Então, pra nascer nasci já nos disse Neruda, após mais de vinte anos de espera nasceram as imagens de uma série de Alan Moore que ajudaram a delapidar uma geração de criadores e pensadores, nós os órfão de Twim Peaks, a geração de autores criadores que vibraram sua adolecência nos anos oitenta, esperamos sim sem nenhuma vergonha disso, por mais de vinte anos pela filmagem de Watchman, sonhamos ver personificadas as ações daquele monumental Roschach ( o personagem que todos nós desejávamos ter criado) na tela do cinema. Fui sim e vi, com um frio inusitado na barriga desse poeta acostumado as interpéries da palavra escrita, eu degustei mais de duas horas de de uma trama inteligentíssima elaborada pelo genial Alan Moore, o filme superasse na fidelidade as cenas de luta que Moore criou em nossa imaginação,o elenco escolhido para representar os personagens, não está tão perfeito quanto a seleção que eu e Claudemir Santos fizemos a dez anos atrás, mas deve ser aplaudida.
O filme derrama por todos os lados talento e inteligência, o tema infelizmente continua atual, pois vai além da questão da guerra fria, caminha pela sinuosa trilha de uma realidade firmada em um capitalismo ditatório que oprime e estatiza nosso livre pensar.O pecado ficou para o final alterado para satisfazer uma regra de mercado piegas, que vende a idéia do emburrecimento sistemático do público. Mas mesmo assim o filme ainda merece ser visto, por quem leu e por quem não leu, para quem leu é a magia de ver na grande tela as sardas de Roschach e para quem não leu, sofrer a implacabilidade da escrita de um gênio chamado Alan Moore, com personagens densos, que mesmo fantásticos são tão plenamente próximos a nós que chegam a apavorar.
Segue a dica, veja Watchmen e delicie-se com as tortuosas origens do pensamento de criaturas tão controversas como Ivan Néris, Claudemir Santos, Nando Reis, Escobar Franelas, Arnaldo Antunes, Paulo Moska entre outros.
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2 comentários:
Neris, Neris,... Sempre me botando no meio - lá, ele!
Não assisti o filme ainda, mas já tô assustado. Como o verei na segunda feira, guardarei meus comentários para depois. Mas que esperamos por muito tempo esta joça é verdade. Lembro-me que, quando disse a Neris que estavam filmando, ele disse: "De novo? Só acredito vendo!" E não é que o veado viu primeiro que eu? Eita neguinho de palavra!
Assisti ao filme e devo dizer que a cabra estava certa. (o livro é bem melhor). Talvez mais meia hora de filme ou uma trilha sonora incidental mais marcante ajudariam. botatam duas do Bob Dylan para me agradar, mas não adianta. no mais, o filme até que é bacana; se eu não tivesse lido a obra original, talvez me contentasse. no mais, ouso dizer que alan moore é um babaca metido a bruxo. Se ele fosse mair esperto, agiria como neil gaiman e frank miller, que estão envolvidos até a alma nas adaptações de suas HQs. Mas de repente, Moore não está preocupado com estas coisas, de fato. Neste caso, o babaca sou eu. Ah, mas eu também não estou preocupado com isto. Logo, de babaca resta ninguém. Coisa chata!
Os atores estavam bem e as imagens bonitas. Mas o quadrinho é bem melhor!... Sorry, Neris.
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