terça-feira, 15 de setembro de 2009

SÃO MIGUEL HOMENAGEIA SEU ARCANJO: SACHA NA MISSA DOS PIONEIROS
















(fotos 1,2,3,4,5,9,10 e 12: Renata Teixeira. As outras: Claudemir Santos)

“O sentido da homenagem aos pioneiros:
A homenagem aos pioneiros, organizada desde 13 de setembro de 1993, é um ato de reconhecimento e cortesia, feito pela subprefeitura de São Miguel e pela Diocese de São Miguel Paulista, às pessoas, cuja vida é marcada pela prestação de relevantes serviços ao interesse público de nossa comunidade.” (texto escrito na pauta de cerimônia distribuída na cerimônia, em 11 de Setembro de 2009, durante o 387º aniversário de São Miguel)


Atrasado. Eu estava atrasado uns vinte minutos e sem Marlboros, descendo a Marechal ouvindo um Faith No More esquizofrênico. Na esquina da praça do Forró (também chamada por algum motivo de padre Aleixo Mafra Monteiro) cruzei com Fernanda Pires e Renata Teixeira. Na pressa quase não as reconheci de imediato. Cumprimentos.
“Onde vão as moças?”
“Estamos procurando um caixa eletrônico.” – Haviam saído da igreja à procura de um banco para garantir uma certa tranquilidade financeira momentânea.
“Qual vocês querem?”
“O Nossa Caixa. Você sabe onde tem um?”
“Aquele serve?”
Apontei para o outro lado da praça, na direção da Catedral, bem às suas costas. Viraram-se, viram o banco, olham-se e sorriram. Adoro mulheres!

Entramos na igreja e cruzamos a nave. Cena bonita que mantém minha pose, por mais que eu não coma ninguém, como lembrará Hayashi em seus comentários: o lendário Dark’Ney ao lado de duas beldades entrando atrasado, mau vestido, mas bem acompanhado, em alto estilo. Sachão, sentado numa das cadeiras do palanque de mármore sagrado nos viu e sorriu um sorriso amigo – ou quiçá de deboche, pois nós entramos e caminhamos até aqueles bancos reservados a famílias que pagam dízimo, cheios de gente importante. Renata foi a primeira a se tocar que estávamos invadindo território alheio. As pessoas olhando desconfiadas. Voltamos alguns bancos.

“Será que eu posso tirar foto?” – pergunta Renata.
“Deve.” – Digo eu.
“Mas, será que pode?” – De novo, a Flor.
“Olha lá.” – Diz Fernanda. Quase uma duzia de máquinas fotográficas. Entre os fotógrafos, evidentemente, Gilberto Travesso, o ícone fotográfico de São Miguel. Renata saca sua Cânon digital e cruza a nave da igreja. Todo mundo querendo cheirar a flor!

Os homenageados já recebiam uma bela placa prateada das autoridades presentes. Sacha Arcanjo era um deles. Sua história num resumo passou por nossas mentes por alguns instantes. Enquanto o mestre de cerimônia Marcelo Moller lia as passagens de sua vida, eu mesmo recordava a história pelas palavras de Arcanjo e me emocionava com a cena. Quem conhece o Sacha sabe a importância dele na nossa vida cultural e pessoal, independente da homenagem, mas aquele reconhecimento oficial, com toda a pompa e circunstância, me era um momento sublime em nossa existência. Sacha foi convidado a receber a placa. Aplausos. Muitos aplausos. Mais aplausos para o homem belo.

Renata já estava lá, clicando para tudo que é lado. Autocrítica, depois avaliou seu trabalho de maneira quase dura. Nasceu pra coisa; não tem jeito! Eu e a Fê a procuramos do outro lado, e eu descobri o povo sentado na ala esquerda. Lá vamos nós cruzando os bancos, observados por roupas sociais e vestidos finos numa noite quase que ecunêmica. Nós nem aí. Do outro lado, quase todos: o primeiro que visualizo é Ivan Neris. Ao lado, Raimundo Marrom e Grasi – sim: ela!. Ao lado de Grasi, Nando Z – de chapéu e tudo! Imediatamente faltam Bá e Hayashi para completar o quadro. Fazem falta os dois, mas o espaço é preenchido pela memória. Mais a frente, a família Arcanjo em peso: Sacha II Gabriel, Sávio, Soraia, Heby e sua mãe. Filhos, netos, amigos de estrada, como Waldir Aguilar e Akira, e amigos de negócios, como os outros presentes. Ficamos por ali esperando o final da cena.

É claro que coisas estranhas aconteceram. Houve um certo festival de palavrões espontâneos das bocas de algumas moças, e um Gilberto – como sempre gozador – esbarrando propositalmente em nossa flor, mas na verdade encantado com a dedicação e concentração da moça como o mesmo disse a mim e a Ivan Neris. No final, a Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo subiu ao palco. Eu e Neris saímos da igreja três músicas depois atrás de cigarros e coxinhas. Neris encontrou sua coxinha e a enfiou na boca. Eu não encontrei um Marlboro sequer na praça do Forró e fiquei sem cigarro mesmo. De volta à igreja, nos sentamos ao lado de Sueli Oliveira, que queria socar um certo senhor no banco de trás com uma tosse de cachorro que não tava fácil de suportar.

Após um discurso político do subprefeito Diógenes Sandim Martins, eu, Neris e Sueli nos juntamos à turma e esperamos a vez para cumprimentar Sacha. Assim que ele se livrou dos engravatados, acenou ao Sachinha e convocou a todos a tomar conta de seu corpo e sua alma e cumprimentá-lo com todo amor, respeito e orgulho reais que sentimos por ele. Fotos, puías, abraços; a festa era nossa. Fotos no púlpito – Nando Z doido pra tirar foto na cadeira do padre! – e tudo estava chegando ao fim.

Depois da Catedral, pizzaria Cantinella já sem as moças, que tinham desculpas planejadas possivelmente desde segunda feira para se livrar de nós. Na pizzaria, o Quebra Facão entregou ao Sacha uma estatueta de São Miguel Arcanjo como reconhecimento de talaguetas pagas e da homenagem recebida e mais do que merecida. Depois, evidentemente Bar do Didi – por pouco tempo e poucas indagas graças a motivos pessoais e urgentes da vida, que passa tão instantaneamente que o click de uma máquina nem pode registrar de fato a velocidade da existência que passamos por aqui.

A sexta, mais uma vez, acaba no dia seguinte. É madrugada de sábado quando repenso em coisas que valem a pena nesta vida. Uma delas é ver este povo reunido – como sempre faz – para homenagear alguém que está realizando uma existência maior que sua própria vida.

Parabéns, Sacha Arcanjo.

Força aí, Nando Z.

Amigos: inesquecível!

6 comentários:

Anônimo disse...

Não vou nem comentar... O Claudema já falou o que eu ia falar....

Nando Z disse...

Valeu pelo apoio mermu Claudema!!
Os amigos são a familia que agente escolhe, salve sachão!!!

Ps flor minha linda eu fiquei feio no pupito por isso se ñ pois a foto? snif

Claudemir "Dark'ney" Santos disse...

Pois é, Nando. Falei das fotos. Diz ela que vai mandar. Aí eu já disse pra ela mandar em você que teve a idéia, ok?

IvanNeris disse...

Vedadeiramente um instante único nesta composição de fatos,tempo e sentimentos a que chamamos de vida.

Nando Z disse...

lá ele neguinho!!!

Escobar Franelas disse...

Eu não acredito em missa de corpo presente; mas queria muito que vocês acreditassem (e me fizessem acreditar) que é possível sim, encomendar uma missa de alma ausente. Pois se tem um dia que lamentei "não estar lá", foi esse. Evoé, Sacha! Pessoal, vocês todos são duca... amo todos e cada um!