente fotógrafo visual e dono de uma vastidão em conhecimento de câmera. Desde o início, porém, pensei nele para fazer uma determinada cena, pois sabia que sua expressão facial era adequada para o que pensávamos.

Para compor a cena com ele, convidamos o Luka Magalhães, ator(e diretor) de grandes sacadas cênicas. Não deu outra, os dois se entenderam muitíssimo bem desde os primeiros momentos, e tudo rolou às mil maravilhas. Como havia a reserva de dúvidas se o Giba iria conseguir gravar ou não(a experiência de atuar era uma novidade para ele), incumbi o mister Claudemir Dark´ney Santos para estar lá. Dono de uma já lendária latitude de aulas, criações, montagens, direções e atuações em palcos diversos, ele tornou-se "reserva técnica", caso o Giba não pudesse atuar. E também porque seria útil para todo o processo de produção, direção e mais um monte de ão durante as filmagens. Meu grande desejo é dirigi-lo um dia, e espero fazer isso brevemente. Por ora, consegui "arrumar" um papel especialíssimo para ele na composição da cena, coisa que só verão aqueles que se dispuserem a ver o vídeo.
Filmamos tudo no domingo de carnaval e na terça-feira o incansável Wally já tinha editado. O Sandro, figuraça que namora a Roberta - também ela grande artista plástica, arte-educadora e atriz - ficou incumbido de tratar da trilha sonora e fez um grande gol. Pena que não pode entrar, pois a confecção da música iria atrasar a data limite da entrega, que era 28 de fevereiro. Aí surgiu uma caca sobre a qual assumo integralmente a responsa: o cast final do filme apresenta o nome do Sandro como sendo o autor da trailha mas NÃO É. Preciso assumir erros que permeiam o trabalho, e esse é um deles(com certeza o mais grave). Dada a urgência de cumprimento do prazo para a entrega do filme, não foi mais possível corrigir os créditos e o vídeo foi postado com este erro.
De qualquer modo, a música está sendo reescrita e vai reeditada no filme assim que estiver pronta. Por ora, o que ficou foi a música-guia que tínhamos utilizado só para a edição de vídeo e - confesso - ficou bem legal assim mesmo. Agora que já está, peço ao pessoal para fazer uma visitinha e comentar depois. Beleza?

http://www.festivaldominuto.com.br/templates/UserPage.aspx?userId=11003

Há braços,

quinta-feira, 5 de março de 2009

MONÓLOGO DA VELHA SENHORA: GUZIK EM CENA!

Ontem, 04/03/09, eu e Glaucia Betinelli estivemos no Espaço Dos Satyros Um para assistir o espetáculo "Monólogo da Velha Apresentadora", texto de Marcelo Mirisola interpretado pelo bom e velho Alberto Guzik e o jovem e não ruim Chico Ribas. A idéia de ir lá, evidentemente, foi de Betinelli, mas fui, né? Fazer o quê? E pior: fui e gostei. É um espetáculo que vale a pena ser visto e revisto algumas vezes. Com quarenta minutos de duração, Guzik interpreta uma antiga apresentadora de Tv que desabafa com o público durante uma falha técnica da gravação de seu programa. Avançada na idade, conservadora, reacionária e careta, ela desfila e desmascara toda a hipocrisia perante negros, homossexuais, consciência social e estas coisas que sempre estão na moda. "no meu tempo, as coisas eram,.." e lá vem cinismo social, um humor ofensivo e uma reflexão inevitável sobre a visão pequena burguesa sobre os preconceitos e barreiras praticadas pelos... pequenos burgueses. O melhor do espetáculo, de fato, é o texto bem escrito e cheio de referências históricas e culturais, que vão criando um desenho de época na cabeça dos mais informados e gerando piadas ímpares. É claro que, sendo um "texto muderno", não podia faltar uma meia dúzia de palavrões, mas tudo coeso com o todo.
Eu não diria que Guzik está atuando excelentemente, mas o que ele faz é muito melhor. O trabalho do ator é desmistificado perante o público, o cenário é básico e o figurino é praticamente nulo. Guzik está brincando em cena, e o público adora, brinca junto, ri e pensa. Chico Ribas também manda bem em cena, num conjunto que funciona muito bem.
De ruim tivemos apenas um ar condicionado (é este o nome daquele troço?) fazendo um som incomodo e um sonoplasta que atrasava a música por frações de segundos - quase imperceptível. Quase. Outro problema do espetáculo é o horário. Ele começa às 23 horas, aí tem que ser muito macho ou tá muito afim pra ir assistir, bater palmas, sair correndo e pegar o metrô. Outra coisa é o preço absurda da cerveja no bar do teatro. R$4,50 numa Brahma!!!!! Lá ele!
De qualquer forma, vale a pena ver o bom e velho Guzik em ação no palco, interpretando um texto inteligente e divertido. Quem quiser que vá. Eu já fui!

MONÓLOGO DA VELHA APRESENTADORA
Até 26 de Março - Ingresso: R$ 20,00 (estudante paga meia)
Direção: Josemir Kowalick
QUARTAS E QUINTAS, ÀS 23H
ESPAÇO DOS SATYROS UM
Praça Roosevelt, 214 - Centro - São Paulo
11 3258 6345

quarta-feira, 4 de março de 2009

SARAU MULHER na OFICINA CULTURAL LUIZ GONZAGA

A Oficina Cultural Luiz Gonzaga, coordenada por SACHA ARCANJO, continua abrindo espaço para novos e velhos artistas da área em seus saraus. Após o sucesso dos anteriores deste ano, agora é a vez do SARAU MULHER. Música, Teatro, Poesia e Dança numa noite repleta de arte e alegria. Não percam! Entre tantos, teremos a presença dos ícones do MPA (Raberuan, Zulu de Arrebatá, Cicero Cordeiro), Nando Z, Raimundo Marrom, Alucinógeno Dramático, Daniela, Celma & Cia, Claudemir "Dark'Ney" Santos e, possivelmente, Bá & Hayashi, além de uma nova geração que se faz cada vez mais presentes no território da Oficina.
Se liga e aparece. VIVAS AS MULHERES!

OFICINA CULTURAL LUIZ GONZAGA
Rua Amadeu Gamberini, 259 - São Miguel - Zona Leste - São Paulo
(próximo à 22ª DP, subindo a rua do Itaú)

domingo, 1 de março de 2009

AM3 tira o AD de cena no MotoFestival 2009

A (des)organização do evento MotoFestival 2009 cancelou a apresentação do espetáculo "Sobre Duas Rodas" . Confirmada para sábado, dia 28 de fevereiro, às 19 horas, a peça não entrou em cena devido ao atraso do concurso de miss e mister Motoboy. A apresentação seria transferida para o domingo, às 16h, mas compromissos de alguns componentes do AD não permitem a reunião de todo o grupo para esta apresentação.

SOBRE A DESORGANIZAÇÃO DO EVENTO

Apesar de todas as evidências da incompetência dos organizadores, realmente eu não esperava que chegassem a cancelar nossa apresentação. Já devíamos ter desconfiado disso quando, no dia 26 de Fevereiro, às 14h, eles ainda estavam organizando o evento durante sua abertura. Os responsáveis pela organização corriam de um lado para o outro, pedindo tempo para resolver isto ou aquilo - isto e aquilo muitas vezes era sentar à mesa e comer alguma coisa conversando alguma vulgaridade com algum outro da equipe AM3.
Os artistas não receberam credenciais, crachás ou estacionamento liberado. Uma das organizadoras - a mais sensata - comentou comigo que sentia-se constrangida com a organização de sua equipe e que infelizmente não podia fazer nada para resolver algumas questões que tornariam o evento algo, no minímo, coerente.

SOBRE A QUESTÃO CULTURAL

No entanto não estou - e nós não fomos! - sendo ingênuo sobre esta atitude da AM3 com nossa apresentação. Na edição do jornal interno do evento MOTOVRUM, edição 5, ano 1, o idealizador e diretor da AM3 Feiras, o senhor Felipe Luis Augusto de Alcântara Machado disse em uma das entrevistas: "Definimos um único critério de administração que permitisse não apenas a participação de uma gama maior de CONSUMIDORES FINAIS, como também de EMPRESÁRIOS do setor e intermediários." TRADUZINDO: O Negócio é e sempre foi e sempre será GRANA mesmo. Assim sendo, a conscientização do profissional não é relevante: o importante é vender o produto e lucrar. E então? Para que uma peça de teatro? Que nada! Vamos botar garotas e rapazes lindos e sedutores na passarela o maior tempo possível; o sonho de consumo sexual tão próximo da massa, que ela vai até sentir o cheiro almiscarado do nectar do desejo a um palmo dos narizes. E depois? Ah, sim, não terão garotas e nem rapazes belos para saciar o desejo estimulado: sublimarão comprando os produtos à venda, pararão no sinal fechado e não ultrapassarão a velocidade limite não por respeitar a vida do próximo, mas por medo de serem multados. Eu sei bem como é isto. Há tempos cientistas, circos e adestradores fazem o mesmo com macacos, cachorros e outros animais.

SOBRE OS MOCINHOS

Não digo que todos pensam assim. A partir do momento que várias empresas representadas pela PATRIMÔNIO negócios e representações envolveram seu dinheiro em um espetáculo capaz de conscientizar o motoboy, vemos que há empresários interessados tanto no lucro quanto na conscientização da categoria profissional, o que ao meu ver é o caminho certo. O contato com a arte é capaz de trazer a reflexão e o crescimento humano do cidadão em questão. Todos deviam investir mais em cultura e educação dentro de sua área, se desejam uma sociedade mais equilibrada e justa.
Também devo relatar que ao menos duas funcionárias da AM3 - um delas a doce Paula, que fez o possível para nos bem atender e outra que eu esqueci o nome, mas que foi muito gentil e eficiente ao conseguir uma crendencial para o estacionamento - foram atenciosas e eficientes na medida do possível.
A equipe da PATRIMÔNIO também esteve ao nosso lado e apoiou-nos durante toda a situação.

Devo também salientar que MARCOS ANTONYO, CLARA BARBOSA, TARCÍSIO HAYASHI E BÁRBARA RAMOS do AD foram leais, profissionais e presentes o tempo todo, preocupando-se mais com o grupo do que com suas opiniões pessoais e suas justificadas indignações com o tratamento oferecido ao nosso trabalho.

Franelas também esteve presente com Raquel e ficou tão puto quanto nós - ou até mais em certos momentos.

Mas é isto. Agora é Brasil pra frente. Quando diria o Lobão, "Um tiro só não vai me derrubar!"

Aliás, derrubar o AD? Difícil! Estamos aqui há muito tempo e vamos continuar por muito mais tempo, senhores. A roda, gira, não se preocupem.

Vida longa para "SOBRE DUAS RODAS!"